Christopher Uckermann tem 32 anos, é arquiteto e não acredita no amor.
Quando era pequeno como não tinha o amor e a presença dos pais em sua vida, foi criado por sua tia Alexandra sua única familiar ainda viva. Assim que completou a maioridade, Ch...
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Segunda-feira de manhã e cheguei no meu emprego bem cedinho para começar a faxina. Pretendo terminar um pouco mais cedo, para ir ao hospital acompanhar minha mãe em alguns exames e hoje também ela tem sessão de quimioterapia. Gosto de estar presente em todas.
Quando era pequena, meus pais tinham uma condição financeira razoavelmente boa, não éramos milhonários, mas meu pai trabalhava em uma boa empresa e tinha um salário que dava perfeitamente para sustentar a casa e a família sozinho. Pouco depois de eu completar 12 anos, nós estávamos viajando de férias. Na estrada, próximo a um engavetamento, meu pai perdeu o controle do carro e uma carreta nos pegou em cheio no lado do motorista. Meu pai morreu na hora, minha mãe ficou gravemente ferida e eu machuquei bastante, mas depois de algumas cirurgias e algumas semanas internada, eu estava bem.
Durante alguns meses minha mãe ficou internada no hospital em estado grave. Nesse período eu morei com meu tio, que era irmão do meu pai e rezava todos os dias para minha mãe ficar boa e sair do hospital para ficar comigo. Depois que ela finalmente saiu do hospital meu tio prometeu nos ajudar com o processo para receber o dinheiro deixado para nós por meu pai. Não era muito, mas poderíamos nos manter por um período até ajeitarmos nossa vida de acordo com nossa nova realidade. No entanto não foi isso que aconteceu. Meu tio se aproveitou da nossa inocência e roubou o dinheiro, nos deixando sem nenhum centavo. Consequência disso, passamos por um período bem difícil que mal tinhamos condiçẽos de nos alimentar.
Como éramos só minha mãe e eu, nos vimos desamparadas e sem saída alguma para aquela situação precária, minha mãe deciciu que o certo seria nos mudar de cidade para procurar novas oportunidades. Foi assim que viemos parar em Brantford, mas ainda assim as coisas continuaram não dando certo. Foi muito difícil de encontrar emprego. Mesmo morando em uma pequena kitnet o salário que minha mãe recebia mal dava para nos sustentar e isso não foi o pior. Com o passar dos anos, ela foi ficando impossibilidata de trabalhar devido a esquizofrenia desenvolvida após a morte do meu pai, então eu tive que deixar os estudos na escola pública para trabalhar e assumir a responsabilidade de trazer o sustento para dentro de casa. Como eu tinha só 15 anos era mais difícil ser contrada, sendo assim eu fui fazendo bicos como babá, doméstica, caixa de supermercado e até entregava panfletos em sineleiros.
Alguns anos depois ainda vivendo nessa situação a esquizofrenia da minha mãe foi piorando e outras doenças foram aparecendo, como por exemplo o câncer, ela teve na mama direita. Conseguimos o tratamento no hospital público, mas foi muito sofrido. Dois anos depois de vencer essa batalha, veio outro câncer, dessa vez na mama esquerda. Mais uma vez conseguimos a vaga no hospital e seguimos nossa luta. E eu sempre revezei entre cuidar dela, e fazer meus bicos para continuar mantendo nosso precário sustento.
Mais uma vez vencemos a luta contra o câncer, no entanto parece que ao invés de melhorar a situação foi só piorando. Descobrimos que além da esquizofrenia, ela foi diagnosticada com alzheimer. A situação era preocupante, minha mãe precisaria de alguns cuidados especiais e como eu precisava trabalhar para trazer o sustento de casa, não tinha como ficar com ela o tempo todo, mas fiquei muito preocupada, porque não tínhamos condições de manter uma enfermeira por tempo integral e muito menos uma internação em alguma clínica, ou hospital, sendo assim eu corri atrás de conseguir um emprego um pouco melhor para manter o tratamento dela. É assim que vim parar na mansão do Sr. Uckermann, sendo sua empregada doméstica, mas acredite é muito difícil trabalhar para esse homem com o coração de gelo. Ele é totalmente sozinho e muito estúpido, confesso que só aguento tudo isso para continuar mantendo o tratamento da minha mãe.
