CAP.22

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POV-WEDNESDAY

Não consigo tirar medidas para o ódio que senti quando vi com meus próprios olhos Ajax Petrópolis abraçando e beijando Sinclair por trás. Ódio. Ódio puro e cru.

No mesmo momento que ia checar se ela havia chegado, me deparei com a cena mais repugnante do mundo. Porém, a felicidade bateu no mesmo instante quando ela se virou e acertou a cara de cafajeste dele com um belo tapa.

No entanto, meu corpo entrou em alerta rapidamente com a forma que Sinclair reagiu. Foi de longe uma reação do qual eu não esperaria de alguém tão calma e doce quanto ela. A atitude do advogado da minha editora parece ter desengatilhado alguma coisa nela.

Eu não fiquei para ver até o final. Pois achei que ela estava dando conta do recado. Tinha ouvido o bastante quando ela disse que gostava de uma mulher foda comendo sua buceta bem gostoso.

Minha vontade era de sair da sala e aplaudir suas lindas palavras. Vi nitidamente que isso deixou o rapaz com a masculinidade ferida.

Voltei para minha sala e deixei que ela mesmo o colocasse em seu lugar. Mas é claro que eu também não vou deixar isso impune. O Ajax Petrópolis está no topo da minha lista negra. Ele vai sentir o gosto das minhas palavras humilhantes antes de ir parar na rua. Seria fácil demais se apenas o mandasse embora assim.

O que eu não esperava era me deparar com uma Sinclair tão vulnerável e doente. Confesso que senti meu coração se quebrar ao vê-la dessa forma. E isso só me comprovou que ele passou muito, muito da linha vermelha com aquela atitude.

Levantei os olhos do computador para o sofá, e vi a loira dormindo toda encolhida com uma manta sobre seu corpo. Foi questão de minutos para ela adormecer em meus braços.

Fiquei encarando seu rosto todo avermelhado por causa da febre, e me peguei pensando no que mais ela passou para ter ficado assim, tão frágil.

Será que ela foi abusada quando era mais nova? Porra. Não, não pode. Não aceito que isso possa ser uma possibilidade.

Fui tirada do transe quando meu telefone tocou. Tirei o mesmo do gancho e coloquei na orelha.

- Fala... Sim, pode deixar ela subir. Oriente ela a chegar na minha sala.- Não esperei uma resposta, apenas desliguei.

Levantei da cadeira e ajeitei minhas roupas. Me aproximei tocando seu rosto com cuidado. ''tão linda. Como pode ser tão linda assim?''

Olhei na direção da porta quando duas batidas foram deferidas. Levantei e mal abri vendo um vulto todo desesperado passando por mim sem ao menos dizer um oi.

- Cadê ela. Onde ela está?- A mulher varreu minha sala com os olhos.

A expressão de pavor, me fez ver o quanto ela se preocupa com a loira.

- Porra, Enid.

Fechei a porta vendo ela se abaixar na frente da minha assistente. A amiga acariciou seus cabelos e deu um beijo em sua testa.

- Senhorita Tanaka, posso saber o porque permitiu que ela viesse trabalhar nesse estado?- Perguntei em tom calmo. Porém usando um pouco de firmeza na voz.

Observei os movimentos ao se levantar. Me encostei na mesa e cruzei os braços. Ela se virou na minha direção e me fitou de cima a baixo duas vezes. Cerrou a mandíbula e me olhou com um certo desprezo.

- Eu tentei. Mas ela não me deu ouvidos.- Arqueei a sobrancelha. - Acredite, você não a conhece tão bem. Ela consegue ser bem teimosa quando quer. E quando coloca uma coisa na cabeça nem macumba tira.

ATÉ TE CONHECER (WENCLAIR)Onde histórias criam vida. Descubra agora