Inalcançável.

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Nas noites em que o céu abrigava as estrelas em sua imensidão azulada, o ar gelado pairava sobre a terra feito névoa, cobrindo tudo numa camada fina e densa. Nesses dias, em seu recinto particular, sentado à dianteira da janela, havia um jovem rapaz observando o externo de seu abrigo, as sombras da lua projetadas no gramado. Havia algo gritante em seu peito, ainda que a face plácida fosse mantida. O vento movia-se em seu rosto, soprando as longas madeixas cobertas de negritude. Ele agarrou-se à lua com o olhar, quase crendo que havia chegado àquela de grande beleza e alcance inatingível; ele sabia que jamais poderia senti-la por toque, não importava o quanto desejasse. O desejo ardente de uma alma corrompida pela paixão de ter o inalcançável abalou até mesmo a enciumada ventania. Ele clamava intimamente para os céus, implorando por uma oportunidade de ter o maior desejo de seu coração; porém, sua voz era ofuscada pelas rajadas daquele vento recorrente que eriçavam seus poros. Então, todas as noites – como um hobby – ele colocava-se à frente do esplendor, olhando para a noite e se lamentando por aquilo que não poderia ter em suas mãos.

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