Alma vagante.

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Há uma força que rasga o teu peito e espalha o carmesim por onde há de passar. Nos olhos, o doce reflexo tornou-se borrado pela cegueira, que somente enxerga o que deseja vislumbrar. Do sorriso não mais habitável, sobrou a doce memória de sua estadia.

Querida alma que de tanta dor tornou-se vazia, por onde mais irás vagar nessas noites tão frias?

Sem um alento na pele que traga-lhe o calor, ausência de bendições que tirem-lhe do torpor. Quantas dores mais irás preencher esse teu peito calejado, alma vagante? De tanto arrancar-lhe a calma tornou-se impenetrável, e você, perdida na própria mente, delirante. 

Permita que a paz venha de fomentar seu âmago mais profundo, aceitando-a com a condição de largar do que lhes torna um moribundo. Arranque o punhal para que não mais faça-se rubro o chão, sangrando pelo tempo gasto que lhes foi em vão; aceite que sua dor lhe fere somente porque você a permite transbordar. Se despeça do cortante, destrua-o para não mais se machucar. 

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⏰ Última atualização: Jun 24, 2024 ⏰

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