Sydeney | Carla
Três meses antes do assaltoUm mês desde que descobri que Professor era o meu pai, e eu estava ignorando ele.
Isso tudo era muita coisa para a minha cabeça. Nem nos parecíamos, como pode isso? Se bem que.. Eu ja estudei isso uma vez, é uma questão mais de genética.
Eu estava saindo do quarto, até que quando abro a porta, Sérgio estava ali.
Ele não fala nada, apenas me empurra para dentro e fecha a porta.
— O que você está fazendo? — Eu pergunto tentando abrir a porta.
— Para de me ignorar, Sydney! Me escuta, por favor. — Ele fala, e eu olho para ele.
— Você venceu, fala. — Eu falo e me jogo na cama.
— Eu conheci sua mãe, quando éramos jovens. Eu tinha acabado de sair do hospital, e estava começando a viver normalmente. — Ele fala e se senta ao meu lado.
Era meio surreal isso, tipo, o meu pai é ele. Eu não me vejo nele.
— Começamos a namorar, e alguns anos depois, ela engravidou de você. Seu nome iria ser Ester. — Ele fala com um pouco de lágrimas nos olhos.
Eu sabia disso, minha mãe já havia comentado sobre isso, algumas vezes.
— Só que depois de um tempo, eu descobri que a sua mãe estava tendo caso com um colega da faculdade dela. O seu pai de criação. — Ele fala isso e olha com uma espécie de nojo para o chão.
O pior, é que eu nem consigo julga-lo. Ele foi traído.
Imagino que seja difícil até imaginar a minha mãe com outro cara.— E sua mãe tirou você de mim, quando ela decidiu se mudar para o Texas com vocês. Ela não me deixou com nada, número de celular, endereço. — Ele fala e eu olho para ele.
— Por que você não me procurou então? — Eu pergunto e pego a minha garrafa de água que estava em cima da mesa de cabeceira.
— Eu te procurei, e não posso mentir, eu te achei. Você ja tinha sete anos, seus "pais" ja haviam se separado. Você ja estava lidando com a separação deles, eu aparecer do nada, só prejudicaria você. — Ele fala e eu o olho.
O pior de tudo, é que isso faz sentido, mas eu não posso acreditar nisso, eu não quero.
— Me perdoa, filha. — Eu nunca imaginei ver o Professor nessa situação.
Encaro ele, o jeito que ele estava, e eu abraço ele.
— Te perdoou. — Eu falo no meio do abraço e ele sorri.
— Você está uma mulher.. Eu queria poder ter te visto crescer.— Ele fala.
Por mais que eu não possa julgar ele, eu não consigo me identificar com ele, ou ao menos confiar.
Eu conheci ele a dois meses, ele pode estar mentindo. Eu não sei.
— É. — Eu respondo tentando ignorar o que está acontecendo à minha volta.
Ele me olha, esperando algum outro tipo de resposta, como não tem, ele apenas sai do quarto em passos leves e devagar.
Eu sabia que o meu pai não era o meu pai biológico, mas não imaginei que o meu pai seria... um criminoso. O que é uma hipocrisia, ja que eu também sou.
Ai meu Deus, é verdade, eu realmente sou uma criminosa. Tipo, eu não fiz faculdade, não trabalho..
Que rumo vai tomar a minha vida?
— Sydney! — Escuto a voz de Nairóbi me gritar.
— Oi. — Eu respondo.
— Meia noite. Hoje. Fica pronta. — Ela entra no quarto, fala e sai.
Só tem louco nessa casa.
Como ja era por volta das oito e meia, eu decido escolher logo uma roupa, eu caminho até as minhas bolsas, e começo a procurar algo bonito.
— Quando eu era criança eu tinha um tapete igualzinho esse seu vestido. — Escuto a voz de Rio atrás de mim.
Acabo me assustando e perdendo o equilíbrio, como eu estava de joelhos, acabei caindo sentada.
— Puta que pariu. — Rio fala e dá risada.
— Qual o seu problema com o meu vestido? — Eu falo como se estivesse brava.
— Nada, nada. Ele só é.. Colorido. — Rio fala e eu dou risada.
— Acho que vou usar isso aqui. — Eu mostro uma blusa e uma saia para Rio.
— Bonita, Syd. Vamos aproveitar que a gente vai para a cidade, e vamos comer um cachorro quente! — Rio fala animando.
— O que é isso? — Eu pergunto.
— O que? Tá brincando? Você não sabe o que é cachorro quente? — Rio pergunta e eu balanço a cabeça negando. — É a melhor comida do mundo! Você vai experimentar hoje, escutou?
Eu olho desconfiada para ele, afinal, Rio gosta de umas comidas meio esquisitas. — Tá bom? — Eu falo meio apreensiva.
Eu sei o que é um cachorro quente, mas a minha mãe nunca deixou eu comer, ela falava que isso engordava e fazia mal.
Grandes partes dos problemas que eu tenho, foram graças a minha própria mãe, que sempre colocou os padrões de beleza na minha cabeça.
Meu cabelo era lindo, ondulado e castanho escuro, mas a minha mãe pagou para que eu fizesse progressiva e pintasse ele de loiro.
— Você me parece meio desanimada. — Rio fala e se senta na cama.
— Añ? Não, Rio.. Eu só to... Cansada. — Eu falo e me sento do lado dele.
— Então vamos animar que hoje tem festa! — Ele fala e eu sorrio.
Não satisfeito, Rio começa a fazer cosquinha em mim, eu começo a me balançar inteira enquanto ria.
— Rio, Rio! — Eu falo em meio a gargalhadas.
— Agora sim você está sorrindo! — Ele fala e para.
Quando eu me recupero novamente, ele volta a fazer mais cócegas.
— O que vocês estão fazendo? — Denver pergunta assim que entra no quarto, a cena que ele viu foi; Rio do meu lado, eu deitada e ele fazendo cócegas em mim.
Igual dois idiotas.
— O que foi, Denver? — Rio pergunta.
Eu começo a me levantar da cama, e Denver estava com o maxilar travado e com cara de estressado.
— Atrapalhei o casal aí? — Ele fala e fecha a porta.
Garoto maluco.
![](https://img.wattpad.com/cover/363009537-288-k603941.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
AS NOSSAS ALIANÇAS | Denver & Sydney
Fiksi PenggemarNem sempre o amor de nossa vida, é o amor para a nossa vida. Carla descobriu isso da pior maneira. Eles tinham tudo para dar certo, mas, por erros, cometido por ambos, tudo foi por água abaixo. E agora, quase vinte anos depois, eles se reencontr...