Ao final da entrevista a Lilly estava chorando, mesmo ela tendo uma super força invejável. Quando entramos dentro do carro para seguir até onde elas ficaram ela segurava em minhas mãos e na do seu avô com força, ela reconhecia cada coisa que mostramos até que chegou o milharal. Ela ficou parada estática olhando, ainda chorava muito, o George deixava claro que ela não precisava fazer aquilo, que ela não precisava entrar, era só mostrar como chegava e ela poderia voltar, mas ainda assim ela me dizia que queria, que devia isso a todas as mulheres que foram mortas por ele.
— Quer saber, ainda bem que você deu uma surra nele. - Jason falou finalmente depois de nós três em frente ao milharal.
— Dei, e daria bem mais.
— Foi você que bateu nele? - Lilly me olhou.
— Sim, fui eu que bati nele. Se Ethan não tivesse me segurado, eu estaria preso. Não posso apagar tudo o que você viveu, Lillyzinha, nem o que aconteceu dentro daquele celeiro, e sei que isso nunca vai deixar você. Assim como as famílias das outras 14 mulheres que sofreram nas mãos dele. Mas eu vou lutar para que esse cara receba a pena que merece e pague por tudo o que fez. Se você quiser, podemos ir embora agora, recomeçar em um lugar diferente. Mas se você decidir entrar naquele milharal e nos mostrar onde voce ficou, onde todas ficaram, nos ajudar a encontrar mais provas, isso pode significar uma vitória ainda maior. Como seu namorado, eu não deveria pedir isso. Na verdade, eu nem quero que você esteja aqui agora, nesse momento tão difícil. Mas, como xerife e policial, eu preciso pedir. Vamos fazer justiça juntos, não apenas por você, mas também pela Andy, pelas outras e por todas as mulheres desaparecidas que ainda aguardam por respostas.
— Estamos juntos, netinha. Seguraremos sua mão o tempo todo. Mas se você quiser ir embora, nós te levamos. Você não precisa passar por mais sofrimento do que já passou.
Ela respirou fundo, o olhar firme e determinado.
— Vou fazer isso por todas. — Suas palavras saíram com uma intensidade que ecoou no ar. — Vocês estão aqui, segurando as mãos das duas pessoas mais importantes da minha vida.
Seus olhos se voltaram para George e os outros policiais, que observavam com seriedade.
— Estou pronta. — Ela me encarou, e havia uma mistura de dor e resoluta coragem em seu olhar. — Eu preciso ir ao enterro da Andy. Me prometa que não vou ficar lá por muito tempo.
— Prometo, linda. — Respondi, sentindo a urgência do momento.
Começamos a caminhar à frente, mas havia muitos policiais ao nosso redor. A cada passo, Lilly apertava minha mão, buscando conforto. Então, seus olhos se fixaram no chão, e eu segui seu olhar. Notamos um buraco na terra, como se alguém tivesse lutado ali, a vegetação emaranhada e galhos arrancados espalhados ao redor.
Ela apertou minha mão com força, um gesto que misturava medo e determinação. O silêncio que se formou entre nós era pesado, repleto de memórias e promessas não cumpridas. O chão que pisávamos estava marcado por dor, mas ali, juntos, estávamos determinados a fazer justiça.
— Aqui foi o lugar que ele me pegou quando tentei fugir. - Olhou e notamos que havia várias pegadas e marcas de mãos arrastada. - Ele me arrastou daqui até o celeiro pelos cabelos.
Apertei suas mãos.
Ela continuou caminhando, descrevendo cada lugar com uma determinação admirável. Sua força era palpável; mesmo com as lágrimas brilhando em seus olhos, ela se mantinha firme, apertando nossas mãos com convicção. Nós a apoiávamos, retribuindo a pressão, uma conexão silenciosa que dizia que estávamos ali para ela, não importava o quê.
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Foi Assim Que Aconteceu - Concluído
Misterio / Suspenso↪︎ Atenção, há relatos de abusos sexuais e sequestros. Se você passou por isso ou conhece alguém que passou, por favor ligue para 190 e denuncie. ↩︎ Tristan é um policial dedicado que encontrou na carreira a única forma de lidar com as sombras de s...