Capítulo 16

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POV Amber

Quando o despertador tocou, eu já estava acordada a muito tempo. Na verdade, tem duas noites que eu mal consigo fechar os olhos. Me viro em direção a minha cabeceira de cama e pego o despertador nas mãos, o deligando.

Hoje eu não vou conseguir fugir das minhas responsabilidades.

- Amber...

Escuto a voz do meu pai e logo a porta é aberta. Paro de pentear os meus cabelos, e o olho, sentada da cama.

- Vou ter que entrar um pouco mais cedo no trabalho. Quando eu chegar, quero você em casa e preparando um jantar especial.

- Jantar especial? – pergunto franzindo o cenho

- Isso mesmo, vamos receber uma visita – ele vira as costas, mas antes que desse um passo, se vira novamente pra mim – E por favor, Amber, não me desobedeça...Ao contrario do que você pensa, eu não gosto quando nos desentendemos.

Sem mais uma palavra, ele se vira, deixando a porta aberta. Fico aqui sentada, pensando nas suas palavras...Que visita pode ser essa? Só espero que não seja um dos seus amigos bêbados. Me ponho de pé e caminho até o guarda-roupa, pegando um moletom.

Olho para as manchas vermelhas e grossas pelos meus braços e antes que pudesse ser tomada pelas lembranças de domingo à noite, visto rapidamente o moletom. Mais uma vez eu tenho que engolir a seco tudo o que a vida me impõe. Pego a minha bolsa e saio do quarto, encostando a porta, sem poder tranca-la como sempre fazia. O meu pai tirou o trinco.

A cada pedalada que dava em direção a escola, sentia aquela ardência tremenda nas minhas pernas, e amaldiçoava a distância em que morava.

- Amber...

Escuto gritarem o meu nome, mas finjo não ouvir. Subo o capuz e caminho para dentro da escola, cruzando os braços, tentando ser o mais invisível possível. Quando estava no corredor dos armários, sinto uma forte mão agarrar o meu braço, e me encolho por conta da dor, o puxando rapidamente. Assim que me viro, sinto o meu coração parar ao encontrar com o Eddie.

- Oi... Eu estava te chamando – um sorriso tão lindo se forma nos seus lábios e sinto vontade de chorar

- Desculpa – sussurro desviando o olhar para o chão – Eu não te ouvi.

- Você está bem? – vejo ele dar mais um passo na minha direção – Por que faltou ontem?

- Eu não estava me sentindo muito bem – mantenho o meu olhar baixo, querendo fugir dessa conversa, querendo fugir da sua presença

- Fiquei preocupado – sinto a sua mão segurar delicadamente o meu braço e mordo o lábio inferior, segurando a vontade de me afastar por conta da ardência – Amber...aconteceu alguma coisa?

O sinal toca e solto o ar aliviada. Afasto o meu braço da sua mão e dou um passo para trás.

- Eu preciso ir...

Sem coragem de olha-lo, eu viro as costas e me afasto apressadamente. O meu nervoso era tanto que nem parei no meu armário para pegar o livro que precisava, caminhei direto para a sala, com medo de mais alguém me parar. Graças a Deus as minhas primeiras aulas não eram com o Eddie.

Sentia as gotas de suor na minha testa, enquanto estava sentada embaixo da arquibancada e comia um sanduiche que trouxe de casa.

- Sabia que íamos te encontrar aqui.

Escuto a voz da Max atrás de mim e suspiro.

Será que é pedir demais ficar sozinha???

- Você vai morrer vestida com esse moletom – a Robin para na minha frente e levanto a cabeça – Tá doente?

Eu preciso de Você - Eddie MunsonOnde histórias criam vida. Descubra agora