Deleite oportunista

86 4 12
                                    

— Meupaiducéu. Quem qui tá batendo aqui a essa hora da manhã? — Matinha reclamava consigo mesma enquanto caminhava pela casa. — Já vai! — Gritou para a pessoa insistente do outro lado.

Abriu uma fresta para ver quem era. Sul e Paraná. Abriu a porta por completo.

— Bom dia guria. — Foi recebido com um olhar irritado pela morena. — Chegamos muito cedo?

— Eu falei que era cedo paixão! — O menor reclamou dando um tapa no braço do loiro. — Desculpa Matinha, não consegui segurar ele em casa por mais tempo....

— Tchê, larga de frescura já são 8h da manhã. Tenho certeza que ela está acostumada a levantar cedo!

— Num dia normal neh! Não quando a vida dela decide capotar! — Olhou para a morena se desculpando pela insensibilidade. — Desculpa.

Ela esfregava os olhos e a ponte do nariz com uma mão, negando a ofensa que Paraná falara e abrindo espaço para os dois entrarem. Olhou afiada para o gaúcho.

— Óia, seu namorado tem razão.

O maior sorriu sem graça.

— Desculpa. Vou fazer o seu café da manhã pra me redimir então guria.

— Quem é? — Catarina apareceu na porta do quarto de hóspedes, também com cara de quem acabara de acordar.

Os dois olharam um pouco surpresos para a loira, não estavam realmente acostumados a vê-la com roupas que não fossem do trabalho, muito menos pijama. No caso ela vestia um conjuntinho curtinho de algodão rosa claro com as bordas em azul e tecido estampado de nuvenzinhas.

Matinha também estava em seu traje de dormir, não haviam reparado pois estavam ocupados discutindo o horário. A morena usava uma baby-doll vinho de cetim e renda no busto, definitivamente mais sexy que a sulista. Não que a loira não tivesse seu charme com as curvas bonitas que possuía.

Foi automático o olhar do gaúcho descer pelo corpo da amiga, não conseguiu evitar o imã que era seu decote ou em como o tecido lhe abraçava tão bem a cintura e quadril. Levou um tapa do namorado na nuca e um revirar de olhos de Catarina. A dona da casa percebeu e sorriu de canto, gostava de ser apreciada afinal de contas, era um elogio para si. Deu de ombros falando.

— Podi olhá, eu num mi importo. Mas mantenha as mãos afastadas, não quero nenhum comentário. — Olhou indicativa para baixo e depois encarou séria seus olhos. — Ou reação. Intendeu?

— S-sim. — Sul foi obrigado a responder.

Tinha um sorrisinho vitorioso na cara, fazia tempo que não via uma mulher daquele jeito. Lançou um olhar para o namorado, ele só desaprovava a atitude e cara de pau, mas não parecia ser particularmente contra dele apreciar a vista.

A mulher se virou entrando mais na casa e falando de costas mesmo, não estava transbordando paciência naquele momento.

— Eu vô querê café cum leite, uma torrada í dois ovos fritos na manteiga com gema mole. — Olhou para Catarina. — Cê vai querê o quê amiga?

— Aproveita que é o Sul que vai fazer. — Paraná falou alto e sorrindo, explicando para a sulista.

— Pode ser o mesmo daí.

Sul sorria resignado, ele mesmo que se submetera a isso.

— A cozinha é ali. — A morena apontou a ermo para o lado. — Si vira.

— Me dê cinco minutos gurias que já já fica pronto. — Agarrou o braço do menor e o arrastou consigo. — Paraná vai me ajudar.

— Ei! Foi tu que quis vir cedo! Por que eu tenho que te ajudar?

Prenha?!Onde histórias criam vida. Descubra agora