Prólogo

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POV Manu
Depois de quase dois anos sem pisar no Brasil, estamos voltando, eu e Henry. Tem alguns meses que estamos morando juntos na Itália, as vezes nas reuniões familiares eu ainda encontro com o Sam, mas ele continua me olhando com amargor, eu deixei tudo pra trás.
— Falta quantas horas de vôo até São Paulo? — Sou desperta dos meus pensamentos quando me toco que Henry nunca nem pisou no Brasil, um turista britânico em São Paulo. Vai ser divertido.
— Umas 10 horas ainda. É longe, mas vai ser legal.
Ele pende a cabeça pro lado em tédio, eu rio.
Depois de 15 horas, finalmente pisamos no aeroporto. Henry leva nossas mochilas e eu levo uma mala de rodinha. Procuramos ao redor alguém e então vemos o Guilherme, caminhamos até ele e Henry o cumprimenta.
— E aí — Eles apertam as mãos e Guilherme me abraça depois. — A Lu tá no carro. Me dá uma mochila, vamos.
Nós o seguimos até o carro, eu deixo minha mala com o Henry e sento no banco da frente.
— OI LU! QUE SAUDADE! FELIZ ANIVERSÁRIO!
— MANUUUUU, OBRIGADA! — Ela se debruça pra me abraçar e eu retribuo, ficamos algum tempo assim antes dela se soltar.
— A Sara já chegou?
— Já! Ela, a Eva e o Thomas.
— Meu Deus, tô louca pra segurar ela no colo. 4 meses, deve estar enorme!
— Ela é uma graça. — Nós escutamos a porta batendo e então a Luna começa a dirigir pra casa dela. Ela havia vendido o apartamento uns meses atrás e resolveu comprar a casa própria, é rosa e aconchegante, estilo casa de vó, com plantas e tudo. Ela estaciona e nós entramos, dando de cara com a Sara sentada vendo TV junto ao Thomas.
— SARA!!! — Ela escuta minha voz e se levanta vindo me abraçar.
— Que saudade meu Deus, quanto tempo.
— Demais! Cadê a Eva?
— Tá dormindo, vem eu te mostro — Ela segura minha mão e me guia pro quarto onde eles estão dormindo, me mostrando uma bebê rechonchuda loira com o nariz bolinha. Ela é tão fofa.
— Que linda. Puxou pra mim.
— Ixe. — Ela cruza os braços, mas eu sei que ela só tá brincando.
Nós saímos do quarto e vemos os meninos sentados no sofá vendo algum jogo na TV, Henry e Thomas não entendem nada enquanto Guilherme tenta explicar como funciona.
— É assim, eles só podem usar os pés pra fazer a bola entrar na rede, tão entendendo?
— Acho que sim. — Thomas diz mas Henry balança a cabeça que não.
— Se você não torcer pro Palmeiras a separação já foi prevista.
O ameaço e vejo ele engolir em seco, mando um beijo antes de seguir a Sara pra cozinha que era onde a Luna estava e vemos ela terminando de fazer arroz e farofa.
— Virou dona de casa mesmo, né?
Ela dá de ombros.
— Eu gosto. — Vejo Guilherme ir pro quintal e ando atrás, acabo ouvindo parte da conversa no telefone.
— Não pô, hoje é aniversário da minha gata. Tá chapando? Não vou ir, cara. — Ele desliga depois de alguns segundos dando um pulo de susto. — Pelo amor de Deus, Manuela. Se vai me matar avisa antes.
— Exagerado. Vai ajudar tua mulher na cozinha, a coitada teve que pedir nossa ajuda!
— Quê? Mas ela que não deixou eu entrar lá! — Ele entra pra dentro e eu rio, alguns segundos depois eu escuto a Luna mandando ele sair de lá e ir atrás do bolo. Sinto passos atrás de mim e escuto aquele sotaque britânico maldito que me faz ter arrepios, mesmo depois de 1 ano escutando todo dia.
— Thomas me disse pra eu experimentar a caipirinha e o brigadeiro. — Me viro pra olhá-lo e ele está encostado no batente da porta.
— Acho que deve ter na geladeira. Já volto. — Eu vou pra cozinha e abro a geladeira, encontro vários drinks já preparados e pego uma caipirinha e um brigadeiro.
— O que você tá fazendo Manuela? Isso é pra depois! — Vixe, a dona me viu.
— É só ummmm.
— Vai nessa de só um daqui a pouco você tá bêbada e aí olha, pombinha pombinha.
Eu começo a rir muito alto, puta que pariu, pombinha pombinha, sério.
— Tá bom, vai ser só esse eu juro.
Eu volto e entrego a bebida pro Henry, que logo dá um gole.
— Que negócio bom, minha nossa.
— A de vinho é melhor.
Ele assente, eu entrego o brigadeiro.
— Por que tudo aqui é gostoso?
— Coisa de brasileiro!
— Eu já deveria saber, você é minha namorada.
Minha bochecha queima e ele ri, em alguns instantes a Sara chega com a Evangeline no colo, eu a pego, o sorriso da bebê começa a aparecer.
— Cuida dela, eu vou ali.
— Cuidado com o que você vai fazer... sou muito nova pra ser tia de dois...
— MANUELA!
— Parei. — Eu rio e ela some da minha vista, eu faço carinho na neném e sinto Henry me encarando, eu subo o olhar.
— Que foi?
— Nada. — Ele sorri quando diz isso.

So long, London.Onde histórias criam vida. Descubra agora