•Capítulo 19

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Jimin descobriu que seria impossível dormir

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Jimin descobriu que seria impossível dormir.

Na noite anterior, o uísque e as emoções avassaladoras o deixaram exausta para qualquer outra coisa. Nessa noite, seu corpo fervia com energia reprimida e desejo frustrado. Sempre que fechava os olhos, ele pensava na boca de Jungkook sobre ele. Lá.

Aquele momento, único e quente, foi bom. Mais do que bom. Uma onda de êxtase que o atravessou. Ele ainda sentia seus efeitos na sola dos pés e entre suas coxas. Será que ele queria que um homem pusesse a boca nele? ?

Humanos têm mais imaginação que lagostas, ele disse. Mas Jimin — que era humano da última vez que conferiu — não conseguia levar sua imaginação tão longe. É claro que ele teria uma ideia melhor se tivesse visto ele todo nu.

Jimin se virou de lado e se arrastou até a beira da cama, do lado em que estava o leito improvisado dele no chão. O estrado da cama rangeu. Ele congelou por um instante. E como não ouviu nada, a não ser a respiração contínua de Jungkook, se aproximou mais um pouco, até conseguir observá-lo. O brilho fraco do fogo protegido na
lareira revelava a figura dele
.
Ele estava deitado de lado, sem camisa, apenas parcialmente coberto por um tecido xadrez. As costas dele estavam viradas para ele. Sob a luz da lareira, ele parecia esculpido em bronze. Só que
bronze não se mexe, e as costas dele pareciam estar... em
convulsão?

Primeiro ele pensou que se tratava apenas de uma ilusão provocada pela luz. Então de repente ele pensou que Jungkook pudesse estar acordado e rindo dela, o que seria humilhante. Mas depois de piscar algumas vezes, ele entendeu o que se passava. Ele estava
tremendo.

— Jungkook — ele sussurrou. Sem resposta.

Em silêncio, Jimin baixou os pés até o chão e desceu até sentar ao lado dele.

— Jungkook?

Ele colocou a mão de leve no ombro dele. Jungkook não estava com febre. Pelo contrário, sua pele estava gelada. O corpo inteiro de Jungkook era sacudido por tremores e ele parecia estar murmurando algo enquanto dormia.

Ele se aproximou para escutar. O que quer que fosse, parecia ser em gaélico. A mesma palavra, repetida sem parar. Nah-tray-me ? A julgar pelo modo violento como ele tremia, se Jimin tivesse que adivinhar, ele arriscaria dizer que Nah-tray-me significava “frio” ou “gelo”, ou talvez “olhe, uma alucinação de pinguim”. Oh, Jungkook.

Como suas tentativas de acordá-lo não tinham surtido efeito, Jimin decidiu então voltar seus esforços para aquecê-lo. Ele puxou a colcha pesada da cama e se deitou atrás dele, cobrindo os dois.

Apoiando a cabeça na mão, ele fez carícias no alto dos ombros dele, no pescoço e nas costas para tentar acalmá-lo. Jimin emitia sons reconfortantes. Ele não acordou, mas seus tremores foram, aos poucos, diminuindo. A tensão nos músculos dele se desfez e seu corpo relaxou de encontro ao de Jimin. Pele com pele. O aroma masculino de sabão preencheu os sentidos de Jimin. Ele sentiu o
coração retumbar no peito. Ternura se expandiu em seu ser como uma nuvem de vapor, espalhando-se e permeando seu corpo todo.

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