Há uma força que rasga o teu peito e espalha o carmesim por onde há de passar. Nos olhos, o doce reflexo tornou-se borrado pela cegueira, que somente enxerga o que deseja vislumbrar. Do sorriso não mais habitável, sobrou a doce memória de sua estadia.Querida alma que de tanta dor tornou-se vazia, por onde mais irás vagar nessas noites tão frias?
Sem um alento na pele que traga-lhe o calor, ausência de bendições que tirem-lhe do torpor. Quantas dores mais irás preencher esse teu peito calejado, alma vagante? De tanto arrancar-lhe a calma tornou-se impenetrável, e você, perdida na própria mente, delirante.
Permita que a paz venha de fomentar seu âmago mais profundo, aceitando-a com a condição de largar do que lhes torna um moribundo. Arranque o punhal para que não mais faça-se rubro o chão, sangrando pelo tempo gasto que lhes foi em vão; aceite que sua dor lhe fere somente porque você a permite transbordar. Se despeça do cortante, destrua-o para não mais se machucar.
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O Jardim de Líri(c)os.
RandomO Jardim De Líri(c)os mostra o reflexo dos fragmentos de uma alma abatida, um mundo retratado por palavras ensinadas a ser duras e astutas, mas também dóceis e acolhedoras. Um mundo de prosas, contos e poesias, onde líricos podem acolher-se a cada p...