Epílogo

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BONNIE SKYE

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BONNIE SKYE

[...] – meses depois.

— Abra o teto solar do carro, por favor. – apontei para o vidro acima do meu banco, enquanto observava Vinnie dirigir por New York e balançar a cabeça, em negação.

— Ficou doida? Se alguém ver você aí em cima, eu posso ser preso, Ward.

— E daí? – disse, minimamente. Vinnie riu.

— E daí que eu não quero perder meu o carro e muito menos a minha reputação.

— Você é exaustivo.

— Não sou. Teto solar jamais deve ser acionado com o veículo em movimento, você sabe.

Embora eu estivesse com um humor incrivelmente bom sabia que isso poderia ser perigoso e ilegal. Mas eu amava sentir o vento bater com força contra meu rosto, e abrir uma simples janela não era suficiente para mim.

— Não tem nenhum sinal aqui, a rua está completamente vazia, ninguém vai te prender. Agora, abra.

— Bonnie... — senti que a paciência de Vinnie já estava perdendo-se com minhas falácias, mesmo que a expressão no rosto do meu namorado continuasse a mesma.

— Por favor, amor? – pedi, dessa vez em um tom infantil e um semblante tristonho. Normalmente esse tipo de manipulação fútil não funciona com Vinnie, porém, não custa nada tentar.

— Ward, se alguma coisa acontecer com você, sabe que vou me culpar pelo resto da vida. – foram as últimas palavras de Hacker antes de acionar o teto solar.

Mantive a minha posição: Sentada, com olhos vidrados em Vinnie. Ele arqueou uma de suas sobrancelhas.

— O que foi? Eu já abri. Por que ainda não subiu.

— Eu sei, apenas estou esperando você colocar algo para tocar. Ligue o rádio. – sorri, animada.

— Céus, Bonnie. Você é a garota mais complicada que já conheci em toda a minha vida. – Vinnie resmungou, tentando conter o sorriso em seu rosto. — O que quer ouvir?

— Bem, eu...

— Ah, não me responda. Deixe que eu adivinhe. — ele interrompeu minha fala, sem tirar os olhos da estrada. — A tal da banda morta.

Ah, sim. O olhei, satisfeita.

— Uau, você é inteligente.

— Você não imagina o quanto. – ele abriu um sorriso largo. — Boo, coloque a música em seu celular e conecte com o meu carro por bluetooth. – Vinnie pediu, já que suas mãos estavam ocupadas, presas no volante. Assenti.

— Obrigada.

Não hesitei em abrir a minha playlist de músicas favoritas da One Direction no Spotify. Por qual música devo começar, afinal?

"Act My Age" é boa. "Stockholm Syndrome", também. São tantas opções. Por um instante, pensei colocar "Walking In The Wind", mas é muito triste, pelo menos para mim. Choraria o passeio de carro inteiro.

Então escolhi "End Of The Day". Ah, esta é tão linda.

— Pronto? — Vinnie questionou, brevemente virando o rosto em minha direção.

—  Pronto.

— Tome cuidado, por favor.

Ri de sua extrema preocupação.

— Vinnie, não é como se eu fosse escalar uma montanha ou algo do tipo.

— Mesmo assim. — ele aumentou o som, afinal, a música já havia começado à tocar.

Ergui meu corpo até o teto solar aberto. Apenas eu e Vinnie estávamos ali. Literalmente. A estrada estava tão deserta, escura e ventosa que poderia amedrontar qualquer um. Mas esta merda é boa para cacete.

— Aumente o volume! — gritei de repente, para que Vinnie me escutasse.

O vento não parava de bater em meu rosto. Meus cabelos estavam voando tanto. Fico nervosa apenas ao imaginar o trabalho que dará para penteá-lo, assim que eu chegar em casa.

Vinnie virou a cabeça para me olhar. Não sei ao certo o porquê estava me olhando. Poderia bater o carro ou algo do tipo, mas ele não parecia se importar, então continuou.

Não poderia nem ao menos idealizar o que passava-se em sua mente. Torcia para que ele parasse de me encarar daquele jeito, pois tenho absoluta certeza de que o meu rosto já estava começando a ficar vermelho. Odeio quando isso acontece.

— Pare de me olhar. — pedi. Ele sorriu.

— Por quê? Não gosta quando eu te olho?

— Ah. Gosto.

— Então eu não vou parar. – disse alto. De fato, o vento estava muito forte. Mal pude ouvir seus murmúrios.

Assim que a música acabou, abaixei meu corpo e sentei-me ao lado de Vinnie, novamente. Ele virou o pescoço, mantendo seu olhar firme na estrada.

— Gostou?

— Sim. Deveríamos fazer isso mais vezes. – ajeitei-me no banco.

— Não, eu já disse que tenho medo de alguma coisa acontecer com você.

— Então, talvez... você mesmo devesse fazer isso, algum dia. É legal.

— Oh. Está dizendo para eu me arriscar à morte, Bonnie Skye Ward?

— Não seja dramático, não há nada de morte. — o olhei. — E sim, na verdade, estou.

— Ok. Caso eu morra, espero que você culpe-se para o resto da vida.

— Que fofo! Adoro as suas demonstrações de amor. – brinquei, prestes a colocar o cinto de segurança.

— Não precisa. – segurou minha mão. – Já cansei de dirigir. – Vinnie suspirou alto, tirando as mãos do volante.

— Vai parar o carro no meio da estrada?

— Sim.

Então, ele pisou no freio, estacionando o carro no meio da rua escura. Não achei que ele estava falando sério. Nossa.

Hacker aproximou-se de mim o máximo que pôde, fitando meus olhos.

— Eu te amo, Bonnie Skye Ward. — disse, bruscamente. – Sua sede por adrenalina é estranhamente fascinante, e por isso eu não conseguia parar de te olhar.

Não soube o que dizer. Provavelmente estava vermelha, mais uma vez.

— Eu também te amo. – olhei para baixo. – Eu estou vermelha, não estou?

— Sim, está.

— Ah.

Ele riu, puxando meu queixo para que nos beijássemos.

— Você é tão linda. – tornou a me elogiar. – Não te olhar deveria ser um pecado. – completou.

Eu sorri, roçando nossos lábios novamente.

Era tão inusitado e prazeroso... isto. Vinnie Hacker e eu. Amar alguém e ser recíproco. Nunca havia presenciado isso até conhecê-lo.

Se há algo que eu aprendi a partir de um milhão de erros, é que, no fim do dia, tudo que importa é estar com quem amamos.

E às vezes, simplesmente, não me cai a ficha.

Agora eu tenho Vinnie como namorado.

Por sorte, não é mais falso.

Vincent Cole Hacker também é a namorado mais real que eu já sequer tive o privilégio de ter.

FIM.

Valentine ᵛᶦⁿⁿᶦᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora