Capítulo: 43

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Pansy sentiu seus olhos se encherem de lágrimas no momento em que Draco saiu de sua linha de visão. Seu coração estava na garganta.

Foi tudo culpa dela. Ela sentiu como se tivesse perdido tudo. Como as coisas poderiam ter dado tão errado? Ela se sentia esgotada, esmagada, exausta. Seu mundo estava desmoronando.

Seu coração e sua cabeça doíam enquanto ela lutava para entender a situação surpreendente em que se encontrava agora. Será que ela realmente havia perdido tudo em tão pouco tempo? Como ela poderia ter acreditado nessa felicidade fingida?

Ela colocou um pé na frente do outro, pronta para alcançar seu melhor amigo e dizer a ele o quanto sentia muito, mas Blaise agarrou seu pulso para impedi-la. Ela voltou um olhar enevoado para ele, confusa com seu gesto.

"O que você está fazendo, eu preciso falar com ele, eu preciso-"

"Isso não é uma boa ideia, Pans," ele disse sombriamente, balançando a cabeça. "Não vamos piorar as coisas."

Ela se afastou de seu aperto e olhou para ele, a sensação de traição tomando conta dela. Ela não entendia mais nada, as coisas estavam saindo do controle, ela não se sentia mais no controle.

"Pior? Você está realmente dizendo isso para mim, Blaise Zabini?"

"Pans..."

"Não! Eu me recuso a acreditar que você não quer melhorar as coisas!

"E como você planeja fazer isso? Você viu, assim como eu, o quão bravo Draco está! Seria inútil! Ele é tão teimoso quanto você. Ele se recusará a falar com você até que se acalme!"

Ela balançou a cabeça enquanto lágrimas rolavam pelo seu rosto. Foi surreal. Ela não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo com ela.

"Nós estragamos tudo", ela respirou, seus soluços fazendo a próxima declaração pouco acima de um sussurro. "Nós estragamos tudo."

Ela enxugou o rosto com raiva e correu para a porta da frente, sem sequer olhar para os outros. Ela pegou o casaco e saiu para o ar frio do inverno.

Como as coisas ficaram tão fora de controle?

Isso foi tudo culpa dela. Tudo sempre foi culpa dela e ela nunca conseguiu consertar. Ela precisava de um pouco de ar. Ela desejou poder dormir e não acordar novamente. Ela precisava que tudo parasse. Isso vinha acontecendo há anos, nunca parando. Ela estava sem fôlego com tudo isso, seu corpo e sua mente gritavam pelo fim.

Agora que Draco abriu os olhos para tudo, ela percebeu o quão cega estava. Ela se lembrou dos olhares envergonhados de Hermione, da refeição que ela comeu de cabeça baixa e de suas tentativas de falar. Todas as vezes, Pansy a interrompeu com entusiasmo ao falar sobre a festa de Natal deles.

Pansy caminhou alguns metros em direção à horta e sentou-se em um grande tronco de árvore que a margeava. Ela conjurou para si mesma um maço de cigarros com um aceno de varinha e colocou um entre os lábios depois de aceso, mas seu coração continuou disparado. Ela poderia ter fumado dezenas deles se isso aliviasse a dor no peito.

O olhar zangado e desapontado que Draco lhe dera assombrou-a com uma culpa terrível. Ela podia ver isso em sua mente, ela ainda podia sentir a raiva dele enquanto ele discutia com ela, girando em sua mente. Ela se sentiu tão pequena, tão insignificante naquele momento. Incapaz. Fraco. Falha.

Ela olhou para a janela apagada do quarto da amiga e enxugou as lágrimas com a ponta da manga.

Com outra tragada no cigarro, Pansy se perguntou por que ela não tinha ouvido Hermione?

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