Outrα

23 2 0
                                    

Ela olhava seria para o lado de fora e não falava nada comigo parece que eu era um alguém que ela não queria que estivesse ali com ela talvez seria outro e sinceramente eu não me importava nenhum pouco. Eu nunca fui o tipo de cara que me importava com o que as mulheres pensavam de mim e principalmente nunca fui um homem que demorava para conseguir o que quisesse com uma mulher  e ainda mais ela que se esconde em óculos fundos e roupas feias e cabelo com gel.

— Como está na delegacia? - Puxou assunto.

— Parado assim que eu cumprir o ano de contrato eu vou pedir para ser transferido.

— Você faz o estilo que gosta do perigo 24 horas por dia?

— Pelo visto você também. - Ri. - Nenhum outro vírus foi roubado?

— Se você soubesse o tanto de coisas e doenças que eu estudo você ficaria assustado.

— Acho que a neve melhorou podemos ir se quiser.

— Ok, vamos. - Levantou pegou sua bolsa e fomos em direção ao lar de idosos que seu avo morava. Quando cheguei lá eu tinha o pensamento que encontraria um senhor de idade em cadeiras de rodas mas diferente disso estava parado na janela um senhor já de idade todo tatuado, estava com regata branca calça preta e um pano vermelho em sua cintura ele tinha cabelos bem cuidados sem citar a barba. - Vovó. - O abraçou.

Ela tinha um avo roqueiro.

— Netinha. - Falou com a voz grave.  - Como vai minha cientista favorita?

— Bem e o senhor?

— Ótimo. - Me olhou. - E esse é? - Olhou meu distintivo. - Namorado?

— Xerife da cidade. - Estendi minhas mãos para ele apertar. - Matias.

— Namorado novo? - Apertou minhas mãos.

— Não tenho namorado, ele só é um amigo.

— Que pena, prazer xerife, como anda a base policial? Eles ainda fazem churrasco?

— Toda semana. - Respondi com tédio rindo.

— Eu adorava quando eles me chamavam para os churrasco, só assim esquecia da solidão que era minha vida em casa. - Respirou fundo. - Pensei que não viria. - Olhou para a Lilly.

— A neve está muito forte vovó. - Sentou no sofá. - Quer voltar a morar comigo?

— Sai fora, aqui estou muito melhor. - Me olhou novamente e depois olhou para ela. - Ainda mais agora sabendo que finalmente existe a possibilidade de você desencalhar.

Tossi sem graça.

— Bom agora que chegou aqui e está em segurança, eu preciso voltar ao meu trabalho.

— Pode deixar que peço para meu motorista deixar ela em casa.

— O senhor tem motorista aqui? - Questionei curioso.

— Claro, não viu meu carrão lá fora?

Olhei e vi uma ambulância e dei risada.

— Bom eu preciso mesmo voltar ao trabalho mas acredito que consiga voltar para casa com algum taxi? - Olhei para a Lilly que confirmou com a cabeça.

— Obrigada pela carona.

— Por nada.

Sai de lá e fui para a delegacia, tinha algumas coisas para resolver de pequenos delitos as ainda assim tudo era muito calmo. Liguei a TV e fiquei olhando as noticias e vi que estava tendo manifestação em Atlanta e eu fiquei com inveja daqueles policiais na Tv então vi uma policial se aproximando de mim com dois cafés na mão e me entregou um.

— Deve sentir falta da adrenalina xerife. - Peguei café da sua mão e a observei, aqui tem mulheres peculiares ou elas eram muito bonitas ou muito feias, olhei rapidamente na sua roupa e vi seu nome.

— Sinto senhorita Stanford.

— Pode me chamar de Jeniffer. - Sorriu e vi seus dentes alinhados brancos.

Ela era bonita, apesar de estar com seu cabelo preso ele não tinha tanto gel, sem citar que sua roupa de policial caia muito bem.

— Tem planos para o almoço? - Puxou assunto.

— Não, e você?

— Não, gostaria de ir almoçar comigo? Se eu der sorte consigo voltar antes de pegar meu filho na escola.

— Você é casada?

— Não, divorciada. - Sorriu sem graça. - Faz mais ou menos cinco anos que me divorciei.

— Seu filho aceitou bem? Eu pensava que era mais nova.

— Eu casei quando descobri a gravidez mas, três meses depois me divorciei porque ele me traiu, casei com dezoito anos.

— Seu filho então tem cinco anos?

— Sim, um lindo menininho muito esperto que ama já a carreira de policial por ver sua mãe saindo para trabalhar todos os dias. - Olhou para a TV como se quisesse mudar de assunto.

— Não vi você por aqui quando cheguei.

— Eu vivo mais nas ruas e também não queria ser uma das milhares mulheres daqui que fica em cima de você. - Sorriu sem graça e eu dei um sorriso sem graça. - Porque será a manifestação?

— Que não seja nenhuma doença que escapou de um laboratório ultra protegido. - Tomei um gole de café e ela riu.

— Já passou por isso em Atlanta? - Me questionou.

Fui até minha mesa e sentei e ela ficou me olhando ainda da mesma forma, com aquele sorriso frouxo como se esperasse na expectativa de eu falar algo para ela responder. Jeniffer e a segunda mulher que de fato parei para ouvir e dar atenção no que falava embora a beleza de Jeniffer seja distinta da de Lilly, a Jeniffer é mais arrumada já que sem duvidas Lilly deixou bem claro que não liga para se arrumar.

— Acredite ou não, foi aqui no meu primeiro dia. - Coloquei o café na mesa. - Conhece a cientista Lilly Stitch?

— Sim ela é bem famosa na cidade, quando perdeu os seus pais a vizinhança toda se solidarizou com ela e com seu avo. - Olhou para suas mãos. - E lembro também ela da escola, sofreu muito bullying na escola entre outras coisas desagradáveis. - Bebeu seu café. - Sofreu muito e não me lembro um dia de ouvir alguma noticia sobre ela ou alguém falando sobre ela que ela estava bem e feliz.

Fiquei em silencio.

— Quer almoçar qualquer dia desses comigo? - Me perguntou.

— Amanhã irei receber um amigo que foi transferido para cá estava pensando em fazer o típico churrasco para recebê-lo não tenho intimidade com todos para chamar todos, mas o que acha de aparecer por lá?

— Acho ótimo.

— Tenho uma churrasqueira coberta no meu quintal, você pode levar seu filho.

— Obrigada.

Assim que ela saiu meu telefone tocou, e era o Morales já tinha recusado algumas das suas ligações.

— Pensei que não ia atender de novo o seu amigão que chega amanhã. - Falou rindo.

— A casa já foi liberada? - Relevei a outra parte.

— Não, preciso ficar na sua casa amanhã eles disseram que até segunda já estou com as chaves.

— Será bom, irei fazer um churrasco e chamei  uma conhecida do distrito, vai gostar de conhecê-la.

— Lilly? - Ouvi a voz de Camily.

— Não, Jeniffer.

— Outra? - Morales me perguntou quase de imediato.

— Sou um homem livre e solteiro.

Foi Assim Que Aconteceu - Concluído Onde histórias criam vida. Descubra agora