Séculos de atrocidades

741 78 6
                                    

Nina estava comendo forçadamente me olhando como se eu fosse seu pior inimigo, não posso culpá-la apesar de ser engraçado.

— Porque está me olhando assim?

— Você sabe porque.

— Nina eu realmente estou preocupado com você, está imaginando coisas que nunca aconteceram... eu gosto de você não queria te ver doente.

— Não, você não gosta de mim... você está ajudando a Freya com tudo isso, não sei porque e nem como mas você está envolvido nisso.

Precisava fazê-la confiar em mim outra vez, ela não deve saber do casamento do Ivan com minha irmã do contrário ela pode fazer alguma coisa para impedir.

Estamos quase conseguindo tudo que precisamos pra finalmente ir embora desse lugar, Freya vai roubá-lo mas além de tudo isso vai destruí-lo. No início não era essa a intenção um acordo entre nós parecia melhor mas agora sabendo de tudo isso o melhor será de fato destruir o império do Ivan.

Ainda não sabemos o que ele esconde naquele quarto, e nem o que existe por trás da porta.. esse é o motivo pelo qual Freya estava transando com o segurança, ela me pediu pra não entrar mais no quarto porque ela descobriria por conta própria o que estava acontecendo nesta casa.

Mas se Nina continuar desconfiando de mim não vamos ter tempo para concluir o plano, eu tenho que fazê-la confiar em mim outra vez, mas como eu faria isso?

— O que eu preciso fazer pra você confiar em mim? Eu gosto de você Nina estou dizendo a verdade..

— Me prove então.

— Como?

— Eu quero filhos, e você não está transando comigo sem camisinha de propósito.

— É porque eu não quero ter filhos! Nina eu só tenho dezoito anos você entende o quão jovem eu sou?

— Freya está tentando engravidar e ela tem sua idade, porque ela pode ter bebês agora e você não?

Eu não posso fazer isso, Freya me mata se eu estragar o plano com isso, não seria problema eu ter um filho agora eu realmente não me importo com isso mas o problema seria ter um filho com ela.

— Me peça qualquer outra coisa menos isso.

—... tudo bem... - ela pareceu pensar um pouco e quando me olhou parecia ter tido uma ideia.— Eu realmente gosto de transar sem camisinha, então me consiga algum daqueles remédios para não engravidar.

— É isso que quer? Como eu vou provar que gosto de você dessa forma?

— irá confiar em mim com a pílula.

— Não, eu não vou confiar que você vai tomar sempre, é muito arriscado.

Ela cruzou os braços com uma expressão de raiva e não falou mais nada, ela quer que eu confie nela mas não tem como fazer isso sabendo o quanto ela quer ter filhos. Mas talvez tenha outro jeito de fazer isso acontecer.

— Tá tudo bem, eu consigo a pílula.- ela sorriu e começou a me beijar por todo meu rosto.— Espera, tem uma condição.

— Qual?

— Eu vou vigiar você tomando.

— Não confia em mim?

— Nesse caso, não.. só vou aceitar a pílula se for assim.

—... ok.. pode ser...

— Está convencida? Nina eu não sei o que está acontecendo com você mas precisa saber que eu te amo...‐ ela me olhou assustada pela palavra que usei mas fingi ter sido da forma mais natural possível.— Quero que fique bem, porfavor só tenta ficar melhor.

—...me ama?...é sério?

— Pro meu azar eu aprendi a amar você mas eu sei que não sente o mesmo então não vou esperar que diga de volta.

Fingi estar triste e ela segurou meu rosto me fazendo encará-la, Nina me beijou quase como se estivesse se desculpando por não poder dizer e naquele momento eu soube que ela tinha voltado a confiar em mim.

— Obrigada Thomas... ninguém nunca me amou antes..

— Eu juro que quero ter filhos com você Nina mas eu não me sinto pronto... quero poder ser responsável e maduro o suficiente para criá-los.

— Não entendi... quem cria os bebês são as mães..

— Na sua cultura, na minha é um trabalho dos dois, e eu quero ser presente e dar carinho a eles... não me sinto pronto pra isso, você entende?

Ela parecia finalmente ter entendido e estava resignada. Ela terminou de comer por conta própria enquanto acariciava minha mão por baixo da mesa, depois disso subimos para o quarto e ela foi para o banho.

Aproveitei a oportunidade para ir ver Freya, a porta do quarto dela estava aberta e quando ia entrar precisei me esconder atrás da parede porque ela e Ivan estavam.....

Mais forte...assim... ah Ivan...

Era quase meio dia e depois do show que Nina deu hoje mais cedo eu pensei que isso seria a última coisa que eles pensariam em fazer. Mas considerando o quão forte eles estavam trepando a essa hora do dia provavelmente estavam comemorando alguma coisa.

Talvez ele já tenha pedido ela em casamento, porisso decidi não atrapalhar o momento. Ia pro quarto outra vez mas assim que virei o corredor vi o segurança da outra noite descendo até o andar debaixo. Ainda não sabia o que minha irmã queria com ele então talvez fosse o momento perfeito pra perguntar.

— Ei você...- ele se virou pra mim confuso mas quando me viu apenas parou.— Qual o seu nome?

— Agente número 1.

— Eu disse nome, não cargo.

Ele riu me deixando confuso, eu não entendia qual a graça disso.

— Você e sua irmã são iguais...

— É a primeira vez que escuto isso mesmo sendo gêmeo dela.

Ele me olhou estranho e intrigado, suponho que além de Ivan e Nina ninguém dessa casa sabe que Freya é minha gêmea afinal não somos nada parecidos. Mas a forma como ele me encarou foi mais do que algo surpreso foi como se estivesse com medo.

— Não podemos falar por aqui, vamos lá pra fora.

Eu ainda não estava entendendo nada mas mesmo assim o segui, fomos para uma parte afastada do jardim enquanto ele olhava para todos os lados.

— O que está acontecendo?

— Eu sabia que vocês eram irmãos mas não gêmeos..

— E o que tem isso?

— Merda... você não sabe... essa família é bastante conhecida no mundo da máfia por causa dos casos de incesto, você e Freya fazem parte disso?

— Não, eu só soube do caso da Nina e do Ivan a pouco tempo.

— Que alívio... pensei que Freya estava no meio disso, mas se não é para reproduzir então porque estão aqui afinal?

— Me explique sobre isso melhor, como assim reproduzir?

— É complicado explicar nem eu mesmo entendo direito...quando fui designado pelo meu antigo chefe para trabalhar aqui eu nunca imaginei que fizesse parte de uma seita, com certeza eu não teria aceitado se soubesse o que eles fazem aqui.

— Como assim? O que fazem?

— Vou te contar porque confio em você e na Freya mas finja que não sabe de nada. Existe uma árvore genealógica dessa família e eles estão juntos a anos cometendo incestos.

— A família toda?

— Desde o século passado ao que parece.. pai e filha, irmãos gêmeos principalmente, mãe e filhos... eles não consideram ninguém de fora puros o suficiente para entrar pra família.

— Então eles se relacionam entre eles? Mas até onde sei corre o risco deles terem anomalias..

— E muitos tiveram, mas outros apenas têm problemas mentais e fisicamente não parecem loucos até você provocá-los.

Isso explicava muita coisa mas ainda era um mistério, algo me diz que esse segurança sabe muito mais do que quer contar.

Obsessão parte IIOnde histórias criam vida. Descubra agora