O silêncio na sala da casa de Hermione era pesado. Ela, Blaise e Pansy estavam sentados ao redor da mesa circular, uma garrafa de suco de maçã aberta para a ocasião e uma torta de framboesa descongelada colocada no centro.
Blaise adicionou discretamente uísque ao copo. A mistura era horrível, mas essa era a menor das suas preocupações.
Hermione estava mexendo na dela com a cabeça baixa, deleitando-se com o desconforto de tudo isso.
Pansy havia acendido um cigarro e estava fumando enquanto observava o pôr do sol através das janelas que emolduravam a porta da frente.
Eles estavam lá há horas. Nenhum deles se atreveu a se mover. Os copos das duas jovens estavam vazios. Blaise preenchia o seu a cada hora.
Hermione não se atreveu a olhar para sua mão, adornada com uma joia nova. Ela preferiu ignorar o acontecimento que animou seu dia. Animar é um verbo curioso para descrevê-lo. Ela estava em total negação. Ela optou pelo esquecimento em vez de confrontar a realidade das coisas.
Ela olhou para Albert, que estava deitado a seus pés, a cabeça apoiada nas patas. Ele provavelmente era o único que estava relaxado. Ele andava indo e voltando entre o exterior e o interior desde que chegaram em casa e às vezes vinha implorar um abraço à amante.
Foi chato, sinistro. Tanto que parecia que os três tinham acabado de chegar de um funeral e não de um casamento.
Blaise pigarreou, tirando Hermione de seus pensamentos. Ela olhou para ele no mesmo movimento que Pansy.
"Acho que deveríamos ir para casa, Pans," ele disse gravemente, olhando nos olhos de sua esposa. "É provável que ele fique dormindo por vários dias e não acho que ficar aqui seja uma ideia sensata."
Não era preciso ser um gênio para perceber que sua última frase era uma referência à necessidade de solidão de Hermione. Ela agradeceu interiormente.
Pansy assentiu, suas mandíbulas cerradas. Ela realmente não parecia concordar com o marido, mas não discutiu.
"Obrigada pela bebida, Granger," ela simplesmente disse, levantando-se. "E– obrigado pelo resto."
Hermione encolheu os ombros, sem saber como responder. Ela só queria ir para a cama e deixar esse dia acabar. Ela queria voltar para sua vidinha tranquila e esquecer que ela havia sido perturbada por um homem alto e louro, com olhos cinzentos e mortos.
Blaise se levantou e sacou sua varinha. Involuntariamente, Hermione recuou com o gesto, mas fez o possível para escondê-lo.
Blaise fingiu não ter visto e arrastou a capa dele e de sua esposa até ele. Ele se perguntou como Draco conseguiria superar a convivência com alguém que, após sete anos de aposentadoria, ainda estava tão traumatizado pela guerra. Mas eles não tiveram escolha. Granger era a única opção deles.
Mas ele prometeu a si mesmo que faria o possível para apoiar Draco, apesar da presença de Hermione. Ela e ele não eram próximos, mas ela não o impediria de ajudar seu melhor amigo.
"Obrigado pela sua hospitalidade, Granger," ele disse a ela enquanto ajudava Pansy a vestir o casaco. "Você poderá me enviar uma carta ou entrar em contato comigo por flu quando ele acordar?"
"Farei o meu melhor", ela respondeu simplesmente.
Ela nem sabia se se sentiria capaz de se aproximar da porta do quarto onde Malfoy estava deitado.
Ela não se levantou da cadeira e continuou a mexer no copo vazio. Ela não se preocupou em acompanhá-los até a porta. Afinal, eles conheciam o caminho.
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Basorexia
Fanfic(Tradução) Após a guerra, todos os Comensais da Morte marcados são presos em Azkaban por um período mínimo de quinze anos. Depois de uma dura luta, Harry Potter e Blaise Zabini conseguiram libertar alguns dos Comensais da Morte sob certas condições...