Segredo obscuro

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— As coisas estão aqui se precisarem de algo específico é só me dizer.. alguma dúvida?

— O que faremos o resto do dia? Disse que tem apenas três pessoas pra hoje.

— Podem fazer o que quiserem, a intenção de ter vocês aqui é pra que a gente se conheça a casa é de vocês.

Ele parecia sincero e agora que meu irmão tinha aceitado ele eu confesso que estava mais animada. Quando Ivan saiu da sala de execução Thomas e eu começamos o que devíamos fazer com a primeira vítima que já estava ali, aqui tinham muitas câmeras e como não sabíamos se estávamos sendo observado optamos por não falar claramente.

— Pra onde vai depois daqui?

— Não sei, acho que pro jardim preciso tomar um pouco de ar pelo menos uma vez por dia.

A garota saia pro jardim uma vez por dia pra tomar sol eu não sei quando ela sai mas é nesse momento que eu preciso agir, provavelmente ela não vai estar sendo vigiada. Thomas entendeu claramente o que eu disse entre linhas enquanto batia no homem a nossa frente com a barra de ferro.

— Tem certeza de que esse sol da tarde não está forte demais pra você?

— Posso tentar hoje a esse horário e nos outros dias tentar outro.

— Tudo bem só toma cuidado.

Depois que terminamos eu tomei um banho rápido apenas pra me limpar do sangue e desci correndo até o jardim pro meu azar procurei por todo lugar a garota mas ela não estava.

Mesmo assim tive esperanças de que ela apareceria depois então me sentei um pouco no banco do lado de fora aproveitando o calor do sol de olhos fechados.. o clima quente aquecia minha pele, fazia muito tempo que eu não tinha disposição pra aproveitar o dia assim e isso me deixava confortável.

— Curtindo o sol?

Abri os olhos depressa quando ouvi a voz grave do Ivan bem a minha frente estava tão distante que nem ouvi seus passos, ele se sentou ao meu lado bastante casual de um jeito que até agora não tinha visto.

— Pensei que tinha que trabalhar agora que seu pai morreu..

— Bill está cuidando disso...

— Não se interessa pelo seu negócio?

— Não pela parte burocrática.

Eu ri porque nisso somos iguais, eu odeio os relatórios e os números, odeio ficar no escritório atrás de pastas e mais pastas marcando nomes e revisando extratos bancários, prefiro estar no abatedouro onde tudo acontece.

— O que você fazia antes do seu pai morrer?

— Ajudava nos sequestros e no tráfico... não gosto das torturas eu tenho estômago fraco.

— Me observou ontem.

— Foi diferente, eu estava curioso... nunca tinha visto uma psicopata antes, desculpa.

— Tudo bem eu gosto do termo... mas se você é uma pessoa normal como lida com tudo isso que vocês fazem? Você se sente culpado?

— É claro que me sinto culpado mas eu nasci no meio disso, fui obrigado a me acostumar com tudo.

Eu sempre estive apenas com a minha família nunca notei as pessoas comuns em volta, não consigo imaginar alguém que não é como eu envolvido nisso. Como ele deve se sentir?

— Meu irmão e eu sentimos prazer em matar, não somos sociopatas nem psicopatas é quase como uma mistura dos dois.

— Foram influenciados pelos seus pais?

— Não, nascemos assim é genético... só descobrimos esse mundo novo aos treze anos quando eles nos contaram mas sempre fomos diferentes... tive meu primeiro orgasmo no abatedouro depois de arrancar a cabeça de um cara e foi tão.... diferente... eu já sabia que gostava disso mas só aquele dia eu tive a certeza.

— E você não se sente culpada pelas mortes?

— Culpada? Não... é prazeroso pra mim, todos nós somos um pouco loucos no fim das contas. Tenho certeza de que você tem um desejo tão sombrio que as pessoas ficariam chocadas, estou errada?

Ele não disse nada apenas continuou olhando pra mim como se eu tivesse tocado em sua ferida mas eu nunca o julgaria. Eu sei das coisas que eu faço, sei que o que tenho com o Thomas chocaria muitas pessoas apesar de não ser um incesto como a tia Cristal costuma dizer é intimidade demais e o resto do mundo veria com outros olhos.

Mas essa é a questão, não estamos no resto do mundo e o que é ruim para mim é o certo a se fazer.

— Você é virgem?

— Contra a minha vontade... e você?

— Considero que sim..

Considerar significa que o sexo que ele já teve não foi considerado sexo pra ele.. talvez foi abusado de alguma forma, o pai? A mãe? O acessor que o criou?

— Eu não quero mais ser a muitos anos mas eu preciso ser paciente... Thomas e eu fizemos um trato.

— São próximos até nesse assunto?

— Somos próximos em tudo Ivan, mais do que pode imaginar.

Ele estava me olhando e eu me obriguei a encará-lo de volta, podia sentir a tensão do momento e a vontade que tinha entre nós. Desta vez não era atração física era um vínculo, só então notei que tínhamos acabado de conversar e eu nunca fiz isso com ninguém além do Thomas.

Eu estava ofegante e arrepiada não só pelo sol que iluminava minha pele mas também pelo seu contato visual que estava cada vez mais próximo, sua mão segurou a minha e quando eu senti que estávamos perto do beijo ouvi uma mulher gritar seu nome.

Olhamos para a porta da frente da casa e lá estava sua irmã apenas com a camisa outra vez, parecia estar com raiva olhando pra ele. Não sabia que ela podia gritar por ele considerando como ele a trata.

— Foi bom falar com você Freya..

Ele saiu dali rápido e nervoso caminhando em direção a garota, ele agarrou o braço dela com força literalmente a forçando a entrar. Eu não sabia o que significava aquilo mas estava curiosa pra ouvir a conversa, esperei uns minutos e então entrei na casa de forma dissimulada.

Segui pela escada em silêncio e depois até o corredor, eles provavelmente estavam no quarto dela e foi pra lá que eu fui. Me aproximei da porta dela devagar notando que estava entre aberta e logo já ouvi ofegos.

Meu coração estava acelerado pela adrenalina do que podia estar acontecendo, olhei pela pouca abertura e precisei cobrir a boca quando vi a cena.

A garota estava deitada na cama enquanto Ivan estava entre suas pernas com o jeans abaixado arremetendo contra ela rápido e forte. A garota gemia alto murmurando um eu te amo deixando que o irmão tomasse seu corpo como um objeto.

Ele a tocava e a fodia como sua mulher, apesar de ser próxima do Thomas eu jamais conseguiria fazer isso com ele. Aquilo de certa forma embrulhou meu estômago pela primeira vez, eu não fazia ideia de que o segredo obscuro dele era o incesto.

Obsessão parte IIOnde histórias criam vida. Descubra agora