— Esse é seu quarto?
— Porque a surpresa?
— As outras áreas da casa são tão... medievais.. porque seu quarto é tão limpo e claro?
— Passo muito tempo aqui, não queria que fosse tão escuro.
A diferença entre a vida dele e a de Nina estava óbvia pra mim, ele não a deixaria ter seu quarto tão claro e amplo assim porque ele queria escondê-la o máximo possível. Eu sei que ela é uma ferrada igual a ele mas vou ter um pouco de piedade por tudo que ela passou e o torturar de propósito assim como ele fez com ela durante anos.
— Eu não me sinto confortável em um quarto tão claro, tenho muitas dores de cabeça..
—... tá eu vou..pedir pra colocar uma cortina..
— Pode me explicar melhor como é ser sua mulher? Tem algo específico que eu deva fazer?
— Meu pai tinha um estilo mais antiquado de fazer isso ele me explicou o básico e foi assim que eu aprendi.
— Não vou ser uma cópia da Nina, quero fazer um trato aqui só entre nós dois..
— Nesse negócio não existem tratos Freya, sempre foi desse jeito.
Ele ainda não gostava de mim o suficiente pra aceitar fazer tudo que eu quero e nossa única ligação é sexual, terei que usar as armas que eu tenho..
— Tudo bem, mas saiba que eu sou bem mais atenciosa quando também são comigo... Aquilo é um banheiro?
— Sim, porque?
— Ainda estou com o cheiro do feno no cabelo, preciso de um banho..
Tirei minha blusa o vendo me observar e depois meu short e minha calcinha, não tinha nem duas horas que havíamos voltado do estábulo mas só de olhar pra mim ele já estava duro outra vez e era bom saber que eu tenho esse tipo de influência sobre ele.
Na verdade eu até entendo, ele passou anos com a mesma mulher e apesar de tudo ainda esta se descobrindo comigo. Passei do seu lado para ir até o banheiro mas ele agarrou meu braço com força e me puxou contra ele segurando meu cabelo na nuca deixando nossos rostos a centímetros.
— Eu tenho que lavar você, não pode fazer sozinha.
— Fiz sozinha por dezoito anos Ivan...ah é mesmo... eu esqueci que Thomas me ajudava.
Eu jamais teria alguma coisa com meu irmão mas precisava provocá-lo de alguma forma e não tem como ele saber se estou dizendo a verdade.
— Disse que nunca teve nada com ele.
— Eu disse?... não me lembro mesmo..
Ele me empurrou na cama com agressividade e raiva montando em cima de mim, acho que ele ainda não entendeu que o jeito agressivo me excita e não me causa nenhum medo.
— Não brinca comigo Freya.
— Porque não? Eu amo jogar..
— Teve alguma coisa com ele ou não?! Eu preciso saber!
— A curiosidade vai ser seu castigo, como eu disse sou bem mais atenciosa quando são comigo.
O empurrei pra longe de mim e levantei outra vez indo para o banheiro e trancando a porta. Pude escutar ele jogando as coisas no chão com raiva e completamente descontrolado me fazendo rir.
— Abra essa maldita porta Freya! Não pode infringir as regras assim! Porra Freya abre a porta! otkroy chertovu dver'!!
Estava tão nervoso que começou a gritar em russo e isso me agradou, liguei a ducha e comecei a tomar banho satisfeita pelos gritos dele do lado de fora. Me ensaboei, lavei o cabelo, aproveitei a água quente para relaxar e quando terminei o banho cerca de meia hora depois ele ainda gritava.
Me sequei na toalha dele e quando abri a porta e saí ainda sem roupas ele me agarrou pelo pescoço me preensando contra a parede com raiva, não pude segurar um gemido aleatório, foi tão gostoso isso..
— Aperta mais um pouco... tô ficando excitada..
— Filha da puta!
Ele me soltou e estava completamente vermelho, nunca pensei que ele ficaria com tanta raiva assim por pensar na possibilidade do Thomas ter me tocado em algum momento.
— Ei, não chama minha mãe de puta... não sei porque está tão nervoso, você fazia com a sua irmã.
— É diferente porra!
— Diferente porque você é homem? Ah porfavor Ivan! Século 21, acorda ninguém pensa mais assim... está pronto para ouvir minha proposta ou vai continuar o show?
Ele respirou fundo, estava suado, ainda tremia e eu me segurava pra não continuar rindo aquilo estava Hilário.
— O que você quer?
— Ser tratada com igualdade, fazer coisas que um casal normal faz... ser respeitada por você.
— Isso não é o que a seita pede.
— Eu não ligo, está na hora de mudar. Você é o novo chefe e não seu pai, pode mudar as coisas se você quiser não precisa pedir permissão pra ninguém.
— Não é ruim do meu jeito Freya você só tem que se acostumar a...
— A não ter vida própria?! Não muito obrigada tia Cristal me mataria se me visse depender de um homem..
— Não pode pelo menos tentar?
— Não, eu não posso... porque o que me excita são homens de verdade e o jeito como você age Ivan, está longe de ser um homem de verdade.
No fundo ele sabe que foi por ele ser parecido com o pai que Nina não estava satisfeita, não que ele quisesse me agradar mas eu tinha acabado de ferir o ego dele. Ivan não sabia o que era um homem de verdade ao olhos do restante do mundo e agora que eu era mulher dele queria provar sua masculinidade.
— Tá, se é o que quer um relacionamento comum...
— Tenho certeza de que não sabe o que é isso, não tem capacidade pra me satisfazer.
Ele veio até mim outra vez e me agarrou pela cintura, diferente de minutos atrás sua raiva já não era tão grande mas ele estava possessivo e quando me beijou fez questão de dominar minha língua com vontade enquanto me apertava contra ele.
Deus, homens são tão burros e fáceis de enganar..
— Vou fazer questão de te provar o contrário..
— Ah é? Ainda estou duvidando muito Ivan.
— Mas já que colocou suas condições eu também preciso colocar as minhas, na verdade é apenas uma.
— Pode dizer
— Preciso de herdeiros, nunca fiz exames mas tenho certeza de que Nina é infértil... tentamos todos os dias mas ela nunca fica grávida, eu preciso que você engravide.
Eu já imaginava que ele me pediria algo assim afinal o acordo seria para continuar com a linhagem dele, e tudo bem eu posso engravidar se é o que ele quer mas eu não garanto que terei os filhos dele.
— Tudo bem... se me tratar como eu quero eu vou engravidar.
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Obsessão parte II
HorrorEu sou o Thomas Clark Parker. E eu sou a Freya Clark Parker. Somos os filhos gêmeos dos dois maiores psicopatas mafiosos da Europa e essa é a nossa própria história. Até onde podemos ir pelas nossas obsessões? Quais consequências podem cair sobre nó...