Eles chegaram

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Matin voltou para dentro da casa, havia se acalmado o suficiente para isso. Sua irmã ainda tocava alguma coisa no violão, dessa vez menos triste, mas ainda melancólica.

Se juntou ao gaúcho na frente da churrasqueira, ele já espetava e salgava algumas peças de carne. Foi direto se servir de mais um chimarrão, queria manter a boca ocupada para não precisar falar muito.

O loiro lhe lançou um olhar bem humorado, somente reconhecendo sua presença, não iniciou conversa. Parte do pão de alho já estava na brasa, serviria de entrada enquanto esperavam.

Paraná e Minas Gerais iam e vinham arrumando a mesa e as outras coisas. Quando finalmente acabaram e sentaram ali.

— Quando que sai o pão de alho paixão? — Paraná cobrou bem humorado.

— Ainda quero dourar mais um pouquinho. — Analisava a comida na brasa. — Mas pra ti paixão eu já posso tirar um. — Flertou divertido com o namorado.

— Eu posso esperar. — Replicou em voz suave também flertando. — Sou especialista nisso contigo.

Recebeu um sorriso de canto do loiro.

— É sim.

O sul mato-grossense observava a interação com muita atenção. Depois do que ficou sabendo do Sul começou a admirar Paraná. Era incrível como eles conseguiram converter numa relação saudável daquele jeito. O menor notou aquela atenção sobre si. Ia perguntar mas o mineiro foi mais rápido, também observava aquela atenção do namorado nos outros dois.

— O qui ocês tavam fazendo la fora? — Lançou a pergunta para eles como quem não quer nada.

Rapidamente Sul e Matin trocam olhares e o gaúcho abre um sorriso largo e divertido.

— Ah, nada de mais tchê, só trocamos uns beijinhos.

Foi instantâneo a queda de queixos tanto do Minas como do Paraná. Matin se limitou a revirar os olhos e dar um sorrisinho discreto de canto. O maior se serviu de outra cuia de chimarrão chamando a atenção para si com o barulho da térmica. Indicou a bebida e tomou um gole.

— Nois cunversô umas coisas.

Com o gesto Paraná entendeu a piada e sorriu divertido, o mineiro ainda estava perdido então o menor explicou.

— Eles dividiram o mate Minas. — Apontou para a cuia. — O Sul tava falando de beijo indireto que acontece na bomba.

— Ahhh.... — Olhou atento ao canudo de metal. — Num mi assusta assim não sôh. — Ria aliviado por cair na brincadeira.

— Que foi xirú? Com medo de perder o namorado? — Rio Grande do Sul brincou com a cara do mineiro.

— É qui por um momento eu pensei qui teria qui ti dá um soco por disrespeitá ele. — Falou a ameaça com um sorriso na cara.

Não achava muito provável que aquilo aconteceria mas um frio desceu pela espinha do gaúcho. Minas era forte afinal de contas, não podia nunca esquecer disso.

— Credo Minas, falando assim você fica muito macabro. — Paraná comentou com um sorriso fraco no rosto. Também sentiu o sangue gelar.

— Í quem disse qui eu preciso qui mi proteja? — Matin murmurou entredentes, internamente feliz pela demonstração de ciúmes.

MG levantou e foi de encontro ao namorado e o abraçou carinhoso na cintura o olhando com os olhos brilhantes.

— Eu num posso protejê o qui é meu?

Fez o maior corar discretamente deixando-o desconfortável.

— Hãm.... Guris? — Catarina interrompeu o momento. — Eles chegaram.

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