𝒰𝓂𝒶 𝒱𝑜𝓁𝓉𝒶 𝒶𝑜 𝒫𝒶𝓈𝓈𝒶𝒹𝑜

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Estava foleando um livro qualquer na entrada do colégio, o motorista do meu pai me deixou aqui mas logo teve que ir buscar minha mãe. Eu me pergunto até onde eu posso aguentar em saber que todo o meu futuro depende exclusivamente de mim. Sou popular no colégio, tenho amigos bons outros nem tanto e uma vaga em Harvard me esperando e ao mesmo tempo me pergunto se não me tornei tudo isso para não dar dor de cabeça aos meus pais embora eu sempre fale a eles que ainda da tempo de colocar um irmão no mundo. 

— Então, está aqui de novo. - Ouvi Tristan se aproximando, ele era aquele bad boy que fugiu da escola mas vem sempre aqui vender drogas e mais drogas para os alunos que também não suporta suas vidas fúteis e sem destinos. - Sabe loirinha, eu posso te levar a muitos lugares legais por aqui.

— Não to interessada, já te disse que preciso ser alguém na vida e com você não serei nada. 

Sim, já ficamos muitas vezes e me pergunto quantas mais além de mim ele também fica. 

— O que vai querer hoje? - Abriu seu bolso e me mostrou as variadas drogas que ele vendia. 

— Preciso parar as provas finais estão chegando. - Recusei ainda olhando para o portão que estava prestes a fechar. - E você sabe que da ultima vez eu fiquei desesperada no carro com medo do meu pai perceber e você rindo de mim.

— Já te disse que no dia que você quiser, você pode vir morar comigo e não vai precisar de nada disso.

— Sua vida e cercada de droga, bandidagem e inúmeras prisões. Meus  pais são milionários e eu tenho tudo o que quero, na hora que quero e com voce não vou ter nada além de sexo de dois minutos. 

— A culpa não é minha se eu faço voce chamar meu nome rápido. 

Não sei quando foi que eu dei as mãos para ele e sai de lá correndo e  nem sei quando me afundei tanto nas drogas e concordei com vários homens e mulheres dentro da casa em que a gente morava. Não sei quando deixei de morar em uma mansão com vários empregados e vim para no conjugado que estava mais para uma fabrica de drogas. Meus pais até tentou por muita das vezes me tirar de lá, mas eu estava afundada em um futuro que eu escolhi, bom pelo menos eu fiz consciente. Não queria fazer o que esperavam de mim eu queria fazer aquilo que meu coração estava mandando que era viver, pela primeira vez eu sentia que nada dependia de mim e que o amanhã não me pertencia até que comecei a passar muito mal e não era pelas variadas drogas que Tristan me dava.

Em um dia, fui na farmácia com alguns trocados que sobrou da ultima grana que meu pai havia me dado, voce sabe ele não me dava dinheiro, mas colocava comida na minha casa e me dava pouco dinheiro para as necessidades básicas e eu prometia que não usaria drogas com elas e de fato não usava eu tinha droga na minha mesa vinte e quatro horas por dia. 

Na farmácia, naquele banheiro que fedia o teste deu positivo. 

Eu era uma adolescente que perdeu a vida nas drogas com um filho dentro da barriga que se eu não parasse de me drogar ele morreria, ficaria desnutrido ou teria muita doença, Tristan dizia que me amava e que nunca me deixaria, mas quando descobriu que eu estava gravida me deixou  do dia para a noite. Liguei para os meus pais mas eu me recusava a voltar então eles compraram um apartamento para mim em um lugar melhor e lá vivi até meus sete meses de gestação, limpa, mas com muita abstinência. 

A maconha me relaxava. E sozinha naquela casa eu só conversava com meu filho ele era a força que eu precisava eu tentei ao máximo ser uma boa mãe, pelo menos quando ele estivesse dentro de mim.

Mas o tempo passou, meu filho nasceu e eu coloquei por amor o nome do pai dele pois apesar de ter meus cabelos seu rosto era idêntico do seu pai. Meus pais tentaram me ajudar durante um ano e eu tentei pelo Tristan mas em um dia o pai dele apareceu na minha casa com muitas juras de amor, e eu deixei meu filho lá com meus pais não permiti que ele conhecesse ou visse quem ele era porque não queria esse exemplo para ele e implorei para meus pais não deixarem meu filho conhecer nunca nem se quer o nome dele e foi assim que eu fui. Agora escrevo essas palavras no meio da noite porque agora eu sinto algo diferente em mim, não sinto que verei o dia de amanhã nem meu filho se tornar um homem de verdade.

Mas se existe um Deus no céu eu imploro para que Tristan nunca...

— O que está fazendo? - Ethan bateu na minha porta do quarto que estava aberta.

—  Uma volta no passado. - Mostrei o caderno. - Lendo o diário de minha mãe.

—  Pensei que nunca leria. 

—  Depois da conversa  com Lilly eu queria saber como minha mãe conheceu meu pai. - Deixei do lado da minha cama.

— Se arrependeu?

—  Um pouco. - Suspirei. - Mas não sei te dizer se foi por ter lido o diário da minha mãe ou ter falado com a Lilly que ela não me atrai quando está desarrumada.

—  Isso foi péssimo. - Encostou na minha porta. - Mas esse é você, foi sincero e ela se gostar de você, levará em consideração. 

— Eu não queria vim mesmo para cá. - Sentei na cama. - E desde quando cheguei tentei ao máximo fazer com que tudo fosse o melhor possível para mim e eu não sei onde foi que me perdi nisso. Isso não é uma historia de livros de romance e a minha vida e eu vou vive-la. 

— Tem meu apoio amigo. - Descruzou os braços. - Mas eu e você sabemos que você está muito apaixonado por ela e está perdendo tempo estando aqui lendo o diário da sua mãe ao invés de viver sua própria historia seja ela de romance ou não. Deve haver alguma coisa na Lilly que te chamou atenção. 

Saiu do meu quarto e eu fiquei olhando para o teto e de fato tem coisas que chama minha atenção sua inteligência e uma delas.

Meu celular apitou e eu olhei, quando vi mensagem da Lilly.

"Ainda estou pensando no seu beijo."

A principio fiquei sem reação, não sabia que ela seria capaz disso mas a conhecendo certamente foi a Andy que obrigou dizer tal coisa. 

"Não foi bem um beijo."

Ela visualizou, e então logo em seguida mandei.

"Pensei agora que foi seu primeiro beijo, me desculpa poderia ter feito melhor."

"Foi bom para mim."

Alguns minutos depois, vejo que ela trocou a foto de perfil e eu fiquei admirando sem duvidas foi incentivo da Andy.

"Me desculpa pelo que eu disse, eu realmente estou apaixonado por você, não te tiro da minha cabeça." 

"No pensamento to de terninho rs"

"Todos os pensamentos são de terninho."

"Eu sou apaixonada por você também mas voce me deixa insegura."

Olhei aquela mensagem e respirei fundo, levantei da cama coloquei uma roupa de frio e fui até a casa dela e alguns segundos tocando a campainha ela atendeu com a cara assustada e imediatamente eu a beijei, a principio foi pega totalmente de surpresa logo após seu corpo relaxou ao meu toque. 

— Oi. - Sussurrou.

— Posso entrar? Está frio. - Pedi.

— Claro. - Me soltou e deu passagem para entrar.

Olhei sua casa e vi que tinha vários livros na mesa e o notebook ligado.

— Te atrapalho? 



Foi Assim Que Aconteceu - Concluído Onde histórias criam vida. Descubra agora