Capítulo 10 ✨

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Pov Brunna

Três dias passaram e nem sinal de Ludmilla,
estava começado a pensar que ela nunca viria, e manter-me aqui trancada nesse
paraíso tropical era sua vingança a Caio,
porque segundo ela, matou sua irmã, coisa
que eu duvidava até hoje. Passava meus dias trancada no quarto, apesar de Nete dizer e insistir que eu desse um passeio pela casa e praia alegando que eu não era uma prisoneira ,ata estava até acostumando-me com a rotina: acordar,
comer e dormir.

Nete trazia minhas refeições e tentava
conversar comigo, mas eu não dava confiança, como poderia? Apesar de não estar a sofrer maus trato, não deixava de estar a ser mantida em cativeiro. Estava cada vez mais perdendo as esperanças
de um resgate. Caio estava demorando
muito, quando eu encontrasse com aquele
idiota outra vez, iria o dar uma surrar
das grandes por ter-me metido nessa
encruzilhada.

Sai do banheiro, depois de uma chuveirada
refrescante e de toalha e caminhei ao quarto como sempre fazia para ir ao closet escolher alguma peça. Muito longe, abri a porta entrei no quanto quando algo fora do lugar chamou minha atenção.

Parei. Curvei. Petrifiquei. Ludmilla Oliveira
estava sentada na poltrona do quarto com
um copo de whiskey em pleno dia feito uma
mafiosa bandida que ela era, apesar de sua
vestimenta ser de uma um rica empresária.
Vestia um terno cinza, cortado a medida, com uma gravata vermelha e camisa social branca. Um autêntico lobo disfarçado de civilidade, humanismo e estilo.

- Olá princesa, sentiu saudades? - Desenhou um sorriso maléfico. Meu corpo enrijeceu.

- Ludmilla - Murmurei.

- Ao vivo e a cores. Porquê, esperava por outra pessoa?

-O que faz aqui? - Ela gargalhou

- Pelo que lembro, essa ainda continua ser minha casa. - Verdade. Doce ilusão minha achar que estava livre dessa louca.

-O que você quer?

- Ah, vejo que seu espírito ainda continua em alta. Bom, será mais doce assim quebrá-lo. Odiaria brincar com uma boneca quebrada. Agora quanto ao que eu quero, vista isso.

E atirou um babydoll de  rena vermelho
escarlate transparente com laço no meio.
Engasguei ao pegar a peça e minha mente
entrou em choque ao que uma peça tão
íntima dessas poderia desencadear.

- Vista - Ordenou.

- Ludmilla eu...

- Eu disse vista. E não me faça repetir de novo Brunna.

O brilho lunático nos seus olhos fez-me
engolir saliva e pegar a peça, virei e não dei
nem dois passos ao quarto de banho quando sua voz envenenou meus ouvidos.

- Ah, ah, ah. Eu não disse para sair. Eu disse
vista, Brunna.

- Mas como vou trocar de roupa aqui? - Quase  roguei não querendo pensar no que estava prestes a acontecer.

- Na minha frente.

- Ludmilla.... - apelei desesperada.

Ela tirou uma maldita arma de algum
lugar do seu casaco cinza e comprimiu seus
lábios numa linha perigosa. Sobressaltei.
Claro que já tinha visto armas, pois meu
irmão era da ICCF, mas uma assim tão perto
com poder de acabar com minha vida num
triz, e finalmente pagar a dívida de sangue
dele não.

Isso pôs-me em movimento automático,
mesmo que meu cérebro estivesse gritando
não. Descobri uma coisa muito importante
naquele momento: eu queria viver. Tremendo deixei cair a toalha no chão e fiquei completamente nua em sua frente. Fechei os olhos engolindo as lágrimas que teimavam turvar minha visão. Não, eu não iria quebrar. Recusava-me a quebrar.

- Isso, Brunna, agora tire suas mãos dos seus
seios, eu quero vê-los.

- Ludmilla, por favor, não faça isso. - Solucei
sem coragem de olhar para ela.

- Ah, ah, ah, princesa. Não banque a modesta agora. Além de que não há nada que eu não tenha visto já, então porquê todo o teatro? - Ouvir ela falar assim, da nossa noite mágica foi demais. A pouca dignidade que eu tinha estalou-se toda no chão. Grossas lágrimas começaram a escorrer, e eu fiz o máximo possível para engolir os soluços.

- Ludmilla- Estremeci tentando segurar meus soluços.

- Brunna, você não vai querer deixar-me
nervosa, vai? - Abanei a cabeça sem forças de responder ao ouvir sua voz dura e o estalar dos seus dedos. Lentamente tirei minhas mãos dos seios, meus últimos escudos a indecência e perversidade dessa mulher.

- Boa garota, agora olhe pra mim.

- Ludmilla, por favor. - Eu não iria aguentar. Ouvi o clicar inconfundível da arma fez-me prontamente olhar a sádica, mesmo com a visão turva vi o prazer doentio que ela estava tendo dessa situação toda. Nunca me senti tão suja como aquele momento. O que eu fiz para merecer algo desse género?

- Linda... agora ponha o vestido... isso, boa
garota. Dê um giro... esplêndido. - Fiz tudo que ela mandou automaticamente, sem resistir. Estava fraca demais pra isso.

Subitamente ela levantou, dei um passo para trás morrendo de medo do que a lunática poderia pedir mais de mim agora. Não bastava a humilhação? Mas em vez de vir a mim, ela girou os calcanhares e foi a porta. Parou e disse sobre ombro.

- Esteja pronta pra essa noite Brunna.

E foi embora deixando-me no abismo da
devastação. Agora não era lágrimas grossas
que escorregaram pela minha bochecha, o
negócio ficou feio. Cai no chão, desolada e na posição fetal entreguei-me a dor de ser usada e humilhada. E o pior era que eu sabia que isso tinha sido refresco com o que vinha a seguir.

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