Uma nova vítima

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— Freya?

— Porque não me disse que o Victor está lá embaixo morrendo?

Viver uma vida toda com alguém te faz perceber coisas que os outros não percebem, minha irmã não está bem como o Tadeu nos disse eu podia ver. Ela está pálida, sua boca esta seca, e apesar de só ter se passado dois dias desde tudo aquilo ela estava com olheiras profundas e realmente magra.

— Não queria que se preocupasse...

— Bom, não deu certo..

— Você está bem? Fisicamente? Parece fraca irmã tem certeza de que não quer ir pro hospital?

— Se Victor está aqui então Ivan também está? Pegaram ele?

— Pegamos, ele está no abatedouro... ainda não está sendo torturado mas estamos deixando ele sem comida e sem água pra enfraquecer.

— Ele não pode morrer... quero ele vivo até Victor se recuperar, e enquanto isso vamos torturar ele.

— Você consegue fazer isso? Quer dizer, no seu estado eu acho melhor...

— Eu sei o que eu posso fazer Thomas. Quero torturar ele e vamos começar por hoje.

Ela não está bem e sabe disso, mas se ela diz que consegue eu acredito mas isso não iria ser assim como ela está pensando.

Vou deixar ela ir comigo mas depois mesmo contra sua vontade vou levá-la ao médico, isso não é só sobre ela, Freya está gerando um bebê e isso precisa de ainda mais atenção.

— Vem vamos tomar banho e depois descemos..

—....não podemos mais tomar banho juntos..

— Porque não?

—... acho que... Nina não gostaria..

— Ela não se importa mais... expliquei a ela sobre a relação que tinha com Ivan e disse que não somos iguais. Ela entendeu bem, vem vamos pro chuveiro.

Acima de tudo ela estava sensível e estava fazendo exatamente o que a tia Cristal nos disse, ela estava sendo solidária com outra mulher que também estava vulnerável.

Fomos pro chuveiro e ela me abraçou debaixo d'água buscando consolo e apesar de não ter certeza se Victor se recuperaria eu a abracei de volta pra tentar dizer a ela que ficaria tudo bem. Precisávamos do nosso momento juntos outra vez, essa intimidade que quase perdemos me fez tanta falta.

A ajudei a lavar o cabelo e a se ensaboar, ela parecia tão sensível e eu nunca tinha visto ela assim, talvez a tortura realmente a ajude isso sempre fez ela feliz e particularmente essa tenho certeza que ela vai adorar.

Nos vestimos com roupas velhas e depois descemos até o abatedouro, segurei sua mão e juntos nós entramos.

Ivan estava fraco, a boca estava branca e os olhos vermelhos. Senti Freya apertar ainda mais minha mão quando o viu e sabia que aquilo era raiva eu teria que a controlar para que ela não o matasse depressa.

— Ivan Vladivostok, vinte e três anos... fez tantas merdas que é difícil saber o real motivo de estar aqui. Você já nos viu torturar muitas pessoas então como se sente estando agora no lugar da vítima?

Ele me olhou ofegante com medo e eu sabia que tinha conseguido entrar na mente dele, tenho certeza de que agora ele estava analisando cada tortura que nos viu fazer.

— Ele deve estar ansioso Thom, principalmente porque não vamos matá-lo.

....o...o qu..que?... como assim não vão me matar?!

— Ah não dissemos? Bom, você vai ser especial... vai ser nosso brinquedinho..

—....não...não...me mata...me mata porfavor..

— Já? Mas nós ainda nem começamos..

Freya foi até a mesa de ferramentas e pegou uma marreta de ferro, com força ela bateu em seu tornozelo fazendo o osso ficar exposto, Ivan gritou como uma criança e isso me agradou bastante. Ela fez isso pra evitar que ele fuja mas mesmo assim ainda deixou o outro tornozelo intacto para dar a ele falsa esperança de que poderia fugir.

Peguei a navalha sobre a mesa e fiz pequenos cortes em sua pele mas fundos o suficiente para o que planejamos..

— Isso vai ser nojento irmã, não está enjoada não é?

— Estou bem..

No canto perto da parede havia um balde fechado onde colocávamos a sujeira das outras vítimas, normalmente eram feses, urina, sangue, tripas e todo tipo de sujeira nojenta que incineravamos no fim da semana.

Freya e eu colocamos uma roupa de proteção e máscaras, pegamos toda essa merda nojenta e começamos a passar nos ferimentos dele. A cada vez que passávamos ele gritava e parecia querer vomitar, aquilo era realmente muito nojento mas eu estava adorando.

Passamos no ferimentos da barriga, das pernas e dos braços, ele estava suspenso por correntes apenas de cueca e isso facilitava a explorar seu corpo o máximo possível.

Quando terminamos de passar tudo aquilo nele Ivan vomitou pelo cheiro, Freya se aproximou dele o encarando com prazer e começou a explicar.

— Isso que passamos em você é merda assim como você é um merda... vamos te deixar aqui por três dias, suas feridas vão infeccionar, você vai ter febre, dores no corpo, e vai desejar estar morto... quando voltarmos aqui você vai ser tratado e vamos fazer de novo, talvez até pior e no fim do mês é melhor rezar pra que Victor esteja bem, porque só vamos te matar quando ele se recuperar.

Tiramos as roupas e saímos dali ouvindo Ivan gritar, os gritos eram satisfatórios porque era bom saber que ele estava sofrendo e que iria continuar sofrendo com a infecção. Quando subimos de volta ao quarto Nina estava sentada na cama da Freya e parecia estar nos esperando.

Eu sei que ela sabe o que estávamos fazendo só pelo jeito que nos olhou mas eu disse a ela que faríamos de qualquer forma, ela precisa entender que o que Ivan fez foi desprezível.

— Estava esperando vocês..

— Porque?

— Queria pedir desculpas pelo que Ivan fez a você Freya, ele nunca me castigou dessa forma mas eu sei que isso faz parte da nossa cultura.. é um tipo de castigo pra traição, mas você não merecia..

— Ninguém merece aquilo. Se Thomas não tivesse me encontrado na estrada eu poderia estar morta Nina e meu bebê também.

— Eu sei, porisso estou me desculpando por ele.

— Você não deve fazer isso, a culpa não foi sua... eu só espero que não fique chateada com meu irmão pelo que estamos fazendo com Ivan. Aquele filho da puta não merece nenhuma consideração.

— Eu entendo isso agora o Bill me explicou... mas como forma de compensação eu tenho uma coisa que vocês querem.

— Tem? O que?

— Eu sei o que existe naquele quarto lá embaixo... onde transamos..

Freya e eu nos olhamos curiosos porque Nina disse pra mim que não sabia.. ela nos estendeu uma chave antiga e eu peguei analisando o material de ferro antiquado.

— Preciso que vão lá ainda hoje, por favor Thomas é muito importante..

— Nina o que tem lá?

Ela parecia estar sem jeito para dizer, posso afirmar que ela tem medo da nossa reação e não estava entendendo o motivo até ela dizer.

— Minha tia.

Obsessão parte IIOnde histórias criam vida. Descubra agora