Carlos
Estávamos na estrada, íamos em direção a uma casa que tínhamos no interior do Rio de Janeiro. Quando Juninho me ligou, eu nem acreditava, a porra do X9, eu iria fazer sofrer na mão.
Nosso plano era ligar pra velha da delegada, já tinha equipado o celular pra deixar sem nenhum tipo de rastreador.
Allane parecia confiante, ela não passava um olhar de medo. Eu gostava dessa mulher demais, se esse plano desse certo, ela iria voltar pra casa e eu e Mari seguíamos em frente.
Estávamos próximo ao ponto que combinei com elas de ligar pra mãe de Allane. Minhas mãos tremia de nervoso, acho que nunca senti isso na vida. Eu sabia que a gente ia pôr um fim nisso tudo, e Allane iria embora das nossas vidas.
Paramos em uma cidade pequena, havia algumas casas por ali. Paramos o carro e Allane se ajeitou no banco de trás. Elas tinham montado um cenário branco, pra não ficar perceptível que ela estava em um carro durante a chamada de vídeo.
-Pronta? -Perguntei e ela assentiu que sim. Dei um selinho nela.
Já com o celular em mãos, Allane ligava pra mãe. O celular tocava tocava e a velha não atendia de jeito nenhum, eu tava puto e nervoso.
Allane estava confiante que ela ia atender. Diferente de mim e Mari.
-Mamãe. -Do nada Allane falou e eu e Mari ficamos completamente mudos.
-Minha filha, onde você está querida, você está bem? -A mãe dela fazia diversas perguntas ao mesmo tempo, dava pra ouvir claramente sua voz de choro.
Allane nos deu um sinal com a mão que sua mãe estava sozinha em casa.
-Mãe eu queria pedir algo a senhora. Minha vida está nas mãos da senhora nesse momento.
A mãe dela escutava, mas não falava nada.
-Mãe por favor. Escuta bem. Eu só preciso que a senhora entenda de uma vez por todas a situação que a senhora tá causando. Eu estou a mais de 1 mês sequestrada mãe, mas queria dizer pra senhora que esse tempo todo nunca fui maltratada, conheci pessoas que jamais eu pensei que ia conhecer. O intuito desse sequestro foi apenas a paz deles mãe. A senhora já parou pra pensar quantas vidas inocentes morre quando essas invasões acontecem. Pessoas que não tem nenhum tipo de culpa mãe. -Allane chorava enquanto falava, eu sentia demais que ela falava aquilo do fundo do coração.
-E o que eles querem minha filha ? Eu só vou me aquietar quando você estiver aqui comigo Allane, eu não vou te deixar na mão desses criminosos. Eu sei que eles estão te obrigando a falar isso. -A delegada falou.
-Eu terei minha liberdade mãe, quando você prometer aqui nesse momento que a senhora vai dá sinal de paz pro morro Mãe. É somente isso, eu não estou sendo obrigada a falar isso, eu estou pedindo por favor que a senhora se coloque no lugar de cada pessoa que mora naquele morro, eles não tem culpa. -Allane soluçava enquanto falava, minha vontade era somente de abraçar ela.
-Minha filha, são todos criminosos, não merecem ter vida digna. -A Delegada falava, minha vontade era de atravessar esse celular e quebrar a cara dela.
-Mãe é a minha decisão, eu estou falando isso do fundo do coração, eu só preciso que a senhora prometa sinal de paz naquele morro. Eu vou voltar pra casa, voltar pra nossa família, mas prometa de uma vez por todas deixar essas pessoas de lado.
Quando a Delegada ia começar a falar, a chamada de vídeo foi encerrada pela mesma.
-Não é possível. Eu sou a merda da filha dela. -Allane gritava desesperada.
Mari lhe deu um abraço e disse que ia ficar tudo bem.
-Ela vai ligar de volta Allane, vamos ter fé. -Mari falava.
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Meu Sequestrador.
RomanceAllana Albuquerque, filha de uma das delegadas mais tementes do Rio De Janeiro, onde faz questão de colocar cada traficante eu seu devido lugar, Na Prisão. De outro lado Carlos, traficante temido por todos, principalmente pela mãe de Allana, que o t...