Meu Sequestrador.

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Allane

Meu pai passou o dia comigo, foi um dia muito bom, conseguir sair daquela velha rotina chata e me animar um pouco.

Já quando mamãe chegou em casa, ficou surpresa com a presença do meu pai. Ela não falou nada, apenas subiu pro seu quarto. Papai subiu logo em seguida atrás dela.

Já eu fiquei na sala esperando ele descer, tava muito ansiosa. Queria muito que ela deixasse eu ficar um tempo com meu pai, o que eu acho muito difícil ela deixar, mas não perco a esperança.

Escutei passos vindo da escadas, era meu pai. De longe percebi seu olhar entristecido, já tinha certeza que era um não bem lindo.

-Iae pai, o que ela falou? -Perguntei com uma esperança.

-Você vai sim comigo. -Ele abriu o sorriso e eu corri pra abraçar ele, não tava nem acreditando.

-Apenas 4 semanas. -Mamãe apareceu do nada e falou das escadas.

-Melhor do que nada. -Falei baixinho pra ela não escutar.

-Mas vai continuar com o atendimento a distância com a psicóloga Allane, quero ver você bem. Só estou deixando você ir porque estou com muitos trabalhos pra resolver. -Mamãe falou. E o meu pensamento já vinha, será que esses trabalhos era em busca do Carlos?

Não respondi nada, pois mamãe deu meia volta e subiu pro quarto. E eu fui correndo ajeitar minha mala, papai falou que ia ficar vendo o voo mais próximo pra gente.

Resolvi arrumar uma mala de 23kg e outra de 10kg, acho isso seria o suficiente pra passar 1 mês na casa do meu pai.

Tava muito feliz, acho que seria uma repaginada, esquecer o que aconteceu, esquecer Carlos, que ainda me fazia sentir borboletas no estômago.

Tava terminando de fechar a mala quando sentir uma vontade imensa de vomitar, corri pro banheiro do meu quarto.

Nossa, será que tudo isso era ansiedade por está indo passar um tempo com meu pai?

Fiz minha higiene e fui terminar de fechar a mala, não tentei ligar muito para o que tinha acabado de acontecer, talvez seja a ansiedade mesmo por esta vivendo essa fase.

-Conseguir um voo pra daqui a 2 horas, acredita ? -Papai chegou no quarto todo contente.

-Sério? -Perguntei surpresa.

-Você já terminou de arrumar suas coisas ? - Papai perguntou.

-Sim, vou só falar com minha mãe rapidinho e já corremos pro aeroporto pai.

O aeroporto ficava a 30 minutos da minha casa. E a gente ainda iria despachar malas, então seria bom correr contra o tempo.

Fui em direção ao quarto da minha mãe, a porta estava entreaberta. Percebi que ela falava no telefone com alguém, ela tentava falar baixinho. Mas como eu estava perto do quarto, conseguir escutar boa parte da conversa.

-Mas como assim ele entrou em contato com você, ele não falou onde tava hospedado no Ceará. -Mamãe falava com alguém no telefone, ela ficava atenta enquanto supostamente a pessoa respondia.

-Tenta ligar pra ele. Quero o endereço exato de onde esse traficante tá. Você tá bem perto de ter a merda desse morro pra você Diego, só basta me dá todas as informações que eu preciso. -Ela falava baixinho.

Mas claramente eu conseguia entender tudo. O informante estava passando pra ela onde Carlos estava, mas peraí, então era o DIEGO????????

Merda, Mari tinha me dito uma vez que Diego era o "braço direito" do Carlos no morro. Então quer dizer que ele estava traindo a aliança que tem com o Carlos para ficar com o morro?

MERDA, CARLOS PRECISAVA SABER DISSO