Capítulo: 36

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Hermione estava enfiada na cama desde que voltou da cozinha, incapaz de pregar o olho pelo resto da noite. Ela simplesmente não conseguia.

Ela se sentia miserável, doente, louca e exausta. Ela estava perdida, imersa em um turbilhão de emoções diferentes que ela não conseguia parar.

Sua cabeça girava enquanto ela estava deitada sob as cobertas. Sua boca estava pastosa, apesar de escovar vigorosamente os dentes três vezes. Seu corpo estava fraco e esgotado, à beira do desmaio, mas o sono não vinha.

Ela inadvertidamente acordou Albert e aproveitou a oportunidade para deixá-lo entrar em seu quarto. Sua presença a confortou. Pelo menos era nisso que ela vinha tentando acreditar nas últimas quatro horas.

Ela se sentiu culpada. Ela se sentiu uma idiota. Ela queria arrancar os olhos para não precisar mais se olhar no espelho, arrancar os cabelos para poder mover a dor do coração para outro lugar, ou arrancar os dentes para não ter que passar por isso. uma de suas compulsões novamente.

Ela se odiava pelo que acabara de fazer. Foi o que a manteve acordada. Sua náusea a impediu de consumir uma segunda poção para dormir sem sonhos.

As poções, embora úteis, estavam se mostrando cada vez mais perigosas para seu organismo. Ela sabia disso. Mas ela não queria fazer nada a respeito. Ela preferiu fechar os olhos e não pensar nisso.

Se ela não pensasse nisso, não existiria, certo?

Seu sono normalmente era perfeito por causa das poções, isso era tudo que importava. Não seus surtos de acne. Não sua compulsão alimentar. Não sua falta de gosto para comida. Não a pilha de cabelo no fundo da banheira após cada escovação. Não as dores de cabeça que vinham acontecendo há alguns dias.

Nada disso importava. Ela não queria que isso importasse.

Ela não podia se preocupar com sua própria saúde, acima de tudo. Havia coisas maiores que atormentavam sua mente.

Ela tinha tanto medo. Com medo da reação de Malfoy quando descobrisse que ela havia comido todas as sobremesas nas quais ele havia trabalhado tanto. Com medo de Pansy quando ela soube disso. Com medo da pena que seria sentida por ela. Medo de não conseguir parar as compulsões que não aconteciam há um ano. E acima de tudo, com medo de ter que parar de tomar suas poções.

Seria um pesadelo. Ela voltaria para o inferno. Se ela já não estivesse lá.

Hermione apertou as pálpebras com força e gemeu de frustração. Eram seis da manhã, ela já deveria estar tomando banho.

Ela não tinha forças. O sono finalmente estava chegando.

oOo

Draco só estava acordado há alguns minutos, mas já estava acordado e trocado. Ele não tinha ido tomar banho, não estava acostumado a fazê-lo na presença de Granger, mas estava preparado para começar o dia.

Como fazia todas as manhãs, esperando pelas poucas batidas de Granger na porta, ele se encostou no batente da janela aberta e esperou pacientemente que Wynn voltasse de sua caçada noturna.

O sol ainda não havia nascido, mas Draco sabia que sua coruja chegaria logo, já que ela preferia dormir dentro de casa.

Na verdade, apenas alguns minutos depois, ele a viu flutuando no céu como se ela o estivesse dominando. Suas penas cinzentas refletiam-se ao luar e seus olhos claros olhavam para ele.

Com algumas batidas de asas, ela o alcançou e pousou em seu braço enquanto ele o estendia para ela. Gritando, ela esfregou o bico no ombro de Draco, e ele acariciou o topo de sua cabeça com a mão livre.

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