Meu Sequestrador.

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Allana

Depois que acordei do susto, uma moça cuidou de mim, me deu comida e remédio pra passar a dor, ela não falava nada, apenas ficava me olhando enquanto eu lhe obedecia. E o outro rapaz, cujo acho que seja o dono do morro, também ficava me olhando de longe.

Estava parecendo uma criança.

Eu não estava no quarto, estava em uma sala, tinha apenas um sofá e longe tinha uma cozinha pequena. Aqui parecia uma espécie de galpão abandonado, mas só Deus sabia onde era esse lugar.

-Obrigada. -Agradeci entregando o prato de comida a ela.

-Vou ficar aqui, queira você ou não. -A moça falou pro outro rapaz.

-Não. -Eles respondeu rapidamente

Eles saíram pra longe pra conversar, acho que era namorada dele, ela era muito bonita por sinal.

Eu estava com medo, com dor, estava me sentindo muito mal. Comecei a chorar baixinho, eu não acreditava que minha vida tinha dado essa reviravolta tão grande.

-Fica tranquila tá, nenhum deles mais vai tocar em você, eu prometo pra você. -A moça voltou, me tranquilizando, com ela talvez eu me sentia mais segura.

-Qual o seu nome? -Perguntei a ela.

-Mariana, mais pode me chamar de Mari. Eu sou irmã do Carlos, eu ameacei a ele, se eu não ficasse aqui com você. -A última parte eu e ela rimos juntas.

-Você é enfermeira? -Perguntei curiosa.

-Sou somente técnica, mas estou fazendo faculdade de enfermagem, estou no 3 período. -Ela respondeu animada.

-Faço direito, mas o meu sonho é a área da saúde sabe. -Confessei pra ela.

-E porque você não faz menina? -Mari perguntou.

-Minha mãe quer que eu siga os passos dela, seja uma grande delegada igual a ela, mas eu tenho pavor disso. -Contei rindo pra ela, que riu junto comigo.

-Eu não sei por quais motivos você está aqui Allana, mas te prometo que não vou deixar ninguém tocar em você. Ainda não tive tempo direito de conversar com meu irmão pra saber o que ele quer com sua mãe, até porque eu cair de paraquedas aqui, igual a voce, não sabia desse plano imundo do meu irmão. -Ela pegou na minha mão, e eu sentia muita sinceridade nela.

Ficamos jogando papo fora, ela me contou bastante coisa da vida dela, e eu contei da minha, parecíamos amiga de longas datas. Se não fosse a situação que estávamos, eu já consideraria ela minha melhor amiga.

Não entrou mais nenhum daqueles homens cheios de tatuagem depois que ela chegou aqui, o que me deixava um pouco mais confortável.

Mari também me prometeu que iria trazer refeições mais gostosas, o que me deixou mais animada.