O CINCINATTI NÃO É MEU FILHO | 45

217 14 5
                                    

Denver | Daniel

— Carla? — Pergunto vendo a loira a minha frente.

Quando eu vi que era ela ali, eu fiquei tontinho, eu achei que ela não viria.

— Seu idiota. — Ela fala e eu olho sem entender. — Mesmo depois de tudo, eu te amo, pra caralho. — Ela fala e me puxa.

Ficamos a centímetros um do outro. Sem hesitar, eu a beijo. Era o nosso "primeiro beijo" após mais de dez anos.

— Eu te amo, Daniel. — Ela fala e eu a olho. — Para de me olhar com essa cara de doido. — Ela fala e eu dou risada.

— Quanto tempo eu esperei por isso. — Falo sorrindo. — Você tá toda molhada. — Eu falo e ela olha para baixo.

— Acho que eu esqueci que isso era uma banheira de hidromassagem e entrei até de sapato. — Ela fala olhando para baixo.

Ela se levanta saindo da banheira e eu vou atrás dela.

Pego a toalha que estava estendida, e a entrego.

— Obrigada. — Ela fala e dá um sorriso tímido.

— Vamos para o meu quarto. — Eu falo e ela me olha com uma sobrancelha erguida. — Relaxa, eu não mordo.. Só se você quiser. — Carla me dá um leve tapa no braço e eu dou risada.

— Eu achei que você não viria. — Eu falo e ela se aproxima.

— Eu acabei sofrendo um pequeno acidente. — Ela fala, e quando dou conta, vejo o pequeno curativo na cabeça dela.

— O que aconteceu? — Eu pergunto preocupado.

— Um carro bateu no meu. — Carla fala calma.

— Um carro bateu no seu carro, você se machucou, e você está calma assim? — Pergunto.

— O carro eu posso comprar outro. Eu estava preocupada com outra coisa. — Ela fala e cruza os braços.

— Com o que? — Pergunto me aproximando mais dela.

— Voltar com o amor da minha vida. — Ela sorri e eu dou risada.

Nós caminhamos até o elevador. Ao entrarmos, ela se encosta e fica me olhando.

— O que foi? Tem algo na minha cara? — Eu pergunto e coloco a mão no rosto tentando limpar.

— Não, tonto. É que mesmo depois de tantos anos, meus sentimentos ainda são os mesmos. — Ela fala e eu sorrio.

Me aproximo dela, e coloco uma mão na cintura dela e outra na nuca.

— Eu sabia que você ainda sentia um puta tesão em mim. — Eu falo e ela da risada.

— É. Eu sinto. — Ela fala e me beija.

Cerca de um minuto depois, escutamos a porta do elevador abrindo e paramos.

Caminho na frente, indo a direção do meu quarto e abro a porta.

— Nossa, isso está um chiqueiro. — Ela fala olhando a bagunça que estava no meu quarto.

— Para de julgar. — Eu falo cruzando os braços e me aproximo dela.

Ela põe as mãos no meu peito. — Você tá parecendo um adolescente na puberdade. —

Eu me sento na cama e dou batidinhas para que ela sente também.

— É estranho o fato de que nós não sabemos mais nada um do outro.. — Ela fala e se deita na cama.

— Não seja por isso. Prazer, sou o Daniel. — Coloco as minhas mãos para frente.

— Sou a Carla. — Ela da risada.

— Vamos fazer assim, você fala alguma coisa sobre você e eu falo alguma coisa sobre mim. — Eu falo e ela balança a cabeça.

— Eu parei de tirar fotos. — Carla fala e eu a olho surpreso.

— Por que? As fotos que você tirava eram tão bonitas. — Falo.

Carla sempre tirou fotos nossas, com nossos amigos, ela fazia uma espécie de "caixa diário", onde as deixava.

— Depois da morte do Samuel e da Tóquio, eu fiquei bastante mau. — Ela fala e olha para baixo. — É a sua vez agora.

— O cincinatti não é meu filho. — Ela se senta e me olha com as mãos na noca.

— O que? — Ela fala e tira as mãos. — Ele é do Arturo? —

— Aham. Eu fiquei com a Monica por querer ser o pai do filho dela.. Isso teve grande influência de eu ficar com ela. — Ela desvia o olhar do meu, mas logo me olha.

— Uau. Eu tenho sérios problemas para conseguir mexer o meu ombro esquerdo, por conta do tiro que levei no segundo assalto. — Ela fala e se apoia no meu colo.

— Eu nunca te esqueci. — Eu falo e ela me olha.

— Daniel... — Ela fala e suspira.

— Carla, você é o amor da minha vida. — Ela me olha e eu a beijo.

E o resto da noite foi assim, ficamos conversando, e trocando carícias.

AS NOSSAS ALIANÇAS | Denver & SydneyOnde histórias criam vida. Descubra agora