– Devemos aumentar o período experimental antes de obter a licença! Um ano é muito pouco, muitos traficantes aproveitam-se disso! uma mulher exclamou de um dos bancos da Suprema Corte. Criaturas mágicas protegidas não deveriam ser acessíveis a qualquer pessoa. O Ministério da Magia Britânico é muito negligente.
– Madame Beauchamp, peço que se sente! respondeu o ministro com entusiasmo.
Blaise suspirou e passou a mão pelo rosto. Esse tipo de público foi a razão pela qual ele gostou cada vez menos de seu papel como membro do Wizengamot. Ele foi forçado a comparecer a votações de leis que não lhe interessavam de forma alguma, por razões às vezes tão estúpidas quanto o período experimental antes de obter uma licença para manter criaturas protegidas. Ele tinha muitas outras coisas para fazer.
No entanto, a pressão que o ministro exerceu sobre ele o impediu de dizer qualquer coisa. Ele não poderia perder uma única audiência, correndo o risco de perder o apoio de seu superior para aprovar as leis que realmente importavam para ele.
Ele teve que se envolver e dar a impressão de apoiar o ministro na sua tomada de decisão, tivesse ele algo a ver com isso ou não.
Ele encontrou o olhar de Shacklebolt e soube que era sua vez de intervir. Ele limpou a garganta e se levantou, abotoando o paletó enquanto fazia isso.
– Queridos irmãos e irmãs. Penso que é bom recordar, antes de mais, que este período experimental foi instaurado há anos e que ninguém nunca sentiu necessidade de o alterar. O tráfico de criaturas é agora totalmente controlado pela Mesa competente e penso que seria uma grande afronta mudar alguma coisa. Você não confia em nossos aurores e naqueles que trabalham dia e noite para proteger criaturas mágicas?
Aplausos ressoaram durante toda a assembléia e Blaise permitiu-se sentar-se. Ele encontrou o olhar satisfeito do ministro e suspirou. Ele havia desempenhado seu papel, estava acabado para ele.
Ele não estava orgulhoso, no entanto. Ele viu a decepção no rosto de Beauchamp e, mesmo que essa causa não lhe importasse, sabia que havia defendido o partido errado. Uma pontada de culpa tomou conta de seu coração. Este foi frequentemente o caso recentemente.
Ele dizia a si mesmo que era o melhor, que estava garantindo um futuro melhor para seus amigos. Raramente era suficiente para amenizar sua culpa.
A audiência terminou cerca de dez minutos depois. O projeto foi rejeitado. Blaise foi parabenizado, incentivado a continuar e até recebeu convites para jantar de colegas que nunca haviam conversado com ele.
Ele passou por Hannah Abbot no corredor. Ela não o cumprimentou. Ela consolou Beauchamp e apenas lançou-lhe um olhar sombrio.
Blaise só se lembrou disso daquele dia.
oOo
Um ano. Já faz um ano. Theo achou difícil acreditar.
O tempo passou tão rápido. Ele se viu encarando Blaise novamente, depois encarando Harry. Ele sentiu como se fosse ontem que colocou a aliança no dedo do marido.
Lembrou-se daquele dia em que jurou a si mesmo viver, desfrutar. Este período em que estes factos simples exigiam tanto esforço.
Isso já durava um ano, no entanto. Um ano que viveu, que sobreviveu. Um ano em que aprendeu o que era a felicidade, o que era a simplicidade de um bom jantar ou de um passeio nos jardins. Um ano desde que ele não pensava mais constantemente em seu pai, Azkaban e em sua juventude torturada.
Ele estava casado há um ano e mesmo assim Théo tinha a impressão de que isso durava desde sempre. Foi um paradoxo interessante. O tempo passou rápido, mas parecia eterno.
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Basorexia
Fanfic(Tradução) Após a guerra, todos os Comensais da Morte marcados são presos em Azkaban por um período mínimo de quinze anos. Depois de uma dura luta, Harry Potter e Blaise Zabini conseguiram libertar alguns dos Comensais da Morte sob certas condições...