So long, London.

Ressaca

Pov. Sara

Acordo após mais uma noite caótica, estou me acostumando com isso, nem sinto mais tanta dor de cabeça, mas a sensação de sempre acordar em um quarto que não é o meu, continua. Abro meus olhos e tento me mexer, mas sinto um peso em cima do meu peito que me impede de me mover, Thomas havia me usado de travesseiro. Tento me levantar mas tenho um pouco de dó, ele parece estar dormindo tão bem, como se não tivesse dormindo bem a dias.

- Thom... - Eu o chacoalho um pouco e ele acorda no susto, como sempre.

- Bom dia, amor. - Ele diz se sentando na cama e me dando um beijo na testa, flashbacks automaticamente aparecem na minha cabeça. Eu me levanto e saio correndo, encontro Luna no corredor.

-EUMEDECLAREIEUDORMINACAMADELEELETAVAABRAÇADOEMMIMEUVOUCASARCOMELEO QUEEUFAÇO? - Eu digo incrivelmente rápido fazendo a outra parar um pouco para raciocinar.

- Que?

- Eu falei que amava ele.

- VOCÊ O QUE? - Ela parece incrivelmente surpresa.

- Eu disse "eu te amo" e mais algumas bobagens, ai ele me beijou e eu não lembro de mais nada. - Falo me sentando no chão, ela fica rindo como idiota, me fazendo me sentir idiota.

- Poxa Sasa, que fofinho. Eu queria que meu romance fosse assim, geralmente no meu quando não estamos brigando, estamos nos pegando. Um pouco perverso. - Diz ficando pensativa. Ela some no corredor e eu fico sentada com as mãos no rosto me lembrando de ontem, resolvo voltar ao quarto.

- Oi. - Digo enquanto ele está sentado na cama arrumando suas coisas.

- Oi. - Um pouco frio, ok.

- Olha, sobre ontem...

- Tudo bem, eu sei que você estava bêbada e que nada era verdade. - Ele está visivelmente triste, o que fez ele pensar que eu queria esquecer tudo?

- Não, é o oposto. Eu quero falar que tudo que eu falei era verdade, por mais que tenha sido dito no impulso. - E então me sento na cama, escuto uma risada boba.

- Você nunca recebeu a carta? - Ele quebra o silencio constrangedor.

- Não, nem sei o que podia ter lá.

- E foi no meu quarto sem saber do que tinha lá?

- Eu sabia que não era coisa ruim, ou estava só procurando uma desculpa para ir atrás de você. - Falei demais...

- Uau, você teria gostado daquela carta. - Uma curiosidade que a tempos não tinha sido despertada aparece, o que ele escreveu?

- O que você escreveu?

- Acho que vou te deixar com curiosidade. - Em seguida ele se aproxima, dando a entender que vai me beijar, mas invés disso, segue em direção ao meu ouvido e sussurra:

- Ou vai ficar para os votos, quem sabe? - Maldito sotaque britânico, ele sai do quarto e eu me jogo na cama tentando recuperar o folego.

POV Luna.
Montei minha mala essa manhã depois de tomar um banho gelado para recobrar a consciência dos meus atos da noite passada, e apesar de ter tido que não ia fazer o que fiz, não me arrependo nem um pouco, mas estou com um pouco nervosa com o que vai acontecer quando ver ele de novo. Agora estava ajudando as meninas a colocar nossas malas no porta-malas do carro.
- Nunca mais vou beber, minha cabeça tá doendo agora. - resmunga Manu enquanto coloca a última mala e bate a porta do porta-mala.
- Nem você acredita nisso. - Sara rebate brincando.
Sinto uma mão leve no meu braço e me viro para ver quem é. Guilherme.
- Ei, podemos conversar rapidinho? - ele sussurra. Olho para as meninas, que se olham e voltam para mim com um sorrisinho discreto no rosto.
- Tudo bem? - pergunto para elas, secretamente torcendo para que respondam que não, não falei com ele desde a noite passada e não sei se estou exatamente pronta para conversar com ele sobre tudo de novo. Admito que ainda estava bem magoada com ele, mas não conseguia ficar perto dele por muito tempo. Algo que nunca senti antes então não sei explicar direito a sensação. Elas acenam positivamente com a cabeça.
- Podemos. - respondo para ele com um sorriso.