Passeios

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POV Manu
Eu acordo com a Leila batendo na porta, ainda é muito cedo pra isso e ela abre a porta, eu me cubro totalmente.
— Acorda bela adormecida. — Leila pega meu endredom e puxa, eu coloco minhas mãos no rosto e resmungo.
— Não quero levantar hoje...
— Mas precisa, além do mais, não estou vendo nem a Luna, nem a Sara aqui.
— Não tenho a mínima ideia da onde a Luna 'tá. E a Sara se mudou de quarto. — eu coço os olhos e me sento na cama.
— Henry me pediu pra te falar que ele vai te levar pra tomar café então, se arruma logo.
Ela sai andando e fecha a porta, não demora muito as meninas chegam pra me deixar linda e pronta. Eu uso uma jardineira e uma blusa branca, e as garotas me ajudam a fazer algumas trancinhas no meu cabelo.
Não tenho a mínima ideia do porquê ele quer me levar pra sair, mas não contesto. Desço as escadas e ele usa um conjunto despojado de bermuda e blusa.
Ele sorri pra mim antes de falar comigo, e que sorriso... Para Manuela.
— Oi. E aí, dormiu bem?
— Dormi, e você?
— Também. Aliás, você tem visto o Guilherme? Não vejo ele desde ontem.
Eu faço um sinal de negativo.
— Também não vejo a Luna desde ontem.
Ele me olha e eu retribuo o olhar, e então a gente ri juntos.
— 'Tavam se comendo, certeza. Mas ei, vai me levar pra tomar café?
— Vou, não se preocupa.
— Se você me fizer pagar a conta eu vou fazer você virar o doido da cidade.
— Eu nunca faria minha gatinha pagar nada. — ele se aproxima de mim com aquele sotaque britânico e quando diz isso, eu fico nervosa e empurro o rosto dele.
— Cala boca. — ele ri, provavelmente eu estou muito vermelha.
Ele me leva pra fora da mansão, e se dirige ao carro. Ele abre a porta pra mim e eu entro, depois ele entra e começa a acelerar.
Nós paramos no Urban Social, uma cafeteria aconchegante, Henry abre a porta do carro novamente e eu saio.
— Você 'tá muito cavalheiro hoje.
— Eu sempre fui, você que nunca notou. Vamos? — ele estende o braço e eu seguro.
Realmente, ele sempre foi gentil comigo, mesmo quando eu xinguei ele de mimado e convencido, cuidou de mim quando eu passei mal...
Eu seguro no braço dele e nós entramos na cafeteria. Pedimos uma mesa e olhamos o cardápio.
— Você vai pedir o quê? — ele me pergunta depois de alguns instantes de silêncio.
— Não sei, acho que o prato clássico.
— Tá bom. — ele assobia, e o garçom vem até nossa mesa. Henry faz os nossos pedidos e me encara.
— O que foi?
Ele sorri levemente, e então aumenta o sorriso, balança a cabeça, desvia o olhar, e volta a me olhar de novo.
— Não é nada, coisa da minha cabeça. Mas você está linda, sempre está.
— Para de ser bobão. Meu fã.
— Seu fã e tudo que você quiser.
Eu fico vermelha, tenho certeza, e eu me recuso a responder isso.
— Ei, Manu. Conversa séria agora.
Eu me endireito na cadeira e espero ele falar. Ele segura minhas mãos e eu noto o quão maior é a mão dele em comparação com a minha.
— De verdade, a Sara vai ficar bem. Eu sei que o Thomas é um pouco... sabe? Mas ele é legal, eu juro pra você, ele nunca faria mal nenhum pra Sara. Eu confiaria a minha vida a ele se fosse preciso, e ele vai cuidar dela bem. Confia em mim. — ele pausa um pouco antes de voltar a falar — Por favor.
Eu sinto um arrepio estranho quando ele fala, parece sincero, eu balanço a cabeça em sinal positivo e tento enganar a mim mesma que essa sensação esquisita não é o que eu acho que é.
Não demora muito o garçom chega com nossos pedidos, Henry agradece e nós comemos.

POV Sara
Henry levou a Manuela pra passear por aí, e nós resolvemos comprar coisas pro aniversário dela, o que resultou em uma briga gigantesca.
— Thomas, fala pra Luna que o rosa e prata fica melhor.
— Tá bom. — ele já está fazendo isso tem tanto tempo, que acho que está ficando cansativo.
Ele chega perto da Luna e do Guilherme que estão vendo alguns papéis coloridos, conversa alguma coisa e volta pra perto de mim.
Vejo os outros se aproximando e tento ignorar a sensação de estômago embrulhado que vem com a ansiedade.
— Sara, eu sei que você ainda está chateada, mas não precisa usar o coitado do Thomas de pombo correio sempre.
— Thomas, fala pra Luna que eu preciso sim.
Ele suspira e só balança os ombros como "eu disse pra você" e a Luna balança a cabeça.
— Sara, você acha que roxo é melhor que rosa?
— Sim. — não valia a pena chamar o Thomas pra responder uma pergunta de sim ou não, mas isso parece fazer a Lu ficar mais animada.
Nós entramos por algumas prateleiras e eu e Thomas acabamos nos perdendo por uma seção de balões coloridos.
— O que você acha de comprar os balões de número? — eu pergunto pra ele que parece pensar um pouco.
— Não sei. A gente já vai levando tantas coisas, mas se você quiser comprar também, eu pago.
— Estou sendo bancada por você, até parece que você vai ser meu futuro marido — eu rio, mas a ideia não me parece tão ruim, na realidade.
Ele engole seco e tenta dar uma risada forçada, e então continua procurando algumas fitas coloridas pra mim.

