Capítulo 6

119 3 0
                                    


Blaise aparatou no meio de uma zona rural cercada por montanhas e florestas. O vento soprava forte nos arredores forçando Blaise a apertar as vestes em volta dos ombros para que não voasse.

Ele parou por um minuto para apreciar a paisagem que o cercava. Era a primeira vez que ele vinha aqui e ele tinha que admitir que ficou cativado pela beleza do lugar. Foi como um sonho.

Ele viu um pequeno rebanho de ovelhas ao longe, perto de um prédio que ele pensava ser uma fazenda. Eles estavam na beira da floresta que se estendia até o meio da montanha à sua frente. Esplêndido.

O tempo não estava muito acolhedor, o céu estava cinza naquele dia, mas não era algo que Blaise não gostasse. Ele adorava a nostalgia proporcionada por esse clima, mesmo que não fosse atraente.

Quando ele baixou os olhos; Blaise percebeu que seus pés estavam escondidos pela grama alta do campo. Provavelmente algum trigo ou milho, ele não sabia nada sobre isso.

Uma rajada de vento trouxe um cheiro particular ao seu nariz. Ele reconheceu imediatamente: chuva.

Ele não teve que esperar muito até que algumas gotas de chuva caíssem em seu nariz. Ele sorriu. Ele foi um dos poucos britânicos que amava seu país pelo clima.

Ele amava a chuva, os dias ruins, o vento e a tempestade.

No entanto, ele não gostava de neve. Era pesado, irritante e muito frio. Gostava dos dias chuvosos porque era sempre fácil cobrir-se e manter-se aquecido, mas a neve estragava sempre tudo. Londres congelaria quando nevasse. Perdeu a vivacidade característica. E Blaise odiava isso.

Um trovão repentino soou além das nuvens e Blaise decidiu partir.

Por mais que gostasse da chuva, ele também não queria pegar um resfriado e na terra trouxa nenhum feitiço o ajudaria.

Ele não precisou caminhar muito antes que a civilização humana aparecesse. Ao longe ele avistou o pequeno vilarejo sobre o qual Potter tanto lhe falara: os telhados de ardósia, as paredes de pedra e as chaminés que soltavam uma longa fumaça branca.

Um sorriso apareceu em seus lábios e ele se apressou, desdobrando a gola do longo casaco para proteger o pescoço do frio.

Ao passar pela placa que indicava o nome do povoado, o sino da igreja da aldeia tocou às seis horas, indicando que ele havia chegado na hora certa.

Como Harry lhe dissera, ele não precisou caminhar muito para chegar ao seu destino. Virou uma vez à esquerda, atravessou a pequena ponte no centro da aldeia, chegou à praça da fonte e tomou uma rua pedonal à direita.

A fachada da loja que Harry lhe descrevera em detalhes, tão característica e distinta, finalmente apareceu. Des flores e des bottes (Floreios e Borrões). 

Blaise, que tinha algum conhecimento de francês, não pôde deixar de sorrir ao acenar para a famosa livraria bruxa no Beco Diagonal.

A loja era tão bonita que ele quase teve medo de sujar a entrada com os sapatos encharcados de terra. As paredes externas foram pintadas de azul e o nome da livraria estava escrito em caligrafia preta. Ele não perdeu tempo e finalmente entrou, tocando a sineta da porta.

Logo a voz de Hermione Granger pôde ser ouvida no chão da livraria.

"Estamos fechados!" ela exclamou com uma voz ligeiramente trêmula.

Quando alguns saltos bateram em sua direção, ele foi pego de surpresa pelo latido repentino de um cachorro, escondido atrás do balcão.

"Pare, Albert," Hermione rosnou quando chegou ao fim da escada. "Zabini?"

BasorexiaOnde histórias criam vida. Descubra agora