O tudo e o nada.

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Nenhum som se encaixa, não há um coração retumbante, tampouco sentimento capaz de ser sentido. Tal qual um poço sem fundo, ou abismo sem fim, um algo que abraça o tudo e o nada ao mesmo tempo. Não há cores, cheiros, não há vida. É uma ausência completa de tudo aquilo que faz um ser vivo sentir-se vivo. Uma presença, um ser que habita entre nós, escondido aos olhos dos desesperados que lutam para se afastar deste vazio abissal. Uma entidade, força, um ser imortal em constante mudança, sempre presente, sempre lá. Tão perigoso, tão sedutor.

A força que se alimenta de tudo o que fazemos, sentimos e sonhamos. Tudo o que somos. Um buraco negro que absorve todas as nossas emoções, a capacidade de desejar a vida, engolindo nossos sonhos, deixando-nos com nada além do próprio “nada”. E por mais que tentemos, por mais que lutemos, nunca podemos fugir desta força insólita que não permite fugas, pois ela estará sempre lá, nos acompanhando, à espera do momento em que deixamos de lutar, em que deixamos de ter força para prosseguir.

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