O vão entre os ninguém's.

7 2 0
                                    


Veste-se uma nuvem de mágoa, e ela, bela, me envolve quando a escuridão me cinge como o mar. Vago como as carcaças de um navio afundado, abandonei a lucidez dos dias através da angústia que me sufoca numa onda em furor. Meu peito comprime-se e o coração desaba, em vazio. O vazio de onde meu grito ecoa num silêncio sufocado, e minha garganta se engasga, em desespero, de onde ninguém ouve, ninguém vê. Ninguém sente a mente se perder. Na impotência, só o silêncio me resta; por mais que eu chame, a aflição não é vista, ainda que espessa. Meu corpo se aproxima da traição quando as palavras se abraçam no abandono. Quando a escuridão me devora e não resta resquício de luz. E toda a tentativa de ajuda mostram-se inúteis, em vão.

O Jardim de Líri(c)os.Onde histórias criam vida. Descubra agora