Capítulo 11 ✨

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Pov Ludmilla

Servi uma doze de Johnnie Walker apreciando a paz do Pacífico na minha remota ilha, na maior tranquilidade, pelas amplas janelas abertas que levavam o gosto do mar a mim quando ouvi aquela voz que turvou toda minha paz interior. Só estando imersa em pensamentos nada produtivos sobre aquela feiticeira mesmo para não ouvir o helicóptero pousar na minha pista, o lacaio preferido do meu pai invadir meu território e vir distorcer ainda mais
minha escassa paz. O que Brunna estava fazendo comigo para deixar-me tão desligada assim? Eu mereço, fechei os olhos, irritada. Coloquei o copo de whiskey na mesa sem ao menos ter dado um gole.

-Ludmilla -  Soltei um suspiro exasperada, esforcei um sorriso apertado e vire-me para
cumprimentar o pior pé no saco já existente
na face da terra.

- Ian Somerhald. A que devo a honra?- Ele
sorriu.

- Nada de mais. - Respondeu ele fazendo-se
em casa. Nada de mais uma ova! Aposto
que estava vindo fuçar nos meus negócios
particulares. E meu instinto dizia que tinha
algo a ver com a minha mais nova hóspede.

Um sentimento estranho e possessivo tomou conta de mim, ninguém mais tinha direito de a atormentar, a não ser eu claro. Mascarei minha irritação e levantei uma sobrancelha a sua resposta, o lan gargalhou.

- Ah, Ludmilla. Sempre desconfiada. Mas em
fim, o velho homem mandou dar uma olhada em você, para ver como as coisas andam. - Ele desenhou um sorriso esperto.

- Não me diga? Bem, como pode ver, está tudo a mil maravilhas. E mais uma coisa, se o velho homem quiser ter notícias minhas, diga para ele aparecer, ligar ou mandar email. Formas de comunicação hoje em dia são o que não faltam. Não precisa espiões em minha casa. - O sorriso esperto balançou, atingi um ponto. Mas como lan era um filho da puta da pesada, não era fácil quebra-lo só com algumas palavrinhas.

- Qual é Ludmilla ? Sabe bem como o velho
homem é. Só está preocupado com sua filha. A única que restou, não? Desde daquela última vez que quase passas-te pra outro lado, nunca se sabe.. de tempo em termypo temos que fazer uma visita.

Era mesmo um filho da puta. De todos, lan era o que sempre fazia questão de lembrar-me daquela infeliz noite. Que a suposta mulher que dizia amar-me botou um tiro mortal no meu peito. Um gosto amargo invadiu minha boca.

Virei, peguei no copo de whiskey e entornei
sentindo o gosto amargo da bebida, pelo
menos era melhor que a lembrança daquela
noite. E quando acordei, as coisas não
melhoraram, estava lá meu pai, neutro como sempre, dizendo exatamente tudo que eu não precisava ouvir naquela hora.
Eu nunca ganharia o pai do ano, mas naquele momento eu precisei dele.

- Ludmilla ? - A razão da submersão dos meus demónios tirou-me das minhas memórias sofridas.

Hora do show Ludmilla. Plantei um sorriso no rosto. Encarrei Ian, que continha umn brilho triunfante nos olhos, o cabrón estava quase gozando de felicidade, pois iria o mostrar quem era Ludmilla Oliveira.

- Whiskey?- Servi-o.

- Não. Estou dando um tempo nas bebidas.
- Levantei uma sobrancelha a isso.
Interessante.

- Claro. Bem, como já viu Ian, não há nada
novo por aqui, então pode dar meia volta, e
há, não esqueça de mandar lembranças ao
velho homem sim? - O sorriso sarcástico voltou.

– Claro, afinal é por isso que estou aqui não? Mas antes... - Pausou para criar suspense, mas ele esquecia-se que eu era rainha de jogos mentais. Continuei indiferente. - Há rumores que circulam por aí e dizem que raptaste uma pobre chica. E?

-E, o quê? - Servi mais uma rodada de whiskey, rodei a mesa, sentei-me na cadeira fazendo cara de poker.

- Como dissestes, rumores. - Observei atentamente a reação de lan, "Do relaxado, ao borbulhando de nervos" bateu a mesa feito um pitbull. Até ai era demais.

Ninguém bancava o macho alfa no meu
território. Não na minha toca! Esta era a porra da minha casa, e já estava na hora dessa cabrón saber disso! Virei o copo num gole rápido e duro e fechei os olhos
planejado meu próximo movimento, reabri-os e levantei subitamente. lan não me viu chegar. Segurei o cabrón pelo
pescoço o tirando da minha poltrona, que
ele estava sentado como se tivesse tirado
cada centavo que gastei na merda. E bati
brutalmente sua cabeça na minha mesa que
havia sobrevivido a varias cabeças duras,
como desse individuo aqui.

Os olhos castanhos dilataram pelo choque e
como uma puta que ele era começou a gritar e se espernear no meu agarro de dor. Reforçei o agarro no seu pescoço, seu cabelo curto militar facilitava as coisas.

- Agora ouça com atenção. - Baixei ao
seu nível e sussurrei com veneno em cada
palavra - Vai voltar do buraco de onde você
saiu, e dar seu relatório ao seu chefe, como
uma boa puta e nunca mais vai voltar aqui, se quiser continuar vivo. Porque marque minhas palavras lan. Eu. Não. Sou. Meu. Pai... Eu sou pior. - Senti-o estremecer. Bom.
Larguei-o e ajeitei a camisa que usava - Agora vá.

O cabrón não perdeu tempo, saiu correndo
da minha sala, devolvendo a paz interior de
antes. Meus lábios alargaram-se num sorriso, mostrando meu dentes. Peguei no telefone e disquei a tecla 1, que era a extensão da cozinha.

- Nete

- Sim?

- Prepare algo bom para comer pra nossa
hóspede. Porque hoje sua noite será longa e
ela vai precisar de energia.

Como sempre Nete começou a reclamar
num espanhol rápido, nunca deixando de
dizer o que ela pensava sobre a minha súbita hóspede. Mas não liguei, Nete era a única coisa boa que tinha restado dessa vida de cão. Desde que o senhor meu pai trouxe-me a casa dos oliveiras ela foi como uma mãe para miim, cuidado de mim 24h por dia, por isso quando mudei-me daquele pandemônio trouxe-a comigo. Era a única pessoa no mundo que podia-me puxar orelhas. Devia minha vida a aquela velha mulher. Mas nesse assunto nem ela poderia mudar minha decisão.

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