Casamento

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POV Luna
Noite passada decidi dormir no mesmo quarto que as meninas, igual estávamos fazendo quando chegamos aqui. Manu estava dormindo sozinha esses dias então estranhou quando chegamos, mas cedeu sem problemas. Não tive coragem para dormir com o Guilherme depois dos acontecimentos da tarde, não sei se eu teria autocontrole suficiente pra isso.
Acordamos cedo pois hoje é a prova de vestidos e ninguém queria chegar atrasado ou tardar os compromissos.
Desde o beijo não cruzei olhares com o Guilherme, precisava de tempo para pensar sobre aquilo, e acho que já tive o suficiente para refletir e ter coragem para conversar com ele sobre.
Procurei ele pela mansão nos lugares mais óbvios e não achei, então fui bater na porta do quarto dele. Não precisei mais que uma vez para que ele abrisse ela.
— Oi. — digo de primeira.
— Luna. — ele saiu da frente da porta e abriu ela mais um pouco. — Entra.
Fiz o que ele pediu e esperei ele fechar a porta. Ficamos de frente um para o outro.
— Podemos conversar? — perguntei meio sem jeito.
— Claro. Sobre o que?
— Ontem. — respirei fundo antes de dizer as próximas palavras. — O beijo.
— Ah, sobre isso. — ele fica meio sem jeito e passa a mão pelos cabelos.
— Sim…
— Não precisa se preocupar com isso. Não foi de verdade. Vi o Sam passando, sabe como é…
— Não foi de verdade? — sinto um nó se formar no meu estômago.
— É, igual o namoro, tudo falso. — ele diz sem nem olhar no meu rosto. Juro que senti minha cabeça girar.
— Ah.. Tá bom então. — respondo meio sem graça.
— Tá tudo bem?
— Sim, é só que… Esquece, só queria falar sobre isso com você. Que bom que deixamos tudo claro. —  dou um sorriso falso.
— Tá tudo certo com isso pra você?
— Claro! Por que não estaria?
— Tem certeza, Luna? — ele perguntou olhando no fundo dos meus olhos.
— Sim! Totalmente! — dei minha risada mais falsa. — Deixamos bem claro desde o começo que nada disso é verdade. — Ele balança a cabeça concordando comigo. Mantenho meu sorriso falso no rosto até sair do quarto. Ando pelo corredor com a cabeça voando em pensamentos. Fui idiota de achar que poderia ter sido real, que ele poderia, sei lá, me beijar sem ser encenação? Fui estúpida de me deixar enganar pelo jeito que ele me segurou e afundou os lábios nos meus, como se só aquilo importasse. Como não percebi antes?
Cheguei no quarto e me joguei na cama, tampando o rosto com as mãos. Manu me olhou torto.
— Tá tudo bem?
— Uhum. — resmunguei. — Só fui uma besta.
— Oxi, por que?
— Homens…
— Ah. — ela se sentou ao meu lado na cama. — Falando nisso, quando você ia contar pra gente das coisas entre você e o Guilherme?
— Não tá acontecendo nada demais não.
— Não parecia isso ontem.
— Mas é, tá bom?
— Então tá…
SARA POV

                Depois do almoço no quarto que eu tive, Leila me chamou no seu escritório e mesmo não querendo ver ninguém, eu fui. O café da manha já tinha me matado por dentro e decidi que iria almoçar no quarto, sozinha.

– Oi, me falaram que a senhora me chamou. – Bato (três vezes, inconscientemente.) na porta e logo abro antes que ela responda.

–  Oi querida. Temos assuntos sobre o casamento para tratar. – A palavra casamento me deixa sem folego por alguns segundos, mas acho que consigo disfarçar. Não sei se vai ter casamento mesmo e se tiver, que pena a minha ter que se casar com um idiota completo. As palavras dele na noite passada tinham me acertado como a mais afiada espada entrando diretamente no meu coração, não sei por qual motivo doeu tanto.

– O que?

– Ué, temos que já planejar. O casamento sera em menos de duas semanas. Está tudo bem, querida? – Ela percebe, droga. Eu nunca consigo mentir para ela.

– Está, está. – Minha voz falha um pouco na primeira palavra e me corrijo na segunda. E então, sem mais perguntas ela me entrega uma espécie de planner.

– Aqui está sua rotina dessa semana, hoje você tem prova de vestido. – Ela vai para atrás da mesa do escritório pegar uma bebida. – Pode chamar dois acompanhantes que não seja o noivo.

So long, London.Onde histórias criam vida. Descubra agora