Luna Pov
Estávamos indo atrás das velas, eu e Guilherme. Por que eu fico agoniada perto dele? Pareço até que tô no cio.
- Então... Vocês são amigas a quanto tempo? - Ele está dirigindo, conecto meu celular no Bluetooth do carro e começo a procurar músicas para colocar.
- Ah, desde sempre acho. Não imagino minha vida sem elas. E você e os meninos são amigos assim também né? - Digo sem tirar o olho da tela do celular, tenho medo de olhar para ele dirigindo e acabar em cima dele.
- Sim, sim. Eu acredito que amizades assim são pra vida toda. Mais importante que amizades é a construção de uma família. Penso muito nisso.
- Como assim? Pensa muito como?
- Ah sabe, tenho medo de não achar ninguém com os mesmos propósitos que eu. Eu desde criança sonho em ter uma família grande, mas hoje em dia ninguém busca muito por isso. - Será que é falta de educação mandar ele calar a boca pra eu não dar um beijo nele logo?
- Eu sou assim também. - falo baixinho e deixo "End Game" bem alto para ele não pegar eu pensando em voz alta sem querer.
Chegamos na loja e rapidamente saio correndo para as decorações, é cada coisa mais linda. Começo a colocar muitas coisas no carrinho e Guilherme aparece com um óculos de brincadeira gigantesco e um chapéu ridículo colorido. Ele coloca os dois itens em mim e eu nem me atrevo a tirar, ele tira uma foto e coloca como plano de fundo.
- Por que você fez isso?
- Ué, somos namorados. Preciso ter uma foto sua chavosa na minha tela de bloqueio. - Me envergonho e começo a pensar se não estou vermelha.
- Ta, ta. Vamos logo com isso. - Eu tiro os acessórios lindos e maravilhosos e deixo em alguma cesta. Entro na fila e quando chegamos para passar as compras, a caixa pergunta:
- Você ou seu..
- Namorado. - Ele responde, meu Deus está convencido com isso mesmo. Parece até que quer namorar comigo.
- Você ou seu namorado querem o cartão da loja?
- Não, muito obrigada. - E depois de pagar, saímos de la.
- Fala sério, precisa me chamar de namorada toda hora? - Falo entrando no carro batendo a porta.
- Por que está tão incomodada? Pelo amor de Cristo é só um apelido, amor.
- Só vamos embora logo. - Ele obedece e segue o caminho inteiro em silêncio, só com o som das músicas entrando nos nossos ouvidos. Merda, por que eu me estressei tanto?

POV Henry
Depois da cafeteria, levei Manuela até o Museu Histórico de Londres, as meninas me falaram que ela gostava muito de história, e que lugar melhor que um museu?
— Eu não acredito que você me trouxe aqui de verdade. — os olhos dela brilham e o sorriso dela é largo, ela quase pula de animação.
— Trouxe, e posso te levar pra todos os museus que você quiser visitar aqui também.
— Meu Deus. — ela pula e me abraça, eu retribuo — Obrigada, obrigada, obrigada!
Eu rio com a atitude dela.
— Não sabia que pra fazer você simpatizar comigo era só levar você ao museu.
— Você não tem ideia do quanto que eu amo história, tudo relacionado a isso, as pinturas, as revoluções, as histórias das pessoas. Absolutamente tudo.
Eu a olho com admiração, é perceptível a paixão que ela tem por isso.
Nós caminhamos pra dentro do museu, e somos levados a fazer um passeio, mas alguns lugares eram proibidos pra maioria dos visitantes.
— Manu — eu sussurro no ouvido dela. — Vem comigo. Vou te mostrar uma coisa.
Ela me segue e nós saímos de fininho da multidão, paramos em uma exposição que ainda estava fechada ao público, mas que algumas pessoas influentes já podiam ver.
— Nós podemos estar aqui Henry?
— Não se preocupa com isso, olha.
Ela observa ao redor e se aproxima de cada pintura que destaca alguma fase de Londres. O sorriso delae faz sorrir junto.
Ela então começa a me contar vários fatos aleatórios, como a história da Maria Antonieta.
— Um dia eu vou te levar pra França, e você vai poder ver tudo com seus próprios olhos.
— Henry, para com isso, eu não quero que pareça que eu abuso do seu dinheiro.
— Mas você não faz isso, eu te dou as coisas e te levo a lugares porque eu quero, é um prazer estar com você.
Ela sorri sinceramente pra mim.
Recebo uma mensagem de Thomas dizendo que eles estão voltando pra casa, e digo que já estaremos indo embora também.
— Temos horário pra sair daqui Henry? — eu tiro os olhos do telefone pra olhar pra ela. Eu penso um pouco se vale a pena.
— Não, não temos.

So long, London.Onde histórias criam vida. Descubra agora