Prenha?!

Bom dia!

— Bom dia! — Rio Grande do Sul cumprimentou os primeiros que apareceram na cozinha, Matin e Minas.

— Bão dia. — Minas que respondeu animado enquanto o namorado ocupava um lugar na mesa, calado como sempre.

— Tchê, tu pode fazer o café?

— Claro sôh. — O mineiro se prontificou já avançando no material que precisaria. De acordo com sua natureza, puxou assunto. — Num imaginei qui ia tê alguém já acordado nessa hora.

— Ai guri, eu tô acostumando neh. Nem querendo não consigo dormir muito mais depois de acordar, só fico me revirando na cama daí incomodo o Paraná e ele fica de mau humor o resto do dia. — Deu de ombros com um risinho fraco. — Daí é melhor sair logo mesmo.

— Eu sei como é. — Lançou um olhar divertido para o maior. — Si eu acordo o Matin fora de hora ele fica assim também. Mais geralmente nois acorda junto mesmo.

O loiro não conseguiu deixar de lançar um olhar para o de cabelo comprido e ambos ficaram levemente constrangidos, era uma informação íntima afinal de contas, logo desviou o olhar.

— Ara sôh. Bão dia. — Goiás apareceu na cozinha.

— Bão dia. — Minas foi o primeiro a responder animado.

— Bom dia guri. — Sul correspondeu ao cumprimento.

Matin se limitou a encara-lo agressivo por um momento, logo desviando o olhar com um revirar de olhos. Já era alguma coisa, dado o histórico dos dois.

— Já tão fazendo o café da manhã? — O cantor continuou o diálogo com os outros respeitando o distanciamento do agora cunhado.

— Eu ia começar agora a fazer alguma coisa. — Tomou um chimarrão. — Estava preparando meu mate. — Olhou divertido para Matin, sabendo que ele o entenderia melhor que os outros dois. — Prioridades, neh não Matin? — Estendeu a cuia oferecendo um para ele. — Vai querer peão?

O maior deu um leve sorriso de canto.

— Já qui num tem meu terere vai tê qui di sê o seu mesmo.

— Ow! — O loiro recolheu a mão fingindo ofensa. — Com essa atitude eu também não te dou.

O de cabelo comprido alargou o sorriso fazendo contato visual com o gaúcho.

— Qui foi? Num qué mais mi beija é? — A piada fez o grupo inteiro silenciar e olharem meio chocados para ele, já que não era de sua personalidade falar aquelas besteiras.

Minas logo entendeu, afinal não era a primeira vez que ouvia aquilo, sorriu divertido, as vezes o namorado soltava uma dessas, mas era tão raro que sempre o surpreendia, amava isso nele.

Goiás estava absolutamente estático tentando fazer algum sentido daquela fala e Sul fora pego de surpresa e corou um pouco embaraçado.

Ainda mais depois da conversa com Paraná no dia anterior sobre querer pegar ele. Logo conseguiu disfarçar se virando para servir mais água no chimarrão, se demorando ali o quanto conseguia sem ficar estranho.

— Nunca meu amigo. — Por fim o gaúcho entrou na brincadeira, ainda tinha as orelhas coradas quando entregou a cuia servida para o moreno.

O goiano ainda estava confuso e não conseguia evitar de encarar demais o cunhado e o mineiro, até que enfim MG explicou.

— É o beijo indireto qui acontece na bomba. — Discreto como só ele conseguia ser quando queria percebeu a proximidade e embaraço dos dois amigos. Descartou o pensamento jogando a culpa na natureza safada da piada.