POV Henry
Desço as escadas com certa pressa, Dona Leila não gosta de atrasos e eu que não vou desobedecer ela.
Antes de entrar na sala de jantar, ajeito as dobras da minha blusa branca social, e finalmente entro. Procuro logo uma cadeira pra sentar enquanto espero os outros chegarem.
Vejo Thomas se sentar ao meu lado e A Sra. Campbell na cabeceira, como sempre; as garotas chegam todas juntas, Sara se senta primeiro na frente do Thomas (ela usa um vestido vermelho de alça com um scarpin vermelho e batom vermelho), Luna se senta ao lado esquerdo dela, provavelmente vai se sentar de frente ao Guilherme (ela usa um vestido azul claro colado, que é grande de um lado da perna e vai ficando mais curto, com um sapato branco), e finalmente a Manuela aparece, aparentemente não tem outra alternativa se não sentar na minha frente.
Ela está deslumbrante, caramba. O vestido lilás cai perfeitamente bem no corpo dela. O cabelo preso mostra mais o rosto dela e o sorriso dela me deixa até um pouco sem ar.
Eu pigarreio e desvio o olhar antes que ela perceba que eu estou a encarando.
— As meninas vão servir vocês — Leila pede pra Lete e Odete pegarem nossos pratos.
Eu olho pra Manuela que cochicha alguma coisa com a Sara; ela nota que eu estou observando e para. Antes que ela pudesse falar alguma coisa, eu falo antes.
— Só estou olhando a 8° maravilha do mundo, isso não é crime, é?
Ela ruboriza antes de abrir a boca, fechar de novo, e então falar.
— Você é insuportável.
Eu sorrio pra ela como se fosse um elogio.
Alguns minutos depois, Luna cochicha pra Sara, que cochicha pra Manu, ela parece não gostar de alguma coisa, mas está rindo.
— Para de encarar ela.
Sinto meu corpo inteiro tremer de susto, eu esqueci completamente que Thomas está do meu lado.
— Meu Deus, você vai me matar.
— Você e o Guilherme encarando as coitadas, parece que vão engolir elas, parem.
— Não é verdade. — Era sim.
— É sim, olha pro Gui. — Eu olho, realmente, ele observava a Luna confuso mas curioso.
— Merda, eu 'tô igual ele?
— Aham.
Eu balanço a cabeça em negação e volto a comer.
De repente sinto a ponta de um sapato, acho que um salto, na minha perna. Bem leve, mas sinto. Eu olho pra Manuela que continua comendo calmamente.
— Sara, me passa o sal?
Ela pega e coloca o mais perto possível de mim, eu me curvo pra pegar e na volta passo minha mão pelo braço da Manuela, bem leve, igual o salto, e continuo comendo.
Ela me olha com certa irritabilidade e eu levanto o olhar e sorrio.
"Babaca." É o quê os lábios dela falam, mas eu sei que o olhar diz outra coisa.
O resto do jantar corre tranquilamente, e antes mesmo de eu conseguir chamar a Manuela, elas saem pra fora da mansão.
— Eu vi. — Thomas surge do meu lado junto com Guilherme.
— Viu o quê, doido?
— Você de gracinha pra Manuela. Olha olha.
— Para com isso, era o Guilherme que tava olhando a Luna igual um lobo.
— Que? Ela me é familiar de algum jeito, eu só não sei qual, nem da onde, só isso. — Gui finalmente se pronuncia.
— Aham, se você diz.Luna Pov
- QUE TÉDIO. Odeio essa sensação de prisão. - Manu diz gritando olhando pro teto. Não tinhamos nada pra fazer naquela cidade, ainda mais sendo vigiadas pelos seguranças do futuro marido da Sara toda vez que saíamos daquele palácio.
- Eu tô acostumada já, pega um livro. - Sara joga um livro que cai diretamente no lado que a Manu estava na cama.
- Nah, vamos sair no jardim! - Falo levantando e calçando meus chinelos, as duas aceitam e nós saímos em silêncio para não acordar ninguém, mesmo sendo impossível com a distância dos quartos.
Chegando no jardim, Sara nos guia até o lugar onde Thomas levou ela da primeira e última vez que eles ficaram sozinhos sem ela humilhar o coitado. Era lindo, tinha as flores preferidas da Sara em todo lugar e isso me fazia questionar se realmente esse casamento não seria ótimo pra ela.
- Só de lembrar me dá ódio. Por que ele tem que sempre querer estar perto de mim? Parece ate que vai passar o resto dos dias comigo. - Quando Sara diz a última parte, Manu engasga e começa a tossir, dou um chute na perna dela.
- Ah Sara, talvez ele só esteja sendo simpático, ele é um cavalheiro... Você podia dar uma chance pra ele, né Luna?
- Sim, claro. Ele parece ser um amor de pessoa.
- Calem a boca, eu e ele NUNCA vai acontecer. Agora a Manu e o loirinho...
- Ah por favor, ele é insuportável, eu nunca gostaria de ninguem assim. - Manu logo a interrompe com um ar de cansada de toda hora estarmos tocando no assunto proibido. Eu ia falar alguma coisa até que o jardineiro faz barulho e me viro bruscamente, ele nos vê e vem dar um oi
- Oi minhas filhas. Tão felizes? Hoje o ar da noite está tão gostoso que a brisa até melhora... - Ele claramente está chapado, não fala nada com nada e sinto uma curiosidade pra saber como deve ser a sensação.
- Com licença, brisa que você fala é maconha? - Manu diz e eu aperto o braço dela pra evitar que ela solte coisa pior, nunca se sabe.
- É claro né, ta querendo um pouco? Comprei extra, posso vender pra vocês no precinho. - ALGUEM ACEITA, POR FAVOR!!! Hoje seria a oportunidade perfeita pra eu experimentar. Sem pais, sem ninguém pra encher nosso saco e até de manhã quando a Leila for nos acordar, ja estaremos sóbrias!
- Eu quero, o que vocês acham? Uma última loucura antes da Sara virar mulher do lar. - Manu fala sem perceber o que acabou de dizer.
- Como assim mulher do lar? - Sara questiona.
- Ela quis dizer antes de você voltar a conviver com a sua mãe, que ela vai ficar de olho nessas coisas. Só isso. - Que mentira descarada, mas acho que ela acreditou.
- Enfim, cadê a maconha? Eu pago no pix agora.
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So long, London.
FanfictionTrês amigas em uma viagem para a famosa cidade de Londres.