ERA ARRISCADO | 23

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Sydney | Carla
Pouco tempo antes do segundo assalto

Ficamos algum tempo na antiga casa de Berlim, para Professor nos explicar sobre o plano. E agora, iríamos realizar.

Aviões sobrevoavam em Madrid, tudo como o esperado, pessoas tirando fotos sem entender. Esses balões tinham pintados a cara do Dali.

Jogamos notas de Euros, notas e mais notas. Era um intervalo de quarenta segundos, em quarenta minutos. A população ficou doida para saber o que estava acontecendo. Afinal, choveu cento e quarenta milhões de Euros sobre Madrid.

Nós precisávamos causar o caos, as pessoas estavam indo a loucura com notas e mais notas de euros. E essa foi a nossa forma de dizer "Estamos de volta".

Nós fomos chamados de Robin Hoods, fazia sentido que uma parte do novo golpe ficasse com todo o povo também.

Enquanto o caos estava acontecendo, agora meu tio estava sentado, de frente a uma câmera que estava sendo reproduzida em todos os cantos de Madrid.

Ele estava com o macacão e com a máscara, assim como no primeiro assalto.

No momento em que só ficou a imagem dele no telão todos pararam para olhar.

- Está mensagem, é para todos vocês que veem essa máscara como um símbolo de resistência. Precisamos de vocês. O estado declarou uma guerra contra nós. Uma guerra suja. E nós queremos enfrenta-los. -

Nesse momento, ele tira a máscara. - A polícia prendeu um de nossos em solo estrangeiro. Aníbal Córtez. Já faz mais de dois meses, e ainda não abriram um processo jurídico. A extradição não foi pedida, não solicitaram um advogado. Ele está preso, em algum lugar desconhecido, e provavelmente, sendo torturado. Por isso pedimos o fim imediato dessa detenção ilegal. E que ele seja julgado de forma que respeite as leis. Justiça dentro de toda a lei. O Estado começou essa guerra, e não iremos nos esconder. Golpe por golpe. E desta vez, faremos um roubo dos grandes. - Ele fala e desliga a câmera.

•*•

Estávamos nos preparando para entrar no Banco.

Todos estavam nervosos, estávamos como se fôssemos do exército. Do lado de fora, ficaria Lisboa, Marcella e meu tio.

Dinheiro não foi o problema, três semanas atrás, já havíamos pagado nossa equipe para invadir os celulares da CNE e os da polícia, através de aplicativos, como WhatsApp. Era sessenta e cinco paquistaneses nos ajudando. Graças a eles, nós tínhamos tudo.

Meu tio e eu tínhamos uma espécie de comunicação por satélite. Falávamos nele em código.

Até o momento em que meu tio fala no walkie-talkie de Palermo.

- Senhoras e senhores, somos o Primeiro Pelotão da Sexta Companhia de BRIPAC. - Palermo fala. - Um-seis, BRIPAC. Temos dezesseis minutos e quarenta e cinco segundos. -

Pegamos tudo, armamento, documentações.. Estocolmo pegava os adesivos enquanto nós colávamos.

Preparamos tudo enquanto Palermo gritava.

- Terei que repetir que não temos tempo? Anda caralho! - Palermo grita e nós entramos.

Fomos em dois carros separados. Eu estava tão nervosa, que poderia sentir que iria morrer a qualquer segundo.

Entrar na cova do leão, era arriscado, muito arriscado. Mas mais arriscado ainda, era deixar o Rio esperar mais um mísero segundo.

Isso era como uma partida de xadrez, um mundial. Demoraria mais. Ai terá uma abertura, uma batalha e duas estratégias se enfrentando. E no final, um xeque-mate.

AS NOSSAS ALIANÇAS | Denver & SydneyOnde histórias criam vida. Descubra agora