MAIS QUE SEXO

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No banho, as coisas pareciam bem mais simples. Tay estava relaxando na banheira enquanto Time e Tem se refrescavam no chuveiro. Tay até tentou convencer os dois a se juntarem a ele na banheira, mas Time, sempre o engenheiro prático, fez alguns cálculos rápidos e garantiu que a banheira, projetada para no máximo duas pessoas, não suportaria os três.

Então, Tay se contentou em observar os outros dois no chuveiro. Eles tinham o mesmo porte físico, mas seus toques eram totalmente diferentes. Era fascinante ver como duas pessoas tão semelhantes podiam ser tão distintas ao mesmo tempo.

Depois do banho, eles foram para a cama. Time deitou-se no meio, com Tay e Tem de cada lado. Eles estavam abraçados, as mãos de Time entrelaçadas com as deles. Era um momento de serenidade e conexão, um lembrete silencioso do vínculo que compartilhavam.

Era tão natural, tão fácil, ser um trisal. Tay suspirou, o som suave ecoando no quarto silencioso, e foi o primeiro a adormecer. Tem, por sua vez, permaneceu imóvel, seu corpo relaxado contra o de Time.

Foi Time quem quebrou o silêncio. "Se você tem algo contra isso, Tem, a hora de dizer é agora... Porque nós... Nós não lembramos mais como é a vida sem você."

Tem não respondeu verbalmente. Em vez disso, beijou o peitoral de Time e o braço de Tay que o envolvia. "Só sei que eu... Eu também não lembro", murmurou.

Então, o cansaço venceu. A noite mal dormida e o sexo intenso finalmente cobraram seu preço. Com um último suspiro, Tem se aconchegou mais perto de seus parceiros e adormeceu, completando o trisal adormecido em um abraço tranquilo.
Em meio ao sono profundo, um barulho se fez ouvir. Eram os sapatos de Tay ecoando pelo quarto. Tem abriu os olhos lentamente e virou-se para ver o que estava acontecendo.

Tay estava todo vestido, segurando uma pasta. Um novo brinco brilhava em sua orelha e o mesmo batom de sempre coloria seus lábios. "Acordou, baby?" ele perguntou com um sorriso. "Vou para o trabalho, tenho um cliente agora."

Tem esfregou os olhos, ainda meio adormecido. "Eu também vou. Ainda consigo pegar alguma coisa da faculdade."

Tay riu levemente. "Ou você pode ficar com o Time e fazer algo divertido. Só tenho esse cliente, então podemos sair depois. Ver gente, comer algo." Ele deu uma piscadela e saiu do quarto, deixando Tem com seus pensamentos.

Tem concordou com a proposta de Tay, e Time também acordou. Os dois se arrumaram, e Tem vestiu uma das roupas de Tay.

"Qual é o cliente de hoje, Tay?" Tem perguntou, curioso.

"Não conheço. Mas ele está interessado em algo grande e confortável", respondeu Tay com um sorriso misterioso.

"Hum..." Tem murmurou, intrigado.

Tay se aproximou de Time e o beijou, como fazia todas as manhãs. "A chave do carro", pediu.

Time franziu a testa, pensando ter ouvido errado. "A chave do carro, Time. Onde está?"

Time entregou a chave de seu precioso bem, ainda um pouco confuso. "Obrigado. Quando terminar, ligarei para vocês", Tay disse, passando por Tem e beijando seu rosto.

Depois que Tay fechou a porta, Time se jogou no sofá, parecendo desconsolado. "O que aconteceu?" Tem perguntou.

"O fim de um carro", respondeu Time, parecendo melancólico.

"Ele só pediu emprestado", Tem tentou tranquilizá-lo.

"Você sabe por que Tay vive trocando de carro? Tem um motivo, não é só porque ele é vaidoso. Ele é um terror no trânsito", Time explicou.

Tem balançou a cabeça, rindo. "Você supera, homem. Foi você que disse que um carro de 200 mil não era tão importante assim."

"Eu sei... eu sei", Time admitiu, suspirando.
****

Tay desceu e se dirigiu à sua vaga de estacionamento. O carro de Time era realmente bonito, ainda com cheiro de novo. Entrou no veículo e ligou o motor, as chaves brilhando em suas mãos.

O trajeto até o trabalho era curto. Ah, sim, o trabalho de Tay. Ele era uma espécie de vendedor, mas não fechava vendas. Sua função era encantar o cliente, e depois os vendedores finalizavam o processo. Time também trabalhava na mesma empresa, mas na parte mais burocrática.

Tay chegou rapidamente ao trabalho e cumprimentou seus colegas. Trazia consigo alguns presentes que havia recebido de um cliente recente. Ele e Time tinham uma regra: nunca ficar com nada valioso que recebessem como presente. Então, os funcionários acabavam sendo os beneficiados.

