O falhanço e o fraudador.

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Culpo-me por tanto, mas ao fazê-lo, privo a mim mesmo da opção de viver ao emudecer a alegria, afogando o brilho que a vida carrega. Amargurado de arrependimento, afasto-me da ideia de ser merecedor do que me faz contente. Nos incontáveis momentos em que falhei, sigo me prendendo fielmente prendo a isto ao entupir-me de anseios, lançando ao mar as chances de tornar-me uma boa parte de mim. Assim sendo, continuarei a falhar e mergulhar em meu poço infindável de falhas. Fui um falhanço a mim mesmo, tornei-me o fraudador que toma a face da própria identidade, o desconhecido num recanto que, outrora, chamei de lar. Perco-me no escuro ao abraçar as mágoas e meus passados, desaparecendo consigo prestes a me lançar no abismo.

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