Carlos
O que Allane acabou de falar poderia ser loucura, mas eu sentia sinceridade na sua voz, é como se ela estivesse sentindo a dor, a dor da minha irmã.
Eu não respondi, apenas pedi que ela desse tempo ao tempo. Nesse plano eu estava sozinho, na verdade eu estava contando apenas com o Juninho. Depois que o Juninho me falou que no morro tem um X9, não contei pra ninguém que Allane estava na minha casa, nem pro meu braço direito, que é o Diego.
Eles se perguntavam o tempo todo o que eu tinha feito com a garota, mas eu apenas dizia que ela estava em um local seguro.
Os seguranças na minha casa já era comum, eu apenas reforcei e disse pra eles que a delegada tava tentando mirar na minha prisão. E é claro, eles acreditaram.
Subi pro quarto pra ver como Mari estava, ela era mais apegada a Dona Neide do que eu, então com certeza ela ia sentir mais à morte dela do que eu. Cheguei perto dela e dei um abraço forte.
- Eu não acredito Irmão que ela morreu. Eu não consigo acreditar, a nossa segunda mãezinha Carlos. - Ela chorava nos meus braços.
- Mari se acalma por favor, pode ser certeza que ela está em um lugar melhor. -Eu não era bom nos conselhos, então tentei confortar ela.
Ficamos um bom tempo ali naquele abraço, quando Mari se acalmou, queria conversar com ela sobre Allane, a garota não tinha culpa de ter uma mãe daquelas.
- Mari, chama a Allane pra vim pra cá. Não adianta você ficar com raiva da menina, ela não tem culpa, você sabe. -Ela me olhou estranho.
- Eu sei, eu me exaltei. Vou chamar ela pra cá e pedir desculpas. -Ela falou.
- Ela quer tentar ajudar de alguma forma, disse que falaria com a mãe e tal. -Passei por cima a conversa que tive com Allane.
- E o que você acha disso ? - Ela perguntou curiosa
- Não sei Mari. Tem que ver isso com calma. - Falei.
- De alguma forma seria uma estratégia boa, mas tem que ser de coração, e a delegada tem que sentir isso, aliás é a filha dela. - Mari falou, e ela tinha muita razão.
- Verdade Mari. Vou descer viu agora, tô brocado de fome. - Falei pra ela que riu.
- Carlos chama a Allane pra cá. - Ela pediu e eu apenas assenti com a cabeça.
Desci as escadas devagar, a porra desse braço doía muito, ia ter que ficar de repouso durante uns dias, o que era péssimo.
Sentir um cheiro bom de comida lá na cozinha, era Allane no pé do fogão.
-Você e Mari gosta de sanduíche, tô fazendo pra vocês dois. -Fiquei observando enquanto ela fazia.
-Gosto de tudo que você faz morena. E Mari te chamou lá em cima, depois sobe lá. -Allane soltou um sorriso envergonhada.
- Vou já lá, só terminando aqui.
Quando Allane terminou, comecei a brocar o meu prato, aquilo tava bom normal não, a garota tinha o jeito de cozinhar viu.
Antes dela subir, puxei ela pra perto mim.
- Se quiser ir no quarto depois, estou precisando de cuidados especiais, tipo aquele lá de hoje mais cedo. -Falei baixinho no ouvido dela, que se arrepiou toda.
- Com esse braço aí, você não pode fazer nenhum movimento brusco, uma pena né. -A garota falou e saiu dando beijinho pro ar, era uma convencida mesmo viu.
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Meu Sequestrador.
RomanceAllana Albuquerque, filha de uma das delegadas mais tementes do Rio De Janeiro, onde faz questão de colocar cada traficante eu seu devido lugar, Na Prisão. De outro lado Carlos, traficante temido por todos, principalmente pela mãe de Allana, que o t...