Capítulo 29 ✨

380 44 0
                                    

Pov Brunna

Sabe quando a esperança parece ter-nos
abandonado e desistimos de viver... estava
quase lá, mas a teimosia humana de insistir
num ilógico instinto de sobrevivência não me deixava apagar de vez, negava-se render a escuridão, segurava na pequena centelha da luz com garras e dentes.
Meu Deus porquê nos castigar com esse
instinto que nos mantinha de pé mesmo não
querendo, nos obrigando a lutar?

Eu queria dormir, apagar, me entregar... sim, eu era fraca, mas diante de tanto sofrimento, a palavra escolhida por falta de opção diante do macabro que via, estava em alerta e horrorizada, mas não vencida.

Desista de uma vez!

Não!

Minhas entranhas rebelaram mais uma vez.

Viu o que fizeram com a mulher ao seu lado?

Mesmo contra vontade observei mais uma vez a mulher mulata, a 3 jaulas de mim, jogada nua no imundo chão, toda ensanguentada e suja, visivelmente violada e espancada, onde a única pista de que continuava eram os tremores que sacudiam seu corpo inteiro.

Como manter esperança com tudo aquilo
sabendo que que aquele era meu destino?
Mais um tremor varreu meu corpo e quis
chorar, mas acontece que não caia mais uma lágrima sequer, porque já tinha entrado em choque, desespero, e negação... e finalmente tinha aceitado a minha realidade. Baixei a cabeça e encolhi meu corpo no canto da jaula, tornei-me um feto assustado, balançando nervosamente, inconsolável, quando de repente ouvi um estrondo ao meu lado e rapidamente foquei no que estava acontecendo a beira de um ataque de pânico e um grito saiu da minha garganta quando vi um dos guardas fortemente armandos caído duro no chão ao pé da minha jaula com um tiro certeiro na cabeça.

Entrei em colapso nervoso de novo, um
autêntico curto-circuito. O que estava acontecendo!? Mas os tiros e barulhos de armas de fogo juntamnente com o caos que tomou conta do lugar me acordaram mais uma vez meu odioso instinto de sobrevivência e do jeito que pôde me protegi do caos incontrolável de balas e gritos voando soltos.

O que foi isso agora?

Não sei quanto tempo passou naquela
loucura de trocas de tiros, e nem queria
saber, só queria sair dali o mais rápido
possível, mantinha a cabeça baixa e o corpo
protegido o melhor que podia contra toda
aquela violência, silenciosamente chorando
e tremendo, rezando para que tudo acabasse logo e por um milagre eu saísse viva dessa história, mas assim que alguém tocou minha cintura me tirando com força do chão protetor, esperneei e gritei feito uma louca, fora de mim, até que ouvi a voz de Ludmilla e parei por um segundo, o suficiente para ver a miragem.

No meio daquele todo caos: tiros, gritos,
confusão... meu corpo estalou ao sentir a
quentura dos braços musculosos de Ludmilla e como uma droga irresistível me entreguei ao seu inebriante êxtase, minha luta esquecida, deixei ela me abraçar e moldar meu corpo ao seu protegendo-me de tudo. Ajoelhadas, colamos nossos corpos, sentindo a essência uma da outra, não acreditando que aquilo realmente acontecia, um perfeito encaixe, um sonho até que ela murmurou meu nome com tanta veemência como se ela própria não acreditasse que eu estivesse aí e fosse uma mera miragem, foi aí que me dei conta que aquilo, que ela era real, não um fragmento de minha imaginação alucinado que minha cavaleira de armadura brilhante veio me resgatar da torre guarecidas por um
terrível dragão.

E lá estava ela, não precisamente de armadura brilhante, mas sim bem armada e protegida com equipamento e vestimenta de combate, toda de preto, não carregava uma espada para matar o dragão, mas sim um baita de uma poderosa arma, uma só não, mas várias distribuídas por seu corpo, para matar esses homens, sei que poderia considerar aquilo seres humanos, esses demónios que me aprisionaram!

A Grande Mafiosa Onde histórias criam vida. Descubra agora