Foi Assim Que Aconteceu - Concluído

𝐸 𝒶𝑔𝑜𝓇𝒶?

— Não acredito, me fala que é mentira. - Andy me perguntava curiosa.

— Porque seria mentira, eu não minto. - Dei os ombros.

— E depois? - Questão  de segundos fui tomada pelas lembranças daquele jantar que tinha tudo para não ser um encontro mas dentro de mim sente que foi.

— Noite de garotas. - Dei risada e ele me olhou curioso.

— Porquê? Não é isso que as mulheres fazem?

— No meu caso minha noite de garotas é estudar.

— Porque escolheu essa profissão?

— O cientista é um profissional que executa uma atividade sistemática para atingir o conhecimento sobre algo. Através do método científico, realiza pesquisas para compreender de forma clara e exata algum fato pertencente à dimensão física, matemática, química ou social do ambiente ou objeto estudado. - Respirei fundo. - Eu sou curiosa sempre fui desde criança e sempre falei aos meus pais que seguiria essa profissão meu pai era musico e minha mãe professora meu pai fez muito sucesso em sua juventude mais largou tudo pela minha mãe quando ela ficou gravida de mim aos poucos ele teve uma profissão aos poucos tudo foi entrando nos eixos mas eles sempre deixaram claro que eu precisava me divertir naquilo que eu estava fazendo e isso é bem mais do que dinheiro e sim sentir prazer. 

— Você é rica? - Perguntou e eu o encarei e logo ele deu risada e eu dei risada junto com ele. - Estou brincando, ser policial e agora xerife me dar prazer eu sou feliz assim.

— E quanto família? Esposa? Nunca pensou em ter uma ? - Chegou nossos lanches e eu dei uma mordida pra disfarçar a pergunta. 

— Eu sempre fui um homem mais na minha quando o quesito é relacionamento eu não vou mentir me envolvi com muitas mulheres mas nada passou de dias nem chegou a ser semanas eu não levava elas na minha casa não apresentava os meus avos eu só ficava um dia ou dois e pronto. Parte disso era meu trabalho eu tinha medo em que ela corresse perigo ou eu morrer em confronto e deixar alguém sofrendo por mim e a outra parte era que eu não queria me envolver sempre achei que  amor machuca e nos torna burros.

— Não acho isso.

— Você por acaso já se envolveu com alguém? - Eu balancei a cabeça em negativo. - E porque não? 

— Homens não gosta de mulheres mais inteligentes que eles. - Falei a verdade e ele deu uma mordida em seu pão. - E sinceramente ninguém olha para mim, cabelos presos, óculos e roupas nas quais me escondem. Eu não quero ser vista pela a beleza ela não significa nada eu quero que alguém ame a minha inteligência ame a minha intensidade a forma que eu dou risada a forma que eu falo sobre as coisas que aprendi pesquisando. Eu não quero alguém que olhe se eu tenho dinheiro ou não se eu sou alguém ou não eu só quero que alguém me ame e se hoje eu ok posso ate ser uma virgem que nunca beijou na boca mas é porque eu sei o meu valor eu sei o valor que eu tenho e  eu sei que eu mereço muito mais que uma noite. 

Pareceu surpreso e me olhou por alguns segundos e então eu reparei nele. 

Olhos castanhos claros quase verde, cabelos loiros escuros e um porte físico aceitável ele era bonito mas um homem assim não me  olharia não me desejaria eu sou apenas uma mulher que estuda muito. Realizada profissionalmente mas no amor totalmente frustrada.  Ele comeu em silencio como se o que eu tivesse falado assustasse ele, talvez falar que sou virgem que nunca dei um beijo em ninguém o assustou completamente. Então eu comi em silencio, ele pagou a conta e eu nem insisti em pagar também e andando pelo estacionamento em direção ao carro dele eu decidi que era o momento de cortar aquele clima tenso. 

— Agradeço por essa noite de fato merecíamos e que bom que o mundo está a salvo. - Respirei fundo.

— Eu que agradeço. - Foi cético. 

O restante da noite foi tão silencioso e constrangedor ele me deixou na porta da minha casa e seguiu para a sua que era literalmente ao lado. Deixei minhas coisas jogadas e me joguei no sofá.

— E agora? Ele te ligou ou mandou mensagem? - Me questionou.

— Não, e eu não quero saber dele. 

— Será mesmo? - Olhou para meu cabelo solto eu ainda estava de lente decidi continuar embora eu sabia que era por pouco tempo. 

— Vá trabalhar. - Falei e ela me deu a língua.

— Aproveitando quero que me prometa uma coisa. - Pareceu sem graça.

— O que? - Estranhei.

— Se acontecer alguma coisa comigo quero que cuide da Laurinha como se fosse sua filha.

— Que papo é esse? É claro que cuidarei da Laurinha mesmo se não acontecer nada com você. Você é uma mãe desnaturada.

— Vim para o trabalho de carona hoje e acabei pegando carona que não era com um homem daqui  e ele começou com papo estranho dizendo que eu não deveria aceitar carona de estranhos que qualquer  dia eu poderia ser raptada, abusada, morta e jogada na rodovia eu fiquei com medo a viagem toda.

— Você está proibida de pegar carona com estranhos.

— Não tinha grana para a gasolina. - Levantou da cadeira. - Bom vou trabalhar.

Ela saiu e eu fiquei olhando a porta fechar e ela sair, achei estranho o que ela me falou mas achei melhor não pensar nisso nem estender o assunto sei que o medo que ela sentiu vai fazer ela nunca mais pegar carona. 

Peguei meu celular e vi que eu e o Tristan trocamos números no meio da noite em algum momento então decidi mandar uma mensagem de bom dia, daquelas imagens que somente tias enviava. 

"KKK pareceu minha tia agora, bom dia cientista Lillyzinha."

"Bom dia Xerife."