•Capítulo 20

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Jimin apertou o passo e sumiu atrás de uma casa de pedra baixa e longa, com telhado inclinado de sapé

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Jimin apertou o passo e sumiu atrás de uma casa de pedra baixa e longa, com telhado inclinado de sapé. Quando se viu sozinha, ele pôs os braços sobre o abdome e se abraçou apertado.
Seus dentes batiam e a pele toda formigava. Ele se sentiu um pouco
culpado por deixar Jungkook sozinho e sob um falso pretexto. Não havia nenhuma mulher entrando em trabalho de parto naquele vilarejo. Pelo menos nenhuma que Jimin conhecesse. Mas ele viu uma ovelha dando de mamar para dois cordeirinhos em um cercado de pedra atrás da casa e decidiu que isso bastava para que ele não tivesse mentido.

Quando a multidão se fechou à volta dele, o frio também se aproximou. Ele soube que precisava se afastar e a verdade nunca servia de desculpa. Aquela lição lhe foi ensinada repetidas vezes ao longo de sua vida. Se ele  implorasse para ser liberado de uma
obrigação social apenas por ser tímida demais, sua família e seus amigos nunca acreditavam nele. Todos insistiam que ele só precisava tentar. Eles o pressionavam e o forçavam, falando sobre como se divertiria. Às vezes, eles prometiam. Mas nunca era diferente. Há muito tempo Jimin tinha aceitado a verdade. Os mesmos eventos que levavam alegria e diversão para os outros eram uma tortura para ele. E ninguém nunca o compreenderia.

Depois que se acalmou, ele foi até a esquina da casa e observou
a cena. As mulheres continuavam ao redor de Jungkook e a cesta de
produtos de beleza. Elas pegavam os frascos que ele oferecia e examinavam os potes de creme, conversando e rindo entre si. Ele destampou uma garrafa de água de colônia e a estendeu para que
uma moça de cabelo cobreado sentisse o aroma. Depois de inspirar
com cuidado, a jovem riu e continuou sorrindo. Uma coloração rosada lhe chegou às faces sardentas. Jimim suspeitou que aquilo não tinha nada a ver com o perfume e sim com o belo entregador.

Minha nossa, como ele estava bonito. O sol da manhã destacava os tons negros no cabelo dele e transformava sua pele em bronze. Jungkook emanava um ar tranquilo de autoridade. Ele estava
confortável ali. Era provável que tivesse crescido em um vilarejo muito parecido com aquele. Ele sabia exatamente como cumprimentar cada um dos aldeões que se aproximava, desde a mais velha das avós até o jovem curioso que descia dos pastos na encosta.

Quando viu que a cesta de Jeon tinham sido esvaziada e que as mulheres começavam a voltar para suas casas carregando seus novos tesouros, Jimin saiu de seu esconderijo. Eles se
despediram das crianças e dos cachorros e começaram a
caminhada de volta.

Jungkook não parecia nem um pouco satisfeito com Jimin.

— Foi uma brincadeira e tanto que você me armou, me abandonando para bancar o vendedor ambulante com as jovens.

— Eu não acho que elas estavam interessadas nos meus presentes. Acredito que estavam curiosas a seu respeito.

— Eu teria feito melhor se tivesse saído para os campos e conversado com os homens.

— O que você quer dizer é que isso teria sido mais senhoril.
Ele soltou um ruído de pouco caso.

— Não se trata de ser senhoril. É o meu dever conhecer os vizinhos e fazer com que saibam que não precisam se preocupar com o futuro. — Jungkook o encarou. — Falando de preocupações, o que aconteceu lá atrás?

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