UMA NOVA VIDA | 33

129 14 16
                                    

Uma nova identidade;
Uma nova vida;
Uma nova família;

Bem, já fazia cerca de um ano após o segundo assalto. Algumas semanas após o início da minha nova vida, descobri que estava grávida.

Foi tudo muito difícil, ser mãe solteira, não é fácil, e é muito menos ainda, quando o pai da sua filha, o homem que você acreditou ser o amor para a sua vida, está morto.

Todos os dias da minha vida, eu sinto uma grande culpa, eu olho para o outro lado da cama, e imagino que, se eu não tivesse ido para esse assalto, Samuel ainda estaria vivo.

Depois de alguns meses, descobri que era uma menina que eu estava esperando. Quando vi o resultado daquele exame, um bilhão de sentimentos tomaram conta de mim.

Era o sonho de Samuel ter uma menina.

Bem, e quanto ao resto do grupo?

Meu pai e Lisboa estão em alguma ilha por aí, Nairóbi e Helsinki estão vivendo a vida tranquilamente, Denver e Mônica, eu não faço ideia.

E quanto ao Rio, após a morte da Tóquio, ele ficou extremamente mau, ele e eu decidimos morar juntos, não temos absolutamente nenhum tipo de relação amorosa, mas é meio que uma forma de um fazer companhia para o outro.

Do que adianta eu estar milionária agora, mas eu perdi todos que eu amava? Realmente, eu troquei uma vida em paz, por uma coisa tão banal, dinheiro.

EXATOS SEIS ANOS APÓS O SEGUNDO ASSALTO

Não quero! Não quero! — Escuto a voz alta de Sidney resmungando.

Eu havia dormido no sofá, e agora, acordei com a voz de Sidney resmungando com algo.

Me levanto e vou até a cozinha, quando vejo Rio tentando dar algo para Sid comer.

— Bom dia. Carla, essa garota não come nada! — Rio reclama enquanto tenta dar uma espécie de "papinha" para a criança.

— Eca, também não comeria. — Falo me referindo a cor esverdeada da comida.

— Mamãe! — Sidney fala sorrindo e eu vou até ela.

A tiro da cadeira, e ela fica em meu colo, Sidney manda língua para Aníbal.

— Olha a audácia! Ela é criança, mas é igual você! — Ele fala enquanto cruza os braços.

— Ela é só uma criança! — Eu falo e dou língua pra ele.

— Ai, tá vendo! — Rio fala e sai rindo.

— Você que é muito chato. — Falo e deixo Sid em cima do sofá.

— Ela é muito difícil de conseguir convencer de comer, até parece com a mãe dela. — Aníbal fala e eu jogo uma almofada nele.

— Não! Não briga com o titio! — Sidney fala meio embolada.

— Isso ai, minha menina. — Rio fala e Sidney sorri.

— Então você vai comer a papinha que o titio faz. — Quando falo isso, a minha filha começa a chorar.

— Tem gosto de pum, é muito ruim. — Sidney fala enquanto chora.

— Aníbal, o que tem nessa papinha ? — Eu pergunto e ele põe as mãos na cintura.

— Ovo, batata e brócolis. — Quando Aníbal fala isso, sinto ânsia de vômito.

— Meu Deus, Aníbal! Você vai matar a minha filha desse jeito. — Eu falo e ele faz cara de indignado.

— Quando eu era criança a minha mãe me dava isso. — Ele fala e eu arqueio as sobrancelhas.

— Por isso você é assim. — Eu falo e ele deita no sofá.

— Assim como? Gostoso? Tesão? Sou mesmo. — Ele fala e põe os pés em cima do sofá.

— Aníbal! — Eu grito.

— Oi, o que foi? — Ele me olha assustado.

— Você. Está. De. Sapato. No. Meu. Sofá. NOVINHO! — Eu falo enquanto puxo o pé dele para baixo.

— Você é muito chata. — Ele fala e eu dou um tapa na cabeça dele e subo para o meu quarto.

Escovo os meus dentes e tomo o meu banho.

Quando desço novamente, Rio estava brincando com Sidney, imagina como seria com Samuel?

Me perdoa, minha filha, por te privar de conhecer o seu pai.

AS NOSSAS ALIANÇAS | Denver & SydneyOnde histórias criam vida. Descubra agora