Gina estava tremendo toda. Seu peito estava comprimido, seus músculos tensos e lágrimas escorriam por seu rosto. Ela se sentiu mal, terrivelmente mal. Era como se todos os seus membros estivessem fluindo pelo seu corpo, como se ela estivesse se decompondo de dentro para fora. Ela estava com calor, mas com frio ao mesmo tempo.
Ela se levantou sem saber se suas pernas a sustentariam por muito tempo.
– Com licença... eu... eu tenho que sair, ela gaguejou antes de sair correndo da sala.
Ela não pensava em nada além de Astoria, seu rosto e sua voz. Para sua traição. Ela se sentiu enganada, estúpida. Como ela poderia ter sofrido tudo isso sem ver? Como ela poderia ter acreditado que tudo estava perfeito?
Ela se sentiu mal. Ela estava tonta.
Ela se arrastou para fora. Ela precisava de ar fresco, uma grande lufada de ar fresco. Faça chuva ou vento, ela não se importava. Ela estava sufocando.
Como ela pôde mentir para ela daquele jeito? Escondendo dela algo tão grande, tão sério? Ela estava com dor, muita dor.
Ela estava iludida, ela estava cega.
Ela a odiava. Ela a odiava de todo o coração, de toda a alma. Todas as esperanças, todos os sentimentos que ela tinha por Astoria desapareceram no segundo em que Harry mencionou Daphne.
Dafne. Ela não conseguia acreditar. Astoria falara mal da irmã tantas vezes, argumentando que ela merecia o que estava vivenciando na Grã-Bretanha, que estava exagerando sua condição. Ela levou Ginny a acreditar que sua irmã era a encarnação do diabo, que ela não valia nada. E ela estupidamente acreditou nela, apoiou-a.
Ela soluçou sem conseguir se acalmar. Ela estava em choque. Paralisado. Em transe.
Alguém colocou a mão em seu ombro e ela pulou, virando-se abruptamente. Ela enfrentou o olhar calmo e composto de Theo.
– Vamos caminhar? ele sugeriu, entregando-lhe um lenço de papel.
Ela olhou para ele por vários segundos, incapaz de acreditar no que estava acontecendo. Ela ainda estava fora do tempo, fora de sua realidade.
– Eu... E Rachel? Ela... eu deveria...
– Deixe isso, Harry cuidará disso. Vamos dar um passeio.
Desta vez ele estendeu a mão direita para ela e ela não pôde recusar. Ela se levantou, com as pernas tremendo, enquanto limpava o nariz e as bochechas com o lenço. Ele passou o braço pelo dela e ajudou-a a sair para o jardim.
Depois de alguns minutos de silêncio, ela soltou o braço dele e caminhou sozinha. Seus soluços se acalmaram, enquanto sua raiva aumentou.
"Eu nunca a amei", ela disse asperamente. Eu a adorei. Eu a divinizei.
Theo permaneceu em silêncio. Ele colocou as mãos nos bolsos e caminhou ao lado dela sem dizer uma palavra. Ela precisava conversar, queria gritar, gritar sobre o quanto a odiava.
– Engoli tudo o que ela me disse sem nem pensar. Ela sempre tinha razão, ela me dizia o que fazer, o que vestir, o que dizer. E eu nem percebi. Eu ficava o tempo todo apavorado, tinha medo que ela me abandonasse, que ela ficasse brava comigo por cada coisinha que eu fizesse. Era assim todos os dias, eu estava sempre atento para que ela estivesse feliz e orgulhosa de mim.
Ela bufou com raiva. Ela ficou furiosa.
– Eu a odeio, ela riu friamente. Ela arruinou minha vida por dois anos e eu nem percebi. Ela me perverteu, ela se infiltrou em tudo que eu fiz para controlá-lo. É isso, ela estava me controlando, na verdade.
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Basorexia
Fanfic(Tradução) Após a guerra, todos os Comensais da Morte marcados são presos em Azkaban por um período mínimo de quinze anos. Depois de uma dura luta, Harry Potter e Blaise Zabini conseguiram libertar alguns dos Comensais da Morte sob certas condições...