Tay era querido por todos. Alguns se sentiram ameaçados quando ele chegou, mas logo relaxaram. Afinal, Tay não estava ali pelo dinheiro. Ele estava ali porque amava o que fazia.

A agitação foi grande quando Tay distribuiu os belos perfumes para sua equipe, o que chamou a atenção do futuro cliente. Ele observou aquele homem bonito e sorridente sendo abraçado e não pôde deixar de notar algo de sexy nele.

— Quem é aquele? — perguntou o cliente.

O secretário verificou rapidamente. — Não o conheço pessoalmente, mas pela foto, acredito que seja a pessoa que você está esperando.

O secretário notou o olhar de desejo do chefe para o homem. — Apostaram pesado em um rosto bonito — comentou o cliente.

O secretário sabia que essa frase era uma ofensa velada. Para o cliente, qualquer pessoa poderia ser um garoto de programa em potencial. O erro dos novos ricos é achar que todos estão à venda.

— Verifiquei a ficha que veio junto com a proposta, e ele não é apenas bonito. Tem duas formações, fala três línguas e fez inúmeros cursos — o secretário defendeu.

— Hum... Só pela beleza já fecharia o contrato. E se ele for tão intenso na cama quanto é com os funcionários, eu fecharia dez — o cliente respondeu, claramente interessado.

O secretário não disse mais nada. Queria ver o chefe quebrar a cara. Ele não mencionou o sobrenome de Tay de propósito, mas pela primeira vez, talvez visse o chefe se dar mal.

Tay se aproximou e, com sua educação impecável, foi ao encontro deles. Apresentou-se como um funcionário comum, usando apenas seu segundo sobrenome menos conhecido. Como era de se esperar, a conversa foi tranquila e encantadora. Tay sabia e amava o que fazia.

O cliente até tentou oferecer um jantar, uma viagem ou saber mais sobre Tay, mas ele soube contornar a situação. — Então, terminaremos aqui. Caso feche conosco, nosso vendedor passará os contratos em breve — disse Tay, encerrando a reunião com profissionalismo.

A decepção estampada no rosto do cliente era evidente, mas Tay se manteve inabalável. O homem à sua frente havia gostado do projeto, mas claramente queria Tay como um "brinde", e isso definitivamente não era uma opção.

Depois de finalmente sair daquela reunião, Tay se dirigiu a um determinado lugar. Antes de chegar ao seu destino, pensou cuidadosamente no que faria. Precisava de algo que causasse impacto, mas não fosse muito sério. Então, ele deslizou levemente o lado do carro no pavilhão de contenção, arranhando o mínimo possível.

Chegou à oficina de forma tranquila. Ele gostava daquele lugar. Era uma oficina simples de bairro, mas o mecânico era honesto.

— O que te traz aqui? — perguntou o mecânico, lembrando-se de Tay de um atendimento anterior.

— Oi, desculpe aparecer assim. Eu... Acabei de bater meu carro e estou um pouco assustado. Será que dá para chegar em casa? Você poderia dar uma olhada?

O mecânico saiu para fora e, ao ver o carro que Tay estava dirigindo, suspirou alto com tristeza. Era um modelo exclusivo. Se ele tivesse mais intimidade com Tay, pediria para tirar uma foto e pendurar na parede.

Mas ele deu uma olhada no carro. Viu um leve arranhão na porta, mas era só isso. — Pode ficar tranquilo. Nem se um caminhão batesse nesse carro ele pararia de funcionar — afirmou o mecânico, aliviando as preocupações de Tay.

Tay sorriu de forma travessa. —Ah, sim, ontem tive que pagar 300 para trocar o pneu. Esse carro não me trouxe sorte.

—Acho que alguém ficou com 300 de graça. Porque esse carro não furaria o pneu tão fácil assim. Não tem nada nesta cidade que furaria o pneu do seu carro— o mecânico respondeu.

Tay sabia disso.

Ele agradeceu ao mecânico pelo orçamento e ofereceu-se para pagar, mas o mecânico, tímido, apenas pediu para tirar uma foto com o carro. Tay ainda posou para fotos com eles antes de sair para encontrar Time e Tem.

Enquanto dirigia, decidiu que daria a Time sete dias. Sete dias para ele confessar o que realmente aconteceu. Por enquanto, iria aproveitar a fase de estar com Tem. Os planos mudaram e Time decidiu fazer o jantar em casa, conforme notificado por mensagem.

Tay sorriu ao ver a foto enviada por eles. Na imagem, os dois seguravam os ingredientes para o jantar, e a legenda era a cara deles: "Uma boa comida, porque nossa comida favorita é você."

Cavalgada a três- TAY,TEM, TIME Onde histórias criam vida. Descubra agora