Vamos apostá!

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— Quem ocêis acham qui volta primeiro? — Matinha perguntou alguns minutos depois que os dois casais saíram.

— Ai amiga, olhas as perguntas que tu faz guria! — Catarina prontamente reclamou.

— Í eu lá quero pensá quem deles qui volta antis? — Goiás também reclamou desconfortável.

— Vamos apostá! — A mulher se ajeitou no sofá animada. — Deiz reais que o Sul e o Paraná voltam antes. — A morena olhava animada para os outros dois que se limitaram a negar. — Vinte! — GO e SC trocaram olhares, ainda não convencidos. — Tá bom! Cinquenta! Quem ganhá leva 150 pra casa, í si dé impate ainda dá 25 di lucro di qualqué jeito!

A catarinense suspirou fundo sem acreditar nela mesma que ia entrar naquilo.

— 50 que quem volta primeiro vai ser o Minas e o Matin. — Se recostou cansada em seu assento. — Sul e Paraná nunca são rápidos pra isso.

Falou a contragosto, não é como se gostasse de saber esses detalhes da vida de seus colegas de região. Mas era impossível não ver quando os dois tiravam um intervalo juntos e só voltavam muito tempo depois.

Matinha fez uma pequena comemoração e em seguida encarou o namorado com expectativa. Catarina também o encarava, esperando que declarasse onde iria sua sorte. Goiás encarou desacreditado as duas mulheres. Foi obrigado a bater a mão na cara e enquanto escorregava para baixo murmurou entredentes constrangido.

— Eu num posso votá contra o Matin, si ele discobre arranca meu coro. — Olhou com mais firmeza para as duas. — 50 qui o Sul e o Paraná voltam antis.

A morena comemorou novamente que conseguira convencê-los naquela aposta.

— Isso! Agora é isperá.

— Eu preciso de um vinho depois dessa. — A loira se levantou. — Querem também?

— Eu tomo! — MT estava muito animada.

— Gradicido, num vô querê não.

A sulista assentiu, se retirou e trouxe uma garrafa e dois cálices. Serviu primeiro a amiga e depois a si mesma e estendeu o cristal num brinde.

— Aos nossos amigos que se divertem tanto nesse momento. — Sorria divertida, se era pra brincar com o assunto que assim fosse.

— Saúde!

Matinha correspondeu animada e Goiás se limitou a revirar os olhos, puxou novamente o violão e voltou a tocar alguma coisa. Algum tempo indeterminado passou, ninguém ali estava contando os minutos, o importante era só a ordem de chegada mesmo.

Finalmente o primeiro casal apareceu. Sul e Paraná entraram de volta na casa pela varanda onde haviam saído.

— Uhu!!! — Matinha comemorou alto, estava bêbada e feliz de ter ganho a aposta. Estendeu a mão para a catarinense. — Ganhei!

Goiás sorria largo também olhando para os recém chegados. O gaúcho estava sem camisa e tinha o braço em volta do namorado, meio o guiando meio o apoiando. Olhavam confusos para aquela agitação e troca de dinheiro.

— Barbaridade tchê! Que que aconteceu?

Santa Catarina havia se levantado de seu lugar e a passos trôpegos se aproximou dos outros dois sulistas e apoiou o dedo no peito do loiro.

— Por que vocês não demoraram mais? Vocês nunca são rápidos assim! Volta lá e fica mais tempo! — Tentava virá-los de costas e empurrar para fora de novo.

— Num adianta Catarina, ocê já perdeu! — Matinha comemorava de pé, ou quase, estava completamente desequilibrada do vinho que bebera.

Um pouco preocupado Sul busca explicação com o Goiás, que parecia o único sóbrio ali.

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