Esse cαpitulo é um temα sensível, por fαvor, se te der gαtilhos pαre imediαtαmente.
Estava atolado de coisa na delegacia, tanto era que quando sai de casa depois que deixei Lilly no trabalho pedi para alguns homens entregar buque de flores no serviço para ela. Ontem nossa noite foi maravilhosa não somente porque fizemos amor varias vezes, mas porque nas varias vezes ela disse que me amava e aquilo me fazia sentir um adolescente com hormônios a flor da pele.
— Viu passarinho azul em Atlanta? - Ethan me perguntou rindo.
— Eu e a Lilly nós amamos a primeira vez ontem e foi melhor, muito melhor do que eu esperava.
Pena que não podíamos ficar mais, quando a chuva cessou na madrugada nós viemos para casa e dormimos juntos na minha casa. Era umas três horas da tarde quando finalmente peguei em meu celular e então vi um monte de mensagem da Lilly com fotos e vários áudios, a principio era uma foto meia borrada e depois os áudios e entrei em desespero.
"Lilly ele está nos perseguindo, vamos voltar para o prédio."
"Como ele conseguiu entrar aqui?"
Eu desesperadamente comecei a ligar para a Lilly mas o celular só dava desligado, chamei todos os policiais e fui até o trabalho da Lilly mas ela não estava. Ela e a Andy tinham sido sequestradas a Lilly conseguiu me mandar bastante coisa, ela descrevia como era o homem que a seguia mas depois não consegui ouvir mais nada. Eu tentei a todo o custo durante vários dias encontrá-las com o que elas falavam no áudio eu fiz retratos falados e espalhei por toda a cidade, eu tinha duvidas se era o mesmo homem que estava sequestrando as mulheres, mas o que elas relataram e o mesmo homem que a Andy tinha relatado a uns meses.
Falei com o seu avô que não saia mais da minha delegacia, ele estava desesperado assim como Tobias, quanto mais os dias passavam mais eu sentia medo. Estávamos todos na delegacia esperando autorização para ver finalmente as câmeras de vídeo depois de dez dias pedindo ao governo, eu não conseguia dormir direito e estava sentindo na pele o que todas as famílias sentiam. Tive que pedir ajuda a um amigo do FBI e ele estava vindo para a cidade me ajudar pois eu já não estava mais conseguindo ser profissional, era a minha mulher desaparecida.
— Vamos para os meios digitais e televisão, vamos colocar que a filha de Kurt Cobain e sua melhor amiga estão desaparecidas. - O Jason o avo da Lilly sugeriu e assim fizemos, pela Lilly sempre andar como ela andava foi muito difícil as pessoas associar uma a outra mas com muito pouco tempo só se falavam disso. Tive que falar que era seu namorado e a mídia caiu matando em cima de mim, mas o Jason estava em minha defesa para tudo e George, meu amigo do FBI sem citar o Ethan que não desgrudava de mim. Já fazia dezessete dias que a Lilly estava desaparecida juntamente com a Andy, eu estava sobrecarregado e com medo e ao mesmo tempo só pedindo com muita força para alguém no céu deixar ela viva, deixar com que eu encontrasse com vida.
— Vou fazer algo que já era para ter feito. - Falou o Jason se ajoelhando em minha sala, a principio fiquei olhando ele, um roqueiro de joelhos fazendo uma oração e logo ele me olhou. - Eu não acredito nele, mas eu já vi muitas pessoas que acreditavam ter suas preces atendida.
— E porque acha que ele ouvirá a sua se não acredita que ele existe?
— Porque se ele ouvir, eu vou falar para todos sem exceção que ele fez um milagre. - Suspirou. - Sei que seus avós estão orando, sei que os pais de Adelina estão orando, mas agora e a nossa vez de orar e eu sei que se ele existir ele vai querer te ouvir também.
— E o que vamos falar? - Fui até ele.
E então me ajoelhei também e comecei a chorar.
Eu acreditava em Deus e sabia que ele fazia milagres mas eu não sei se realmente ele agiria nesse caso. Faz muitos dias que a Lilly desapareceu e embora até o FBI se envolveu na investigação eu sinto medo, medo de receber noticias que eu não gostaria, medo de eu estar no papel inverso da família onde eu ouço que a mulher da minha vida morreu.
— Vamos falar que a queremos de volta, se for com vida estaremos aqui mas se ela onde estiver, estiver sofrendo então vamos pedir para Deus dar logo alivio a sua alma e que pelo menos a gente tenha a sorte de enterrá-la com dignidade.
E nós oramos, ele falava varias palavras que me deram forças e eu quis acreditar quando chegou na minha vez de falar eu só chorava mas eu precisava pensar no bem de Lilly eu precisava pedir a Deus que acabasse com seu sofrimento a onde ela quer que esteja. Eu amava muito ela e é claro que eu queria o seu melhor e sei que o que ela está passando não é fácil. Hoje era uma noite muito chuvosa o FBI está investigando todas as rodovias o retrato falado dele já rodou todo o mundo, tudo o que nos restava agora era, esperar.
O meu celular tocou assim que nos levantamos, enquanto eu ia pegar o Jason me disse.
— Ela é muito forte, seja lá o que ela estiver passando eu sei que ela deve estar sendo muito forte por ela e pela Adelina.
— Alô?
— Xerife, encontramos as meninas, mas uma está morta. - Ouvi a voz do cara que era um conhecido meu do FBI.
— Onde?
Não perguntei quem era que estava morta, eu não precisava saber, não agora e eu não queria escolher entre minha mulher e a sua amiga.
— Encontramos tentando fugir de um posto de gasolina a operadora de caixa reconheceu e ligou para 911 por sorte estávamos na rodovia. Precisa vir e reconhecer o corpo e levar a mulher para a base policial pois ainda estão no território de Cynthiana.
— A caminho.
Olhei para Jason e então respirei fundo.
— Acharam as meninas, uma está morta, preciso ir e reconhecer. O cara foi pego no território de Cynthiana, preciso ir como Xerife.
— Vou pegar os pais de Adelina e ir para a delegacia.
— Tudo bem.
Peguei minha jaqueta preta e olhei para ele.
— A nossa menina estará em paz, seja qual for ela.
— Espero que Deus tenha ouvido a oração do ateu, porque estou crendo no milagre agora.
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Foi Assim Que Aconteceu - Concluído
Misteri / Thriller↪︎ Atenção, há relatos de abusos sexuais e sequestros. Se você passou por isso ou conhece alguém que passou, por favor ligue para 190 e denuncie. ↩︎ Tristan é um policial dedicado que encontrou na carreira a única forma de lidar com as sombras de s...