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Allane
   
    Porra, aquilo não poderia ter acontecido. Mas naquele momento, eu queria, quis até demais. O beijo dele foi calmo e violento ao mesmo tempo, parece que ele queria aquele beijo tanto quanto eu.
   
    Quando voltei pra cama de Mari. Ela ainda estava dormindo, então peguei meu lençol e me enrolei.
   
    Fiquei horas acordada pensando no que tinha acabado de acontecer, a minha vontade era de voltar lá e terminar o que a gente tava fazendo, mas quando eu lembrava quem era ele, a vontade automaticamente passava.
   
    Mari não poderia saber disso nunca, muito menos minha mãe, acho que ela me enterraria viva. Isso nunca mais iria acontecer, eu não poderia ceder a esse ponto novamente, mesmo que eu tivesse gostado muito.
   
    No outro dia acordamos cedo, como era uma segunda feira, Mari tinha aula, então eu consequente ficaria em casa só.
   
    -Você volta que horas Mari? -Perguntei. Eu tava deitada e Mari se maquiando no espelho.
   
    -Volto 12h. Você espera pra gente almoçar juntas tá, vou trazer quentinha da rua pro nosso almoço. -Mari comentou.
   
    Ela também tinha me falado ontem que uma senhora cozinha pra eles, só que com minha chegada aqui, o irmão dela deixou a senhora afastada, consequentemente pra não me ver por aqui.
   
    - Vocês acha ruim se eu cozinhar ? Aqui não tem nada pra fazer sem você, pelo menos vai ser uma distração. -Me referi a ele e ao Carlos.
   
    - Claro que não amiga. Eu vou até achar melhor, é bom que não gasto meu dinheiro, e a sua comida é perfeita. -Eu e ela rimos.
   
    Cozinhar era o meu hobby, como eu não saía de casa quando era menor, eu ficava vendo as cozinheiras da minha casa preparar a comida, então aprendi cozinhar muita coisa com elas.
   
    -Vou preparar um risoto pra gente. -Ela fez uma dancinha de comemoração.
   
    Quando Mari terminou de se arrumar, fomos pra sala tomar café da manhã. Nos meus pensamentos eu só pedia a Deus pra não encontrar com o seu irmão logo cedo, eu não sabia com que cara olharia pra ele depois de ontem.
   
    - A casa é toda sua. Meu irmão não vem em casa durante o dia, então fica tranquila e aproveita, vai pra piscina. -Mari falou quando ia saindo de casa pra ir até a faculdade.
   
    Dei um abraço nela e desejei um bom dia a ela. Fiquei mais tranquila quando ela falou que o irmão não parava em casa, então resolvi lavar uns pratos que tinha na pia, pra depois começar a preparar as verduras do almoço.
   
    Todo mundo que me vê assim acha que sou fresca por ter sido criada no bom e no melhor, que não sei varrer uma casa, lavar um prato, passar um pano. Muito pelo contrário, desde novinha fui criada com pessoas fazendo isso na minha casa. E as babás e as cozinheiras eram as únicas "amizades" mais fiéis que eu tinha. Como eu gostava de ficar conversando com elas, enquanto elas trabalhava, comecei a aprender o básico com elas.
   
    Comecei a preparar o almoço, cortei todas as verduras e coloquei o arroz no fogo. Quando sinto alguém me olhando na cozinha, dou um pulo pra trás.
   
    -Quem diria em, a patricinha fazendo as coisas. -Era Carlos, ele estava parado perto do balcão me olhando. Ele estava sem blusa, um pouco suado, evitei olhar muito.
   
    -Eu gosto tá disso. -Falei sem dá muitas explicações.
   
    -Tá fazendo o quê pra gente? -Ele perguntou e eu ri.
   
    - Pra mim e a Mari estou fazendo um risoto. -Mari falou que o irmão sempre comia em casa, então eu também tava preparando pra ele. Mas quis brincar um pouco.
   
    -Ei garota, para os 3 tá. Esqueceu que você tá na minha casa. -Ele jogou um pano de prato em mim, joguei de volta nele, que pegou na sua cara.
   
    -Mari pediu pra avisar que vai chegar mais tarde hoje, porque vai resolver umas coisas na faculdade. -Apenas assenti e voltei o que estava fazendo.
   
    Carlos saiu da cozinha e eu continuei o meu almoço.
   
    Quando foi por volta das 12h30, sentei na mesa pra começar a comer, e pro meu desgosto, foi a mesma hora que Carlos também chegou.
   
    Ele sentou na minha frente e começou a comer também, ele não parava de me olhar, e nem sequer falava nada, isso me deixava louca.
   
    - O que você quer em, não para de olhar pra mim, perdeu alguma coisa na minha cara. -Tomei coragem e perguntei a ele.
   
    - Não bebê, não perdi nada, relaxe. Você não gosta que olhe pra você ? -Ele perguntou, e eu sentia sua ironia de longe.
   
    - Não gosto nenhum pouco. -Respondi seca.
   
    - Ontem você não reclamou. - Ele começou a rir e saiu da mesa me deixando sozinha com os meus pensamentos querendo matar ele.
 

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