𝐿𝑒𝓂𝒷𝓇𝒶𝓃𝒹𝑜 𝒹𝑜 𝓆𝓊𝑒 𝓉𝓇𝒶𝓈 𝒫𝒶𝓏

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Estava olhando o caixão de Andy branco fechado com muitas rosas brancas em cima dele, olhei sua filha que nada entendia e olhei seus pais arrasados. Eu não tinha mais lagrimas, chorei muito todos esses dias, olhei para o banco do meu lado esperando que o Tris chegue logo para que essa agonia e o medo dentro de mim passe. E lembro das memorias que me trazem paz com a Andy uma por uma, desde quando cheguei na escola e ela foi a primeira a me receber me convidando para almoçar junto com ela e o quanto naquele dia ela falou sobre ela e todos os seus sonhos. Lembro de todas as vezes que ela me defendeu quando bem tímida não conseguia falar nada, lembro quando ela estava comigo no meu quarto secando minhas lagrimas na morte dos meus pais me dizendo que sempre estaria ao meu lado, que sempre ficaria comigo que era minha melhor amiga e que sempre ia ser independente de qualquer coisa. E o quão ela me ajudou a ser forte, o quanto ela apoiava em meus estudos, o quanto não saia da minha casa e o medo que ela sentiu quando foi perder sua virgindade.

Lembro quando ela chegou assustada com teste de gravidez positivo e o que prometi para ela naquele dia. 

— Te prometo que ele será bem cuidado e nunca faltará nada. 

Lembro que naquele dia o choro de tristeza virou choro de felicidade quando seus pais a apoiaram e depois que me tornei cientista o quanto fiz por ela para que ela trabalhasse, para que ela se sentisse útil e o quanto eu a motivava a estudar para que ela tivesse um futuro o quanto apoiava ela a ser o que ela quisesse embora ela me dizia que só queria ser mãe da Laurinha, e foi uma boa mãe durante os três anos de vida dela. Lembro quando eu disse que estava apaixonada pelo Tristan e quantas vezes ela me dava roupas e me incentivava a me arrumar mais, o quanto ela incentivou eu amar ele de volta apesar das minhas inseguranças e quantas das vezes me deu conselhos nos momentos que eu precisava. 

Adelina não tinha namorado mas era apaixonada pela sua filha e seus pais, ela depois que o pai de Laura a magoou não quis mais se envolver com ninguém vivia uma vida de forma pura e alegre sem ver maldade nos outros. Nós orávamos juntas, nós aconselhávamos uma a outra e apesar de tudo o que nos aconteceu eu não vou permitir que as minhas lembranças sejam do que passamos por dezessete dias naquele celeiro, eu não vou permitir que minha mente me sabote e dizendo que eu fui a sobrevivente, eu vou me permitir ser a que fez justiça por Andy e por todas. 

— Amor? - Ouvi o Tris me tirando do devaneio, ele estava também com roupa azul escura, ele me abraçou e eu me aconcheguei em seus braços. Eu não tinha mais lagrimas para chorar e eu não queria chorar eu queria paz, eu estava lembrando do que trás paz eu estava lembrando da minha melhor amiga que foi a irmã que não tive, e a amiga que não quero ter outra igual. Eu me recusava deixar que a memoria de Andy ficasse apenas carregadas por memorias ruins, por essa lembrança ruim.

— Lilly quer dizer alguma coisa? - Meu avo me perguntou.

— Sim. - Olhei para todos e ainda fiquei abraçada em Tris.  - Eu não quero que a Andy seja lembrada como uma mulher que foi sequestrada e morreu de forma brutal, eu quero que Andy seja lembrada por como ela foi e como ela sempre será. A menina doce, faladeira, a sonhadora mas que acima de tudo que amava ser mãe e só queria ser mãe. Quando estávamos juntas naquele momento conversávamos sobre muitas coisas e fazíamos promessa uma para outra embora lá no fundo nem eu e nem ela sabia como sairíamos de lá. Mas uma das coisas que conversamos era como queríamos o nossos enterros, e ela me disse que queria tudo branco, que seu caixão estivesse fechado porque se olhassem muito para ela, ela iria rir. - Lembrei de que quando ela falou isso, um sorriso surgiu na nossa face, ela era aquilo, ela via felicidade onde havia dor. -  Que todos estivessem de roupas coloridas porque ela estaria no jardim descansando e que não queria ver de lá todo mundo de luto por ela e que ela só queria a família e quem ela amava, nada mais. E eu tentei, eu estou tentando por voce Andy eu estou sendo forte por voce eu estou fazendo justiça por nós como eu havia te prometido assim como te pedi que me prometesse e eu to tentando seguir em frente com o homem que eu amo, eu to me arrumando mais eu nem uso mais oculos. Eu estou abraçada no homem que amo agora o homem que me trata e me tratou tão bem que se não fosse os momentos bons que tivemos juntos e que nos duas teve juntas eu não conseguiria. Se não fosse pelo seu sorriso pela sua amizade eu não conseguiria superar a morte dos meus pais, se não fosse por voce me falar todos os dias o quanto amava a Laurinha eu já teria sucumbindo naquele celeiro a muito tempo. Eu te prometi ser forte e sempre trazer na minha mente o que me trás paz, e sua amizade me trás paz, lembrar de tudo o que passamos me trás paz, e fazer com que voce seja lembrada como a pessoa extraordinária que voce é me trará paz. - Segurei na mão do Tristan. - Eu comprei do fazendeiro o local onde estava o celeiro, e assim que acabar as investigações será totalmente destruídos e naquele local será plantadas diversas flores que terá manutenções, vigilância e cuidado vinte quatro horas. Lá será um memorial a cada uma das vitimas lá não será lembrado como um lugar de morte e dor mas como um lugar de paz e sossego para todos os familiares que quiser simplesmente ir lá as flores serão dadas na rodovia em cada ano de seu cultivo, de graça totalmente com mensagens e versículos bíblicos falando que eles são amados e é claro com o numero da casa de apoio em memoria de Adelina. - Olhei para meu avô. - Nós últimos dias, fundamos a Memorial Adix  um local que ficará vinte quatro horas recebendo denuncias de abusos físicos, psicológicos e apoio a todos que precisarem. A família Cobain se responsabiliza por todos os custos por toda a geração para que haja justiça a todas as mulheres e que Andy seja lembrada para todo sempre. 

Foi Assim Que Aconteceu - Concluído Onde histórias criam vida. Descubra agora