13. Conflitos pendentes

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Sasha
Point of View


Esperava que várias coisas acontecessem quando eu voltasse para o St. James, mas definitivamente não previa nenhuma das que realmente aconteceram. Provavelmente todo mundo acha que a parte mais ferida em mim neste momento é meu ego por ter perdido aquela merda de status, mas na verdade o que mais machuca meu coração é assistir a tudo que vai acontecer com Marcy sem poder fazer nada sobre.

Voltei para a escola ontem e naquele mesmo dia precisei ter uma conversa difícil com Wu porque Jane me contou como seus planos haviam mudado e Maggie passou a ser sua nova protegida. Meu primeiro impulso foi contar para Marcy e garantir que iria defendê-la daquela ruiva doida, mas ela negou, disse que não precisava de defesa e que aceitaria tudo que estivesse por vir, por algum tipo de bem maior. Eu chorei e Marcy chorou por me ver chorando.

Agora uma das minhas poucas esperanças é a garota que me traiu e me expôs. Claro que Anne surgiria como a porra da salvadora. Ainda a odeio mas preciso dela, mesmo que nunca vá admitir.

- Consegui! - Boonchuy sai alegre da diretoria com um papel em mãos - Agora oficialmente temos um clube.

Ela me entrega a folha e ao olhar o que tem escrito me deparo com o nome Sociedade das Poetisas Mortas.

- Sério? - Indago devolvendo o papel.

- É um ótimo filme, apesar do Neil-

- Spoiler! - Interrompo e Anne revira os olhos.

Fundar um clube de poesia é uma das muitas coisas que não acredito que estou fazendo, mas pelo menos é só de fachada, a realidade é que eu e Boonchuy queremos apenas uma sala para elaborar nossos planos. Esse é um direito que só clubes têm, então criamos um. Eu, a caipira e sua nova colega de quarto somos as únicas participantes porque é necessário no mínimo três pessoas, mesmo que eu ainda não saiba quem é a garota azarada que acabou tendo que dividir o quarto com Anne.

- A sua colega...

- Você vai gostar dela, antes de passar na nossa nova sala iremos buscá-la. - A que anda ao meu lado fala calmamente - Ela tem a língua afiada que nem você, só que é mais inteligente e educada.

Prefiro não responder para não causar a nossa sexta briga do dia. Não sei como vamos fazer vingança se estamos quase matando uma a outra. Anne tem essa carinha e jeitinho de boa moça, mas ela não é santa não.

Felizmente, e surpreendente, nosso caminho até o dormitório é calmo e silencioso. Quando chegamos na porta da acomodação de Anne ela a abre com um sorriso no rosto e a primeira figura que chama minha atenção é a de uma menininha asiática com trancinhas no cabelo arrumando sua cama calmamente.

- Waybright, te apresento minha nova colega de quarto. - Fico estática por um tempo até finalmente adentrar no quarto.

- É uma criança? - Pergunto enquanto o ser humaninho de bochechas estufadas e vermelhas vem até mim.

- Eu tenho onze anos! - A menina responde indignada - Mas apesar da sua indiscrição, faço questão de demonstrar que sou educada. Por tanto, prazer, meu nome é Naree Thongkham.

- Um nome bem fácil graças a Deus. - Respondo fazendo os olhos felinos da garotinha se encherem de mais raiva.

- Pode me chamar de Lia, é meu nome ocidental. - Retruca com o maxilar pressionado e volta a fazer a atividade que exercia antes de chegarmos.

Olho para Anne e seus olhos parecem brilhar, seu sorriso vai de orelha a orelha.

- Está tão derretida assim por uma criança Boonchuy? - Minha provocação parece não surtir efeito nela, que continua com a mesma expressão.

Good Girls Go Bad - Sashannarcy Onde histórias criam vida. Descubra agora